2019 foi o segundo ano mais quente do globo

A temperatura média do globo durante o ano 2019 teve a segunda maior temperatura registada desde 1880, ano em que se iniciaram os registos. Contamos-lhe mais aqui.

Sol e calor
2019 foi o segundo ano mais quente do globo.

De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM) e com base nas principais bases de dados mundiais, o ano mais quente do globo ocorreu em 2016, seguindo-se o ano de 2019. A temperatura média do globo é calculada com base na temperatura da superfície dos continentes e dos oceanos.

De acordo com a média dos cinco conjuntos de dados utilizados na análise da OMM, a temperatura global anual em 2019 foi 1,1 °C mais quente que a média de 1850-1900, período usado para representar as condições da época pré-industrial. Este método utilizado pela OMM combina milhões de observações meteorológicas e marinhas, inclusive de satélites, com modelos para produzir uma análise completa da atmosfera. A combinação de observações com modelos torna possível estimar temperaturas a qualquer momento e em qualquer lugar do mundo, mesmo em áreas com poucos dados, como as regiões polares.

O ano 2016 continua a ser o ano mais quente registado devido à existência de um evento El Niño muito forte, com impacto no aquecimento e em mudanças climáticas de longo prazo. As temperaturas médias para os períodos de cinco anos (2015-2019) e de dez anos (2010-2019) foram as mais altas já registadas. Desde os anos 80, cada década é mais quente que a anterior. Espera-se que esta tendência continue devido aos níveis recordes de gases de efeito estufa na atmosfera.

Segundo o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, se continuarmos no caminho atual das emissões de dióxido de carbono, estamos a caminhar para um aumento de temperatura de 3 a 5 graus Celsius até ao final do século. Ainda de acordo com a OMM, além da temperatura média global ter aumentado cerca de 1,1 °C desde a era pré-industrial é de destacar que o conteúdo de calor do oceano está em um nível recorde.

Os oceanos

Mais de 90% do excesso de calor é armazenado no oceano, deste modo, o conteúdo de calor do oceano é uma boa maneira de quantificar a taxa de aquecimento global.

Oceano
O conteúdo de calor do oceano atingiu um nível recorde em 2019.

De acordo com um estudo publicado a 13 de janeiro em “Advances in Atmospheric Sciences”, com dados da NOAA e outras instituições, o conteúdo de calor do oceano atingiu um nível recorde em 2019. Os últimos cinco anos são os cinco mais quentes do oceano, bem como os últimos dez anos.

O ano 2019 bem como a década passada foram caracterizados pela diminuição do gelo, de níveis recordes da altura da superfície do mar, do aumento do calor e da acidificação dos oceanos.

Impactos das temperaturas elevadas

As temperaturas elevadas, pelo menos acima dos valores normais para determinada região, têm grandes impactos a nível da saúde e no bem-estar dos seres humanos e do meio ambiente, como foi destacado na Declaração Provisória da OMM sobre o Estado do Clima Global em 2019, apresentada na Conferência de Mudança Climática da ONU- COP25 -em Madrid.

Muitas das vezes, temperaturas elevadas estão associadas a períodos de seca prolongados. De destacar que a Austrália teve em 2019 o ano mais quente e seco alguma vez registado, que proporcionou um cenário para os enormes incêndios florestais que foram devastadores para pessoas e propriedades, vida selvagem, ecossistemas e meio ambiente.