“A depressão Cláudia não se moverá durante dias”: a invulgar previsão de Alfredo Graça para Portugal

Nos próximos dias uma frente fria estacionária associada à depressão Claudia distribuirá chuva localmente persistente e ocasionalmente forte sobre Portugal continental. Em várias regiões serão registados mais de 100 mm!
Dentro de poucas horas o estado do tempo em Portugal será condicionado pela presença da depressão de grande impacto Claudia, que se situará a noroeste da costa ocidental de Portugal continental ao longo dos próximos dias. Claudia integra um amplo sistema de baixas pressões, dado que, além da tempestade principal, se formarão várias baixas pressões secundárias em seu redor. Além disso, haverá frio em altitude.
Uma frente fria associada à depressão Claudia vai manter-se muito estacionária sobre o Portugal continental até quinta-feira, 13 de novembro, deixando acumulações de chuva muito significativas. Existe o risco de ocorrência de algumas trovoadas.
Este centro de baixas pressões vai manter-se bastante estacionário, pois estará confinado entre o bloqueio da Gronelândia e uma crista anticiclónica no Mediterrâneo central. A chuva mais forte está prevista para as regiões do Norte situadas a oeste da Barreira de Condensação, litoral Centro e zona da Serra da Estrela, Ribatejo, Área Metropolitana de Lisboa e arquipélago da Madeira. O posicionamento de Claudia vai gerar vento do quadrante Sul que impulsionará uma massa de ar invulgarmente quente para esta época do ano.
Uma frente fria permanecerá estacionária sobre Portugal continental
De acordo com o modelo de referência da Meteored, uma frente fria associada à depressão Claudia manter-se-á relativamente estacionária sobre Portugal continental entre hoje (11) e quinta-feira (13). A partir do fim da tarde de hoje prevê-se uma intensificação da chuva no Minho, onde o IPMA ativou aviso amarelo de precipitação, por vezes forte e persistente, sobretudo no litoral dos distritos de Viana do Castelo e Braga. Espera-se ainda a ocorrência de precipitação mais dispersa noutras zonas da Região Norte, em locais dos distritos do Porto e Vila Real.

Amanhã - quarta-feira, 12 de novembro - a frente vai continuar a produzir chuva moderada e persistente no Minho e Douro Litoral, podendo ser pontualmente forte. Neste dia a chuva estender-se-á por toda a nossa geografia, será reforçada por um rio de humidade, tornando-se abundante e persistente e abrangerá os 18 distritos do Continente, já todos sob aviso amarelo de precipitação, sendo que quanto mais para leste e para sul, menor será a probabilidade e frequência de precipitação devido ao efeito orográfico exercido pela Barreira de Condensação e pelo sistema montanhoso Montejunto-Estrela.
Na quinta-feira (13) o sistema frontal penetrará ainda mais no nosso país, sendo novamente reforçado por um rio de humidade que chegará a Portugal continental. A precipitação voltará a ser localmente forte e persistente no Minho e Douro Litoral, ganhando bastante importância no litoral Centro e Oeste (distritos de Aveiro, Coimbra, Leiria), no Ribatejo (distrito de Santarém), na Área Metropolitana de Lisboa (distrito de Lisboa e Península de Setúbal) e na zona da Serra da Estrela (distrito da Guarda).
A chuva vai conseguir alastrar-se por todo o país, e, apesar de menos abundante, chegará a cair com alguma expressão em pontos do interior Norte e Centro, algumas zonas do Alentejo e no Algarve, especialmente no Barlavento.
A frente produzirá mais de 100 mm nestas zonas e poderá chegar aos 170 mm na Serra da Estrela
Nas zonas montanhosas expostas aos ventos de Sul e Sudoeste as acumulações vão ser mais expressivas. Mesmo assim, com o passar das horas, também vão surgir aguaceiros ocasionalmente fortes em zonas onde habitualmente chove menos. A nebulosidade média e alta tenderá a aumentar de norte a sul da geografia do Continente. Nos dias seguintes (sexta-feira, 14 e sábado, 15) Claudia aproximar-se-á ainda mais do nosso país, podendo gerar uma nova vaga de precipitação de lés a lés do território continental.

Até quinta-feira (13) à noite os nossos mapas preveem precipitação acumulada igual ou superior a 100 mm nos distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro, setor ocidental de Vila Real, Leiria, Lisboa, Península de Setúbal, partes do distrito de Santarém e algumas zonas da Beira Baixa. No distrito da Guarda, na zona correspondente à Serra da Estrela, é onde se prevê o registo mais elevado, de até 170 mm. Nos restantes distritos de Portugal continental os valores de precipitação acumulada prevista tampouco serão modestos, variando entre 20 e 80 mm.
Vento e agitação marítima também se mostrarão adversos nas próximas jornadas
O vento do quadrante Sul vai tornar-se mais forte a partir desta terça-feira (11), estando previstas rajadas até 70/80 km/h no Minho e Douro Litoral e terras altas do distrito de Vila Real, que se irão estender à restante faixa costeira ocidental na quarta-feira (12). Espera-se que a fase mais crítica da intensidade do vento seja alcançada na quinta-feira, 13 de novembro, quando as rajadas atingirem valores de até 90 km/h nas regiões do Litoral e de até 120 km/h nas zonas montanhosas do Interior.
Além disto, estão ainda previstas ondas de sudoeste com altura significativa de 3 a 4 metros em toda a faixa costeira ocidental, embora com maior incidência no litoral Norte e Centro na quarta-feira (12). Na quinta-feira (13) atingirão temporariamente 4 a 5 metros de altura significativa, podendo ser mais expressivas em zonas habitualmente mais abrigadas, como a região da Arrábida ou a faixa costeira meridional. Ao longo destes dois dias as ondas poderão atingir uma altura máxima de 7 a 8 metros.