Até domingo, 17 de agosto, as máximas de 42 ºC irão persistir, mas já se vislumbra uma mudança de tempo em Portugal

Portugal continental enfrentará mais dias de calor extremo, com temperaturas máximas a rondar os 42 ºC nas áreas mais quentes. A atual onda de calor, que já dura várias semanas, deverá manter-se, pelo menos, até 17 de agosto.
A quinta-feira, 14 de agosto, traz mais um dia de calor intenso a Portugal continental, mantendo a tendência que tem marcado praticamente todo o mês. Depois de uma ligeira descida da temperatura na quarta-feira, o calor volta a intensificar-se, com especial incidência no interior norte e no centro e sul do país, onde os termómetros podem atingir os 42 ºC.
O Vale do Tejo deverá registar o calor mais extremo, num contexto já agravado por incêndios ativos e pela ausência de precipitação, designadamente no norte e centro. Agosto caminha, assim, para se tornar o mais quente de sempre em registo, com uma anomalia média de cerca de 6 ºC nos primeiros 15 dias do mês.
Calor extremo mantém-se até ao fim de semana
No continente, o dia de amanhã, quinta-feira, será de céu geralmente pouco nublado, embora o litoral Norte e Centro possa começar com nevoeiros matinais. Durante a tarde, o sol predominará e as temperaturas subirão entre 2 ºC e 6 ºC em praticamente todo o território, com maior impacto no litoral. O vento sopra fraco a moderado de sudoeste ou oeste e de norte no litoral. A humidade relativa manter-se-á baixa, agravando o risco de incêndio.

No mar, as ondas variam entre 1 e 1,5 metros na costa ocidental, com a água entre 18 ºC e 21 ºC, e cerca de 1 metro na costa sul do Algarve, onde a água ultrapassa os 24 ºC.
O calor prolongado e a baixa humidade continuarão a representar uma ameaça para a propagação de incêndios nos próximos dias. Para quinta-feira, espera-se que sete distritos de Portugal Continental estejam em alerta laranja e o restante território em alerta amarelo do IPMA. Parte dos distritos litorais, deixarão de estar sob aviso já a partir de sexta-feira.
Nas regiões autónomas, o cenário é distinto. Nos Açores, uma pequena perturbação atmosférica deverá provocar alguma chuva, especialmente nas ilhas centrais, podendo mesmo ocorrer trovoadas localizadas. As temperaturas manter-se-ão elevadas para a época, com mínimas acima dos 20 ºC e máximas entre 26 ºC e 29 ºC, e vento moderado de noroeste.
O mar terá ondas entre 0,5 e 1 metro, com a água a rondar os 25 ºC. Já na Madeira, não se esperam alterações relevantes: céu com períodos de nuvens, vento de nordeste e temperaturas acima da média, com a água do mar a rondar os 24 ºC.
Mudança meteorológica à vista na segunda metade do mês?
Apesar da persistência do calor, alguns modelos meteorológicos sugerem que este padrão poderá mudar entre o fim de semana e o início da próxima semana. Segundo as previsões do modelo europeu ECMWF, no qual a Meteored deposita maior confiança, a descida das temperaturas poderá ser significativa a partir de segunda-feira, 18 de agosto, especialmente no interior.
No domingo, as máximas ainda serão muito elevadas, situadas entre os 34 ºC e os 42 ºC no interior. No litoral, deverá instalar-se a nortada, acompanhada de nevoeiros persistentes, o que causará a diminuição das temperaturas máximas nas áreas litorais a norte do Tejo.

Esta mudança coincide com o final da “canícula” climatológica, o período mais quente do verão em Portugal, que decorre entre 15 de julho e 15 de agosto. A climatologia, aliada à configuração atmosférica prevista, reforça a possibilidade de um arrefecimento acentuado entre os dias 18 e 25 de agosto.
As projeções mais recentes apontam para anomalias térmicas negativas em quase todo o território, com destaque para o Alentejo (sobretudo Portalegre e Évora) onde as temperaturas poderão ficar até 3 ºC abaixo da média. Ainda assim, algumas regiões costeiras, como Lisboa, litoral oeste e partes do Algarve, poderão manter temperaturas ligeiramente acima da média, e no Nordeste Transmontano a tendência é para valores próximos do normal.
Outro elemento que poderá marcar a segunda metade de agosto é a eventual ocorrência de precipitação no Noroeste do país. Entre os dias 21 e 22, os modelos sugerem a possibilidade de chuva nos distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro e setores ocidentais de Vila Real e Viseu. A incerteza é elevada devido à distância temporal da previsão e à influência da atividade ciclónica no Atlântico, que poderá alterar o posicionamento do anticiclone dos Açores.
Mesmo que se confirme um alívio térmico temporário, a possibilidade de regresso do calor permanece em aberto. O Atlântico ativo poderá forçar novamente a deslocação do anticiclone para leste, devolvendo massas de ar quente e seco à Península Ibérica. Por isso, não se descarta a repetição de episódios de calor extremo até ao final do mês.
Até lá, o stress térmico continuará elevado, obrigando a reforçar os cuidados básicos de proteção: hidratação frequente, uso de roupas leves e frescas, e evitar a exposição direta ao sol durante as horas de maior calor.