Iminente regresso da chuva e trovoada a Portugal: saiba o que esperar do tempo na sua região até domingo, 11 de maio

O estado do tempo volta a alterar-se já a partir desta quinta-feira, 8 de maio, em Portugal, devido à chegada de uma perturbação atmosférica associada a bolsas de ar frio em altitude, com a previsão de aguaceiros e possibilidade de ocorrência ocasional de trovoadas dispersas.
Depois de alguns dias com tempo seco, céu geralmente limpo e temperaturas amenas, o estado de tempo em Portugal continental voltará a alterar-se a partir de quinta-feira, 8 de maio.
A chegada de uma perturbação atmosférica associada a bolsas de ar frio em altitude trará instabilidade marcada, com previsão de aguaceiros, com a possibilidade de ocorrerem ocasionalmente trovoadas e queda de granizo em várias regiões do país, prolongando-se este cenário até domingo, 11 de maio.
Condições de tempo agravam-se a partir de quinta-feira em Portugal
Os primeiros sinais desta mudança surgirão na quinta-feira, quando se espera o regresso da precipitação a boa parte do território, em especial nas regiões do Norte e do Centro. As condições meteorológicas previstas resultam da combinação de vários fatores atmosféricos: energia convectiva disponível (CAPE), humidade nos níveis altos da troposfera e a presença de uma circulação favorável à formação de nuvens convectivas.
Este conjunto de ingredientes atmosféricos poderá desencadear aguaceiros pontualmente intensos, acompanhados de trovoada e granizo, sobretudo durante a tarde.

De acordo com o modelo ECMWF, utilizado pela nossa equipa da Meteored, os distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Vila Real, Bragança, Aveiro, Viseu e Guarda serão os mais afetados, com valores acumulados de precipitação que poderão ultrapassar os 30 a 50 mm em apenas 24 horas. A instabilidade atmosférica poderá, localmente, provocar episódios de granizo com dimensão até 2 cm, devido à baixa quantidade de água precipitável prevista, um dos parâmetros que favorece este fenómeno.
A descida da temperatura será outro dos elementos notórios deste novo episódio de tempo instável. Prevê-se que as temperaturas máximas desçam entre 3 e 4 ºC em grande parte do território, em especial nas regiões do interior. O vento soprará do quadrante Oeste, com intensidade moderada (20 a 30 km/h), podendo atingir rajadas até 40 km/h nas áreas montanhosas.
Apesar da instabilidade atmosférica, o mar manter-se-á calmo, com ondas inferiores a 1 metro tanto na costa ocidental como no litoral sul do Algarve, e temperaturas da água entre os 16 e os 18 ºC.
Fim de semana com potencial para manutenção das condições instáveis
Na sexta-feira, 9 de maio, manter-se-ão as condições favoráveis ao desenvolvimento de aguaceiros e trovoadas, particularmente no Norte e Centro do país. No sábado, dia 10, embora se espere um ligeiro abrandamento da atividade convectiva, os modelos meteorológicos continuam a indicar a possibilidade de precipitação nas regiões a norte do rio Douro, sendo menos provável a sul. Na região Norte é expectável que a precipitação acumulada atinja os 32 mm até ao final do dia.
No domingo, 11 de maio, a instabilidade poderá intensificar-se novamente, em resultado da influência de sistemas de baixas pressões localizados a norte da Península Ibérica e a sul do Algarve. Estas configurações poderão potenciar o desenvolvimento de novos núcleos convectivos, com aguaceiros moderados a fortes, em especial a norte da Cordilheira Central de Portugal, que inclui as serras da Lousã, Açor e Estrela.

Também os arquipélagos dos Açores e da Madeira serão afetados por alterações no estado do tempo. Nos Açores, preveem-se aguaceiros fortes, sobretudo nas ilhas Ocidentais e Centrais, com vento intenso do Noroeste, e um mar muito agitado, com ondas que poderão atingir os 5 metros.
Já na Madeira, o cenário será menos severo, mas ainda assim marcado por céu nublado e alguns aguaceiros fracos e dispersos, em especial nas áreas montanhosas. O vento será fraco a moderado, e o mar manter-se-á calmo, com radiação UV muito elevada.
A explicação para esta grande variabilidade de estados de tempo encontra-se num padrão de bloqueio atmosférico associado a um anticiclone estacionado sobre as Ilhas Britânicas.
Esta configuração sinótica, que por vezes se estende desde os Açores até à Escandinávia, favorece o desprendimento de bolsas de ar frio em altitude sobre a Península Ibérica.
A alternância entre céu limpo e chuvas intensas, por vezes no espaço de poucas horas, é uma característica habitual desta estação do ano, marcada por uma forte dinâmica atmosférica e por uma corrente de jato polar mais ondulante. Assim, os próximos dias trarão de volta a instabilidade, reforçando a importância de acompanhar com atenção as atualizações meteorológicas locais.