Tempo quente mantém-se na próxima semana, com temperaturas próximas dos 40 ºC em várias regiões de Portugal Continental

Portugal atravessa uma semana marcada por calor extremo, vento intenso e risco muito elevado de incêndio, num cenário meteorológico que se prolongará de 28 de julho a 3 de agosto de 2025. A persistência de uma forte crista anticiclónica a oeste do território continental, conjugada com uma depressão térmica instalada no interior da Península Ibérica, está na origem desta situação, reforçando a circulação de ar quente e seco, sobretudo de nordeste no interior e de noroeste no litoral.

Calor extremo e risco máximo de incêndio em vigor esta semana

As temperaturas vão manter-se muito elevadas, com máximas a rondar os 40 °C nas regiões do interior centro e sul, especialmente no Baixo Alentejo e no Vale do Tejo. Em Beja, Évora e Santarém, os termómetros poderão registar valores extremos, podendo inclusive ultrapassar os 40 ºC. No interior norte, como em Vila Real, Bragança e Castelo Branco, são esperadas máximas entre 35 e 39 °C, também com noites muito quentes.

Mesmo nas áreas litorais mais afastadas da influência marítima, como Braga ou Setúbal, os valores poderão atingir os 33 a 36 °C, com destaque para as zonas urbanas onde o efeito de ilha de calor agrava o desconforto térmico. As mínimas continuarão elevadas, muitas vezes acima dos 20 °C, com noites tropicais generalizadas. No interior sul, há previsão de noites com temperaturas que rondam ou ultrapassam os 26 °C, dificultando a reposição térmica noturna, sobretudo para os grupos mais vulneráveis.

A faixa litoral ocidental, embora menos quente, não escapará ao impacto do tempo severo. Durante as tardes, o vento de noroeste vai intensificar-se. Este aumento da intensidade do vento, aliado à secura do ar e à vegetação ressequida, eleva o risco de incêndio a níveis máximos em grande parte do território.

O IPMA mantém avisos amarelos por tempo quente em quase todos os distritos, sendo provável a sua renovação ou elevação ao longo da semana. O litoral norte e centro deverá registar máximas entre 26 e 32 °C, mas nas áreas mais abrigadas do vento e afastadas do mar, como no interior dos distritos de Viana do Castelo, Braga e Aveiro, poderão verificar-se valores significativamente mais elevados.

Anomalia térmica supera os 10 °C: Tempo estável e seco até agosto

Ao longo da semana, os modelos meteorológicos não prevêem mudanças substanciais na circulação atmosférica, pelo que se espera a continuidade do padrão quente e seco até ao fim de semana de 2 e 3 de agosto. A exceção poderá ser uma ligeira descida das temperaturas no litoral a partir de quinta-feira, associada ao reforço das nortadas, embora essa tendência não seja suficiente para aliviar o calor nas regiões interiores.

A anomalia térmica será particularmente acentuada ao longo da faixa costeira norte e centro, com desvios superiores a 10 °C face à média climatológica para esta época do ano.

O mar estará relativamente calmo, com ondulação até dois metros na Costa Ocidental e inferior a um metro na Costa Sul do Algarve. A temperatura da água oscilará entre os 16 e os 19 °C na costa oeste, podendo atingir os 21 °C em praias mais abrigadas. No Algarve, a água do mar rondará os 21 a 22 °C. A radiação ultravioleta permanecerá em níveis muito elevados ou extremos ao longo da semana (UV 9 a 10), recomendando-se proteção solar eficaz, sobretudo nas horas de maior exposição.

Nos arquipélagos, o panorama será diferente, embora igualmente marcado pelo calor. Nos Açores, prevê-se tempo estável, com céu parcialmente nublado, abertas frequentes e possibilidade de aguaceiros fracos nos pontos montanhosos, particularmente nas ilhas do Grupo Oriental.

Na Madeira, os dias serão quentes e estáveis, com céu pouco nublado nas encostas voltadas a sul e maior nebulosidade nas vertentes norte e nas áreas montanhosas. O vento soprará de nordeste, fraco a moderado, sobretudo durante as tardes.

A semana será, portanto, marcada por um cenário persistente de calor e vento, exigindo vigilância acrescida para prevenir situações de risco, em especial no que respeita a incêndios florestais e à proteção da saúde pública.