Esta é a doença de Lyme, a patologia que o cantor Justin Timberlake confessou sofrer
A infeção, cuja incidência está a aumentar em todo o mundo devido a causas relacionadas às alterações climáticas, é transmitida por carraças e causa fadiga crónica, dores nas articulações e distúrbios neurológicos. Sem tratamento, pode levar a complicações mais graves.

Justin Timberlake chocou o mundo ao revelar que foi recentemente diagnosticado com a doença de Lyme, uma condição pouco conhecida, mas cada vez mais comum.
O depoimento do renomado cantor, ator e produtor musical serve para destacar os riscos dessa infeção, que muitas vezes é subestimada ou diagnosticada incorretamente.
Casos como o de Timberlake ajudam a consciencializar sobre a doença e lembram-nos da importância do diagnóstico precoce, que pode fazer a diferença entre uma recuperação completa ou uma batalha prolongada contra a doença.
Como se contrai a doença de Lyme?
A doença de Lyme é uma infecção bacteriana causada pela espiroqueta Borrelia burgdorferi, transmitida aos humanos pela picada de carraças infetadas, especialmente os do género Ixodes.

É mais comum em áreas florestais da América do Norte e da Europa, embora a sua incidência tenha aumentado em várias regiões do mundo devido às alterações climáticas e à expansão do habitat das carraças.
A transmissão geralmente ocorre durante atividades ao ar livre, como caminhadas, acampamentos ou jardinagem. Se a carraça permanecer presa à pele por mais de 24 horas, ela pode transmitir a bactéria para a corrente sanguínea.
Estágios e sintomas
A doença apresentar-se por estágios, e os seus sintomas variam dependendo do momento do diagnóstico.
Nos estágios iniciais, um dos sinais mais característicos é o eritema migratório, uma erupção cutânea em forma de anel que aparece ao redor da picada, juntamente com sintomas semelhantes aos da gripe: febre, fadiga, dor de cabeça e dores musculares.
Algunos de los síntomas de la enfermedad de Lyme pic.twitter.com/wJJn1eeakL
— ALCE-Asociación Lyme España (@AlceLyme) January 9, 2020
Se não for tratada, a infeção pode progredir e causar problemas articulares, neurológicos e até cardíacos.
Timberlake não é a única celebridade a falar publicamente sobre a condição. Outras, como Avril Lavigne e Shania Twain, também partilharam as suas experiências com a doença, descrevendo longos períodos de fadiga, confusão mental e dificuldade em obter um diagnóstico preciso.
Histórias pessoais de pessoas famosas que foram fundamentais para aumentar a consciencialização pública e fomentar a investigação.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico clínico da doença de Lyme, que depende de testes sorológicos que às vezes são inconclusivos, não é simples nos estágios iniciais, dificultando a deteção precoce.

O tratamento padrão consiste em dar ao paciente um tratamento com antibióticos – como doxiciclina ou amoxicilina – por várias semanas.
A maioria dos pacientes tratados prontamente recupera completamente, mas alguns desenvolvem o que é conhecido como síndrome da doença de Lyme pós-tratamento, uma condição na qual os sintomas persistem durante meses ou até anos.
Necessidade de visibilidade
O caso de Justin Timberlake atraiu atenção mundial por essa condição e, principalmente, pelo seu impacto na vida quotidiana de quem sofre com ela.
Fadiga crónica, dor persistente e efeitos cognitivos podem interferir no trabalho e nas atividades pessoais, por isso é necessária uma maior consciencialização e visibilidade dessa condição.
Nueva Infografía de @salusplay Enfermedad de Lyme, prevención y detección precoz
— Colegio de Enfermería de Sevilla (@ICOESevilla) May 28, 2025
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Algo que o famoso cantor pôde vivenciar em primeira mão, tendo sido criticado recentemente por demonstrar uma atitude "indolente" em alguns dos seus concertos.
Como é que isto pode ser prevenido?
Especialistas recomendam tomar medidas preventivas ao praticar atividades ao ar livre para evitar ser picado por carraças transmissoras.
Isso inclui usar roupas de mangas compridas, de preferência de cor clara para facilitar a visualização dos carraças presas, aplicar repelente de insetos e inspecionar o corpo após possível exposição, especialmente em áreas sensíveis, como dobras da pele.
Além disso, é crucial remover qualquer carrapaça com uma pinça assim que for detetada, pois o risco de infeção aumenta quanto mais tempo ela permanecer presa à pele.