Depressão Claudia chega de rompão na quarta, 12 de novembro: Portugal e Madeira serão bastante afetados pela chuva forte

O tempo em Portugal continental esta semana será condicionado pela chegada de uma frente fria associada à depressão Claudia, que deixará chuva localmente forte em várias regiões. O arquipélago da Madeira também será bastante afetado pela mesma configuração sinóptica que o Continente.
Tal como temos referido nas últimas previsões lançadas aqui na Meteored, o modelo europeu prevê que nos próximos dias a chuva estará presente em praticamente toda a geografia de Portugal, com temperaturas muito amenas para meados de novembro.
A AEMET (Serviço de Meteorologia de Espanha) nomeou Claudia, a 3ª tempestade atlântica de grande impacto da temporada 2025/2026. A depressão Claudia estará posicionada a oes-noroeste da costa ocidental de Portugal continental a partir de quarta-feira, 12 de novembro, mantendo-se bastante estacionária devido ao bloqueio nas latitudes altas. Provocará chuva localmente forte e impulsionará uma massa de ar muito ameno.
Em poucas horas estará formado um grande bloqueio em forma de ómega no Atlântico Norte, com os máximos de pressão atmosférica a surgirem sobre a Gronelândia (1033 hPa), o que permitirá o levantamento de uma grande massa de ar frio ao longo do seu flanco leste. Esta irá posicionar-se a oes-noroeste da costa ocidental de Portugal continental, gerando uma depressão principal (depressão Claudia) e várias baixas pressões secundárias.
Arranque da segunda semana de novembro com aguaceiros localizados
No que resta desta segunda-feira (10), haverá alguns aguaceiros irregulares no Minho, estendendo-se aos distritos do Porto e Aveiro e a algumas zonas de Vila Real, Viseu e Coimbra. Não se excluem alguns aguaceiros esporádicos a sul e a leste, em pontos dos distritos de Santarém e Leiria, mas também de Bragança, Guarda e Castelo Branco, embora haja uma tendência para a estabilização da situação atmosférica ao longo do dia. Na Madeira poderão surgir aguaceiros muito pontuais e localizados, com nebulosidade a média e alta altitude.

Amanhã - terça-feira, 11 de novembro - a precipitação vai ganhar força no Minho devido à aproximação de um sistema frontal (já associado à depressão Claudia) por volta das 17/18:00, o que já levou o IPMA a ativar aviso amarelo. Porém, antes disso, haverá aguaceiros fracos e dispersos no Noroeste e na faixa territorial do Centro do país que corresponde ao sistema montanhoso Montejunto-Estrela. O vento do quadrante sul vai começar a intensificar.
No arquipélago da Madeira o céu estará nublado ou parcialmente nublado durante grande parte do dia, mas a partir do fim da tarde começarão a cair aguaceiros de forma mais regular e intensa.
Atenção ao Minho, Douro Litoral, litoral Centro e Oeste e Madeira na quarta e quinta-feira, dias 12 e 13 de novembro
Na quarta-feira (12) o arquipélago da Madeira estará em foco devido à chegada de uma frente associada à depressão Claudia, que produzirá chuva localmente forte e potencialmente acompanhada de trovoada, com a fase mais crítica prevista para o período entre as 06:00 e as 12:00. Não se exclui a possibilidade de inundações repentinas. Além disso, o vento de Sudoeste nas ilhas soprará forte, com rajadas superiores a 70 km/h nas zonas mais expostas (costa norte e extremidade ocidental da ilha da Madeira - Porto Moniz e Achadas da Cruz).
Em Portugal continental a situação mais complicada voltará a concentrar-se novamente no Minho e Douro Litoral (distritos de Viana do Castelo, Braga e Porto) devido à persistência da chuva, uma vez que a frente fria gerada por Claudia, reforçada por um rio de humidade, permanecerá estacionária. A precipitação também estará presente no litoral Centro e Oeste (distritos de Aveiro, Coimbra, Leiria, Lisboa e Península de Setúbal) e em zonas de distritos do interior Norte e Centro (Vila Real, Viseu, Bragança e Guarda). Será muito mais esporádica e residual na Beira Baixa, Alentejo e Algarve.

Na quinta-feira (13) o sistema frontal continuará a regar o Minho, Douro Litoral, pontos do interior Norte e Centro e litoral Centro e Oeste na primeira metade do dia, não se excluindo ainda a potencial ocorrência de trovoada. Para a segunda metade do dia, os mapas revelam que a precipitação tenderá a alastrar-se por todo o país, começando pelas zonas habitualmente menos regadas (Algarve, Alentejo e Beiras), reativando-se também no resto do país, onde já antes terá chovido nesse dia.
O vento de Sul vai tornar-se mais forte. A ilha da Madeira continuará a ser regada pela frente de forma intensa na primeira metade do dia, por vezes com trovoada, surgindo aguaceiros pós-frontais, mais irregulares e dispersos, na segunda metade do dia.
A semana pode terminar com precipitação acumulada entre 90 e 150 mm nestas zonas
Para sexta (14) e sábado (15) ainda existe incerteza na trajetória, intensidade e distribuição da precipitação. Mas prevê-se que a chuva, reforçada por um novo rio de humidade, volte a afetar Portugal continental em duas fases: na primeira metade do dia de sexta (14) quando a frente se deslocar de sul para norte, e na segunda metade quando percorrer o país de oeste para leste.
Apesar de gerar precipitação generalizada e pontualmente forte, a frente deverá perder algum grau de organização. A chuva mais persistente concentrar-se-á nas regiões a norte do sistema montanhoso Montejunto-Estrela, embora também deva surgir em quantidades invulgarmente generosas nas regiões mais meridionais.

Até sábado (15) poderão acumular-se mais de 150 mm nalguns pontos do Minho, embora se perspetivem geralmente valores entre 100 e 140 mm nesta região. Tal como se pode observar no mapa acima, em várias zonas dos distritos do Porto, Vila Real, Viseu, Aveiro, Leiria, Lisboa, Santarém, Setúbal e até mesmo na zona montanhosa do Algarve preveem-se acumulações entre 90 e 110 mm, podendo pontualmente ultrapassar este patamar.
Adicionalmente, espera-se que ultrapasse os 120 mm na zona do distrito da Guarda correspondente à Serra da Estrela. Na ilha da Madeira prevê-se uma distribuição tripartida: na faixa oriental até 20 mm, na faixa central (regiões montanhosas) entre 50 e 80 mm, e na faixa ocidental, claramente a mais exposta, entre 90 e 130 mm.
Açores também vão ser afetados, mas preveem-se acumulações menores às de Continente e Madeira
Nos Açores a precipitação acumulada total semanal deverá variar entre 20 e 30 mm, podendo nalgumas zonas alcançar 50 mm. Algumas linhas de instabilidade surgirão em vários momentos da semana neste arquipélago, mas o "grosso" da precipitação gerada pela frente fria associada à depressão Claudia e pelo rio atmosférico que reforçará a chuva, incidirá maioritariamente no Continente e na Madeira.
Não obstante, agora mesmo, o Grupo Ocidental dos Açores estará sob aviso amarelo de precipitação a partir das 15:00 de hoje e os restantes grupos a partir das 18:00. O Grupo Ocidental contará com aviso amarelo de vento também para o dia de hoje, entre 12:00 e as 21:00, e com aviso amarelo de agitação marítima, entre as 12:00 de amanhã e as 12:00 do dia 12.