Tempo esta semana em Portugal: curta “pausa” na instabilidade, subida das temperaturas e mais tarde, uma nova depressão?

Haverá uma curta “pausa” no tempo instável em Portugal continental nos próximos dias e com subida gradual das temperaturas. Porém, uma nova depressão poderá trazer mais chuva, trovoada e granizo ao país na reta final da semana. Eis a previsão!

previsão do tempo; Portugal; chuva; trovoada; meteorologia
Os modelos continuam a "apostar" em mais chuva e trovoada em Portugal na reta final da semana que acaba de começar. Consulte abaixo a previsão meteorológica para Portugal continental, ao detalhe.

Esta segunda-feira (11) algumas regiões de Portugal continental, nomeadamente o Minho (parte leste dos distritos de Viana do Castelo e Braga - em particular as áreas montanhosas), o interior Norte e Centro (distritos de Vila Real, Viseu, Bragança e Guarda) e parte do Alentejo (distritos de Portalegre e Évora) estiveram em Aviso Amarelo por risco moderado de precipitação devido à previsão de aguaceiros, pontualmente fortes, sendo por vezes acompanhados de trovoada e/ou sob a forma de granizo.

Este tempo instável produziu-se, na maioria dos casos, durante a tarde de hoje, 11 de setembro. No resto do país o estado do tempo mostrou-se muito mais estável e tranquilo, com o céu a apresentar-se parcialmente nublado e com boas abertas, alternando ocasionalmente com aguaceiros muito suaves, intermitentes e dispersos. O vento soprou fraco do quadrante oeste.

Curta “pausa” na instabilidade e previsão de uma gradual subida da temperatura máxima

Entre terça (12) e quinta (14), tal como já tínhamos avançado há vários dias, a situação meteorológica no nosso país irá estabilizar consideravelmente graças ao afastamento substancial para leste dos remanescentes do ex-furacão Franklin, esperando-se assim uma dissipação quase total das linhas de instabilidade em território do Continente.

Ainda assim, para amanhã - 12 de setembro - estão previstos períodos de chuva fraca ou aguaceiros fracos e dispersos, em particular nas regiões do interior (Vila Real, Bragança, Guarda, Portalegre) e sobretudo durante a tarde. Tampouco se exclui a possibilidade de precipitação em distritos com litoral, como o de Lisboa.

Além de tudo isto, o vento passará a soprar fraco (por vezes moderado) de Noroeste em toda a nossa geografia. As temperaturas máximas deverão registar uma pequena subida, sobretudo no interior, ao contrário das mínimas para as quais se espera uma pequena descida, o que contribuirá para uma notória amplitude térmica.

Para quarta (13) prevê-se novo aumento da temperatura máxima em Portugal continental, desta vez ainda mais significativo. Assim, o valor de máxima previsto para as seguintes cidades é: Braga e Castelo Branco (27 ºC), Porto e Vila Real (26 ºC), Coimbra e Lisboa (29 ºC), Faro (28 ºC), Bragança (25 ºC), Évora e Beja (30 ºC).

Além do céu parcialmente nublado, por vezes limpo, e uma provável ausência de precipitação de norte a sul do nosso país, o calor intensificará - em contraste ao que se verificou nestes últimos dias - registando-se assim uma variabilidade de estados de tempo num curto período temporal, ainda dentro desta primeira quinzena de setembro.

O vento soprará em geral do quadrante Norte, exceto nas terras altas do interior Norte e Centro - onde soprará de leste/nordeste e na metade oriental do Algarve, onde soprará temporariamente de sudoeste durante a tarde.

Para quinta (14) espera-se tempo estável e céu limpo a norte do Vouga. No entanto, alguns sinais de instabilidade poderão ganhar terreno nalguns pontos do país, desencadeando-se uma nova vaga de aguaceiros, por vezes fortes e acompanhados de trovoada e pontualmente sob a forma de granizo.

Não obstante, à data de hoje, é demasiado difícil avançar com uma previsão precisa, pois tendo em conta as características complexas do sistema de baixas pressões em causa, saber onde se irão gerar as condições meteorológicas adversas torna-se uma autêntica “lotaria”.

Assim, na quinta - 14 de setembro - como se espera a permanência de algum ar frio em camadas médias da troposfera e um fluxo de leste mais forte à superfície, o nosso modelo de maior confiança - ECMWF - mostra, através do mapa de densidade de raios concebido e desenvolvido pelo Departamento de Meteorologia da Meteored, as áreas de Portugal continental onde é mais provável a precipitação do tipo convectiva e a atividade elétrica associada. De momento sugere o litoral entre Aveiro e Setúbal e as áreas montanhosas em redor da Serra da Lousã (Coimbra) e da Serra da Estrela (Guarda e Castelo Branco).

As temperaturas máximas deverão registar oscilações variáveis (subida nalguns locais, descida noutros) e, no cômputo geral, o vento soprará do quadrante norte, podendo ser proveniente do quadrante leste nas terras altas do interior, em especial no período matinal e a partir do fim da tarde.

Depressão “às portas” de Portugal continental na entrada para o fim de semana?

A incerteza aumenta bastante para o próximo fim de semana. Na sexta-feira (15) os aguaceiros poderão ser relativamente fracos e intermitentes, pontualmente moderados, mas, com o passar das horas, a instabilidade deverá generalizar-se em Portugal continental graças a uma depressão mais cavada que se iria deslocando pelo Atlântico, sendo a responsável por provocar uma mudança mais radical do tempo.

previsão do tempo; chuva acumulada; Portugal
Os mapas antecipam, à data de hoje, que a maior acumulação de chuva ocorra provavelmente no Nordeste Transmontano, Beira Alta e Beira Baixa.

Segundo o ECMWF, no sábado (16) a dita depressão posicionar-se-ia nas redondezas da Península Ibérica. À data de hoje a sua trajetória está longe de estar definida, podendo ser reabsorvida pelo jato polar alguns dias depois. Dependendo da posição que adquirir, irá deixar mais ou menos chuva no país, mas, tudo indica que o fim de semana poderá ser de tempo variável e instável.

Como se isto não bastasse, para complicar ainda mais a previsão meteorológica, é provável que pelo Atlântico apareça algum ciclone tropical ou pós-tropical. A probabilidade de estes sistemas afetarem o nosso país ainda na condição de ciclone tropical é extremamente reduzida, contudo, podem fazê-lo sob a forma de depressões ou linhas de instabilidade, como ainda recentemente foi o caso do ex-furacão Franklin. Estes sistemas podem modificar a dinâmica do jato polar e condicionar o panorama meteorológico na Europa Ocidental ao longo de vários dias.