Choque de massas de ar poderá provocar mudança radical do tempo em Portugal, com chuva e neve a partir desta data

O domínio anticiclónico será temporário em Portugal continental. Dentro de poucos dias, mesmo a coincidir com a entrada no Ano Novo, um choque de massas de ar poderá resultar na ocorrência de chuva (e talvez neve) em várias zonas do país.
Entre hoje (29) e quarta-feira (31) o estado do tempo apresentar-se-á estável, seco e predominantemente soalheiro em Portugal continental, apesar do aumento gradual da nebulosidade ao longo do dia de quarta (31), sugestivo da instabilidade que provavelmente chegará nos dias seguintes. As altas pressões serão as responsáveis por estes três dias de estabilidade.
Não obstante, o jato polar vai mantendo ondulações bastante pronunciadas, formando uma crista anticiclónica no Atlântico ao longo da semana, orientada de sul para norte e com máximos de pressão na Gronelândia. Que efeitos provocará esta configuração no nosso país?
Sol, muito frio, geadas e nevoeiro até à Véspera de Ano Novo. O que virá depois?
O aspeto mais notável da meteorologia nestes três dias será a estabilidade atmosférica, com tempo seco e maioritariamente soalheiro, e ainda as geadas na madrugada da véspera de Ano Novo e, sobretudo, na madrugada do dia de Ano Novo. Neste último dia, as geadas serão algo mais fortes e distribuir-se-ão por vastas zonas do interior Norte e Centro, e em Bragança, por exemplo, o termómetro poderá baixar aos -1 ºC.

As temperaturas continuarão a ser inferiores à média para estas datas, especialmente na primeira parte da semana. Muita cautela também com os bancos de nevoeiro nos vales, que serão densos e localmente persistentes.
Um bloqueio em ómega irá estabelecer-se no Atlântico Norte esta semana, condicionando o tempo em Portugal: será favorável a um choque de massas de ar sobre a nossa geografia dentro de alguns dias.
As exceções serão os arquipélagos dos Açores e da Madeira, onde a passagem de uma frente muito ativa entre terça (30) e quinta-feira (1), associada a uma depressão atlântica, poderá deixar chuva localmente forte, potencialmente acompanhada por algumas trovoadas, de acordo com as últimas atualizações do modelo europeu. Alguns cenários preveem a possibilidade de vento forte na Madeira, com rajadas máximas até 80 ou 90 km/h.
Choque de massas de ar poderá provocar mudança radical do tempo. Eis o que revelam os mapas da Meteored
O panorama meteorológico poderá mudar drasticamente a partir de quinta-feira (1), quando uma tempestade atlântica se aproximar do oeste de Portugal continental, atravessando a nossa geografia nas horas e dias seguintes, possivelmente pelo fim de semana adentro. Além disto, prevê-se a formação de um enorme bloqueio em ómega sobre o Atlântico Norte, com pressão máxima em torno da Gronelândia, segundo o modelo Europeu.
Esta é uma situação bastante complexa. Porém, há já alguns dias que os mapas sugerem que isto poderá desencadear uma interação (ou “choque”) entre massas de ar muito diferentes sobre Portugal: a de origem tropical marítima, que transportará a depressão atlântica, e a de origem polar/ártica, canalizada entre o grande anticiclone do Atlântico Norte e várias depressões na Europa.
Tudo depende de como, quando e onde ocorrerá esta interação entre as massas de ar, pois daqui resultará chuva e/ou neve em maior ou menor quantidade, mas tudo indica que a instabilidade afetará muitas zonas do nosso país durante o primeiro fim de semana de 2026.

Será preciso ver a trajetória da tempestade e onde é que o “choque” de massas de ar ocorrerá. De momento, tudo indica que teremos de recorrer ao guarda-chuva em grande parte do nosso território. Quanto à neve, ainda teremos de especificar na Meteored nas próximas previsões, uma vez que este hidrometeoro poderá variar muito nas saídas dos modelos por estes dias, mesmo em horizontes temporais tão curtos.