Previsão até 10 mm de precipitação acumulada no Norte entre quarta e sexta. Temperaturas aumentam no fim de semana

A partir de quarta-feira à tarde, Portugal continental entra num período de maior instabilidade, com descida acentuada das temperaturas, vento forte e possibilidade de chuviscos fracos no Norte e Centro. Os valores acumulados de precipitação não deverão ultrapassar os 10 mm, mantendo-se a tendência de tempo seco.
A instabilidade atmosférica que se instala a partir da tarde desta quarta-feira, 27 de agosto, será um dos traços dominantes do final de agosto em Portugal continental. A influência indireta do ex-furacão Erin, transformado em depressão extratropical no Atlântico Norte, está a alterar o padrão meteorológico, permitindo a entrada de massas de ar mais frescas e húmidas.
O resultado será um arrefecimento acentuado das temperaturas, sobretudo no Norte e Centro, acompanhado de vento moderado a forte de noroeste e alguma nebulosidade, ainda que a precipitação esperada seja escassa e residual.
Temperaturas descem até 8 ºC nesta quarta-feira, em comparação com o dia de ontem
Nesta quarta-feira, as máximas poderão descer até 8 ºC em comparação com o dia anterior. Em Viana do Castelo, os valores não deverão ultrapassar os 20 ºC, enquanto em Beja e Faro se situarão em torno dos 29 ºC. Durante a tarde, a nebulosidade aumentará de forma significativa a norte da cordilheira Montejunto-Estrela, com ocorrência de chuviscos ou precipitação fraca no Minho e Douro Litoral.
Estes episódios serão localizados e de curta duração, sem impacte relevante. O vento de noroeste é expectável, soprando com rajadas que poderão atingir os 70 km/h em áreas montanhosas e costeiras expostas, enquanto o mar manterá ondulação significativa entre 3 e 5 metros na costa ocidental.
A madrugada de quinta-feira manterá a tendência de frescura e instabilidade. O céu apresentar-se-á muito nublado no litoral Norte e Centro, com possibilidade de chuviscos dispersos. As mínimas poderão descer para valores pouco habituais em agosto, abaixo dos 10 ºC em alguns pontos do Norte interior.
Ao longo do dia, o céu tenderá a abrir, garantindo períodos de sol, embora as máximas se mantenham contidas, oscilando entre os 19 ºC em Viana do Castelo e os 27 ºC em Évora, Beja e Faro. O vento continuará a soprar de noroeste, mas com menor intensidade, e a agitação marítima diminuirá ligeiramente.

Na sexta-feira, o padrão atmosférico começará a mudar. Ainda poderão ocorrer chuviscos fracos e localizados durante a manhã no litoral Norte e Centro, mas os valores acumulados previstos não deverão ultrapassar os 11 mm na área subjacente ao Parque Nacional da Peneda-Gerês.
Com o avanço do dia, as nuvens dissipar-se-ão e as temperaturas iniciarão uma recuperação gradual, sobretudo no Interior e Sul, onde os termómetros poderão alcançar os 28 ºC na Beira Baixa e os 29 ºC no Alentejo e Algarve. Este contraste regional será evidente: enquanto o litoral Norte permanecerá húmido e fresco, o Interior entrará numa nova fase de calor estival.
Fim de semana pode pautar-se por uma recuperação dos valores de temperatura, sobretudo no interior Sul
O fim de semana deverá confirmar esta tendência de recuperação. Sábado e domingo serão, em geral, soalheiros e secos em todo o território, embora com alguma nebulosidade matinal junto ao litoral. As temperaturas subirão em todas as regiões, sobretudo no sábado, podendo ultrapassar os 32 ºC no Interior e Sul, nomeadamente no Alentejo e Algarve, enquanto no litoral se manterão mais amenas, entre 23 ºC e 27 ºC. No Norte, a incerteza ainda persiste, mas a maioria dos cenários aponta para tempo seco, remetendo a precipitação para um papel secundário e residual.

Com a chegada de setembro, a incerteza meteorológica aumenta. As primeiras tendências apontam para temperaturas ligeiramente abaixo da média na primeira semana, sobretudo no Norte e Centro, com valores entre 1 ºC e 3 ºC inferiores às normais climatológicas.
Já a precipitação deverá manter-se dentro dos padrões habituais, embora com sinais de anomalias negativas em algumas regiões do Centro e Sul, sugerindo menos chuva do que o esperado.
O risco de situações súbitas de instabilidade, no entanto, não pode ser descartado. As depressões atlânticas ou gotas frias, típicas da transição para o outono, poderão alterar rapidamente as previsões.
Um único episódio de precipitação forte poderá inverter a tendência de seca, mas, até ao momento, não se vislumbra chuva generalizada e persistente que permita repor as reservas hídricas após um verão marcado por ondas de calor extremo e incêndios rurais devastadores.