Erupção de Tonga foi equivalente a um ano de emissões globais

A enorme erupção vulcânica submarina em Tonga trouxe discussões acaloradas sobre a forma como esta pode afetar o clima global. Saiba mais aqui!

erupção; explosão vulcânica
Depois da erupção em Tonga, houve um aumento significativo da concentração de CO2 na atmosfera.

Uma equipa de investigação liderada pelo Prof. Xiong Wei dos Institutos Hefei de Ciências Físicas da Academia Chinesa das Ciências (CAS) tem estado a monitorizar e a analisar as concentrações de gases com efeito de estufa (GEE's) antes e depois da erupção vulcânica em Tonga com o Instrumento de Monitorização de Gases com Efeito de Estufa (GMI).

Os dados de monitorização de gases com efeito de estufa sobre a Austrália e a Nova Zelândia perto do vulcão, foram comparados entre janeiro de 2019, janeiro de 2020 e janeiro de 2022.

Através de toda esta pesquisa, a equipa de investigação chegou à conclusão de que após a erupção do vulcão de Tonga em janeiro de 2022, as concentrações de dióxido de carbono (CO2) perto do vulcão subiram para cerca de 414 partes por milhão (ppm).

Em comparação com os 412 ppm estimados anteriormente à erupção deste vulcão, este aumento de 2ppm equivale a um ano inteiro de emissão de CO2 na Terra.

As emissões e os vulcões

Normalmente, as emissões provocadas pelas erupções vulcânicas não são muito significativas - representando apenas 1% das emissões globais -, no entanto, esta afetou bastante a atmosfera local.

"Toneladas de CO2 foram libertadas para o ar durante a erupção", disse Ye Hanhan, um dos investigadores, "a acumulação é causada pelo excesso de gás e pela erupção em si".

A flutuação interanual da concentração atmosférica de CO2 sobre a Terra no hemisfério sul tinha vindo a aumentar a uma velocidade relativamente estável antes da erupção. Esta era de cerca de 2 ppm por ano.

O GMI faz parte do equipamento do Satélite de Observação Hiperspectral (GF-5B) e do Satélite Gaofen-5 (GF-5) para monitorizar a distribuição global de gases com efeito de estufa (ou seja, CO2 e CH4) a partir do espaço.

A monitorização constante da concentração de CO2 na atmosfera fez com que fosse possível avaliar a diferença nos valores de concentração deste gás antes e depois da erupção de Tonga.

Deste modo, no futuro, o GMI irá reforçar a monitorização do CO2 atmosférico gerado pela atividade vulcânica e avaliar melhor o impacto sobre o ambiente ecológico global e as alterações climáticas.