A qualidade do ar na zona envolvente ao incêndio que deflagra em Arganil continua em níveis perigosos

São mais de 1500 bombeiros, com o apoio de mais de 500 viaturas, que se encontram a lutar contra as chamas do incêndio que afeta Arganil e Piódão, afetando outras áreas envolventes. Este incêndio está a deteriorar a qualidade do ar para níveis perigosos!
São vários os incêndios ativos no país neste momento, mas há um, em particular, que continua a preocupar as autoridades. Este começou no Piódão, no dia 13 de agosto e continua ativo e preocupante, exigindo a presença de mais de um milhar de bombeiros, mais de 500 viaturas e, em algumas partes do dia, os meios aéreos chegam aos 20, segundo o site Fogos.pt.
Ainda assim, segundo alguns especialistas, este poderá vir a ser o maior incêndio alguma vez registado em Portugal. Estima-se que este já tenha sido responsável pela perda de mais de 60 mil hectares.
Segundo Paulo Fernandes, investigador da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), este incêndio teve início de madrugada, a partir de dois raios, provenientes da trovoada seca prevista para aquele dia. Como estes ocorreram numa zona inacessível e com condições atmosféricas de muito vento e ausência de precipitação, foi uma questão de poucas horas até ao incêndio se tornar descontrolado e difícil de combater.
A qualidade do ar está em níveis perigosos na área adjacente a este incêndio
Tudo isto, para além de ter efeitos negativos a nível sócio-económico, acaba por ter efeitos nefastos na qualidade do ar, como é expectável. Quanto mais próximo do dito incêndio, mais irrespirável é o ar, sendo que o índice de qualidade do ar da Meteored mostra nível perigosos da mesma, como podemos observar abaixo.

Segundo o Serviço Nacional de Saúde (SNS), são diversos os cuidados que devemos ter em regiões afetadas pelos incêndios, no que à qualidade do ar diz respeito e para nos protegermos da perigosidade da mesma.
Alguns destes cuidados são:
- ter alguns produtos em stock, para evitar saídas ao exterior desnecessárias, como alimentos que não precisem de refrigeração, medicação habitual e máscaras de proteção N95;
- garantir um bom isolamento das portas e janelas de acesso ao exterior;
- caso tenha ar condicionado, garanta um ambiente fresco, de preferência com modo de recirculação de ar;
- definir um plano de evacuação em caso de agravamento da situação e partilhá-lo com as pessoas com quem vive.
Espera-se que ao longo do dia a qualidade do ar melhore, devido ao vento que vai ganhando velocidade à medida que as horas passam, no entanto, as horas noturnas serão mais críticas, pelo que frisamos a importância de seguir os passos acima descritos.
É ainda de referir que, segundo o IPMA, o risco de incêndio nesta área continuará no nível máximo pelo menos até quinta-feira, dia 28 de agosto, devendo depois baixar para o nível reduzido/moderado na sexta-feira, dia 29.
Condições meteorológicas poderão contribuir para a diminuição do risco de incêndio
Ainda que os nossos mapas apontem para uma continuação de ventos moderados a fortes durante as horas diurnas, especialmente à medida que os dias avançam, é expectável que a percentagem de humidade relativa do ar aumente, como podemos observar no mapa abaixo, podendo contribuir para a diminuição do risco de incêndio.

Para além disto, a mais recente atualização do ECMWF aposta numa diminuição gradual das temperaturas ao longo dos próximos dias. Esta diminuição poderá ser mais evidente entre terça e quarta-feira, onde neste último se esperam valores máximos entre os 20 ºC em Viana do Castelo e os 29 ºC em Faro. Este fator também poderá ser útil no combate aos incêndios, juntamente com o aumento da humidade do ar.