16 de outubro é o Dia Mundial da Alimentação. FAO inaugura em Roma o Museu e Rede da Alimentação e Agricultura

A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) celebra em 2025, a 16 de outubro, 80 anos. A FAO agrega 194 Estados-membros e trabalha quotidianamente em mais de 130 países, entre os quais em Portugal.

Alimentos.
A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) celebra 80 anos a 16 de outubro, que é o Dia Mundial da Alimentação.

Estima-se que 8,2% da população mundial — cerca de 673 milhões de pessoas — tenham enfrentado a fome em 2024, de acordo com os dados do relatório O Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo (SOFI) 2025, publicado em julho deste ano por cinco agências especializadas das Nações Unidas.

Um documento que foi lançado em Adis Abeba, capital da Etiópia, durante um encontro da Cúpula dos Sistemas Alimentares da ONU (UNFSS+4) e que também revela que, na Ásia Ocidental, a estimativa é de que 12,7% da população — mais de 39 milhões de pessoas — tenham enfrentado a fome durante o ano passado.

Apesar da ligeira diminuição dos números face a 2022 e 2023, as projeções lançadas por estas organizações indicam que 512 milhões de pessoas podem estar cronicamente subalimentadas até 2030, quase 60% das quais em África.

A FAO é liderada pelo diplomata e ex-ministro da Agricultura chinês, Qu Dongyu, e é uma agência especializada da ONU que lidera os esforços internacionais para erradicar a fome no mundo.

FAO MuNe inaugurado em Roma

No dia em que celebra 80 anos de atividade, a FAO inaugura esta quinta-feira, 16 de outubro, Dia Mundial da Alimentação, na cidade de Roma (Itália), o Museu e Rede da Alimentação e da Agricultura (FAO MuNe).

FAO - Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO).
A FAO é liderada pelo diplomata e ex-ministro da Agricultura chinês, Qu Dongyu, e é uma agência especializada da ONU que lidera os esforços internacionais para erradicar a fome no mundo.

A inauguração do FAO MuNe será presidida pelo diretor-geral da FAO, Qu Dongyu, e pelo Presidente da República Italiana, Sergio Mattarella.

Com 1.300 m² e 12 salas, o FAO MuNe, em Roma, combina história, conhecimento, arte e ciência para contar a história da alimentação e da agricultura como património humano partilhado. As suas exposições reunirão múltiplos arquivos, documentos históricos e fotografias raras que retratam as oito décadas de trabalho da FAO. Os visitantes também poderão participar em instalações imersivas, concebidas para envolver o público na compreensão de como a alimentação liga as pessoas, as culturas e o planeta.

Com o apoio do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação Internacional de Itália, o FAO MuNe será igualmente um centro para estudantes, famílias e visitantes internacionais, tanto presencialmente como online.

Através do poderoso vetor unificador da arte e da cultura, o novo museu FAO MuNe convida todos a explorar, aprender e agir, numa experiência considerada única, que liga o conhecimento e as ideias com a emoção e a inspiração.

FAO MuNe: diálogo vibrante entre nações

No coração do FAO MuNe encontra-se uma coleção de obras de arte com mais de 60 peças doadas por cerca de 40 membros da FAO, cada uma partilhando uma história da sua terra e do seu povo.

Fome no mundo
Apesar da ligeira diminuição dos números face a 2022 e 2023, as projeções das Nações Unidas indicam que 512 milhões de pessoas podem estar cronicamente subalimentadas até 2030.

Entre estas doações estão esculturas únicas de artistas em tamanho real, como o projeto Terzo Paradiso (Terceiro Paraíso), de Michelangelo Pistoletto, pintor e teórico italiano reconhecido como um dos principais representantes da Arte Povera italiana e que, este ano, estava nomeado para o Prémio Nobel da Paz.

Outras obras em exposição no FAO MuNe, que é inaugurado nesta quinta-feira, 16 de outubro, viajaram de diversas regiões do mundo para encontrar o seu novo lar no FAOMuNe, em Roma. Em conjunto, “estes contributos formam um diálogo vibrante entre nações, através da arte e dos objetos, cruzando espaços linguísticos e geográficos, refere a FAO. As exposições culturais presentes no museu darão destaque a “diversas tradições alimentares de todo o mundo”.

Por outro lado, as ferramentas digitais inovadoras de que os visitantes podem usufruir convidarão a imaginar o futuro da agricultura, da alimentação e da nutrição.

Estação de metro Circo Massimo (Roma)

O FAOMuNe, em Roma, é, assim, um “espaço vivo, onde convergem a arte, a ciência e a cultura”, transformando aquele espaço num “ponto de encontro onde o conhecimento se torna inspiração e conduz à ação”, diz a FAO.

Ainda no âmbito das celebrações dos 80 anos da FAO, foi inaugurada, a 28 de junho, na estação de metro Circo Massimo (Roma) um espaço cultural recentemente transformado, dedicado ao diálogo entre arte, agricultura e sustentabilidade.

A iniciativa é promovida pela FAO, em colaboração com a Roma Capitale, a ATAC e com o apoio do Ministério dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação Internacional de Itália (MAECI).