Indonésia: vulcão entra em erupção na ilha que foi alvo de tsunami

Cinco dias após o tsunami devastador que matou mais de 1.200 pessoas, um vulcão entrou em erupção na mesma ilha da Indonésia. As aldeias ainda não foram evacuadas e a gigantesca coluna de fumo tem 6 km de altura.

Coluna de fumo tem 6 km de altura e foi aconselhado aos residentes que usem máscaras de proteção contra o fumo e as cinzas.

Na Indonésia, o vulcão Soputan entrou em erupção na mesma ilha que foi atingida por um sismo de magnitude 7.5 na escala de Richter e de um tsunami que matou pelo menos 1.234 pessoas. Uma colossal coluna de fumo com seis mil metros de altura apareceu esta manhã por cima do monte Soputan, ilha de Sulawesi, forçando as autoridades locais a ativar o código laranja para a aviação.

Já há alguns meses que se esperava a erupção deste vulcão, um dos mais ativos da ilha uma vez que as câmaras térmicas já tinham detetado lava com temperaturas muito elevadas junto ao cume do monte. Para além disso, tem também havido um aumento da atividade sísmica nessa área. Nenhuma aldeia foi ainda evacuada pelo ministério da Energia e Recursos Minerais: somente pediram à população que colocasse a uma distância mínima de quatro quilómetros à volta do vulcão, que nos últimos 600 anos já entrou em erupção 39 vezes. Foi também aconselhado aos os indonésios residentes em Sulawesi que usem máscaras de proteção para se protegerem do fumo e das cinzas.

Não se sabe ainda se o terramoto que atingiu a ilha de Sulawesi na última sexta-feira está relacionado com a erupção vulcânica do Supotan esta quarta-feira. Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos, “por vezes” os sismos e erupções vulcânicas estão relacionados: “Alguns grandes terramotos regionais - superiores a magnitude 6 - são considerados pelos cientistas como relacionados a uma erupção subsequente ou a algum tipo de agitação num vulcão próximo”.

Não se compreende exatamente como funciona o mecanismo para estes exemplos históricos, mas pensa-se que “a atividade vulcânica provavelmente ocorre em resposta a uma mudança na pressão local em torno do sistema de reservatórios de magma como consequência de um tremor de terra severo causado pelo terramoto; ou de uma mudança na tensão ou pressão na crosta terrestre na região em torno do local onde ocorreu o terramoto”, afirma o serviço geológico dos Estados Unidos. Os cientistas desconhecem ainda se é este o caso na Indonésia.

Localização da Indonésia

A Indonésia Oriental situa-se numa área onde quatro placas tectónicas chocam umas contra as outras: a da Austrália, a de Sonda, a do Pacífico e do Mar das Filipinas. O serviço geológico norte-americano referiu que o epicentro do sismo de sexta-feira ocorreu exatamente por cima do local onde a placa de Sonda se movimenta em direção a sul a uma velocidade de 30 milímetros por ano e a placa da Austrália se movimenta para norte a um ritmo de 56 milímetros por ano.

À medida que uma se desloca contra a outra, a placa da Austrália, por ser mais densa e pesada, mergulha por baixo da de Sonda, destruindo-se e abrindo uma fossa com 7.725 metros de profundidade e 400 quilómetros de comprimento. O magma em profundidade estando quente e com necessidade de se expandir, arranja espaço para subir até à superfície terrestre.