A previsão do tempo até domingo: chuva e trovoada, vento pontualmente forte e agitação marítima

A depressão Cláudia deverá manter-se quase estacionária entre 12 e 15 de novembro. Frentes sucessivas trarão chuva persistente e localmente forte, com trovoadas, vento por vezes forte e mar muito agitado. No Alto Minho os valores acumulados podem ultrapassar 190 mm.
A depressão Claudia, classificada como uma “depressão de grande impacto” pela AEMET, instalou-se a noroeste da Península Ibérica e deverá manter-se quase estacionária durante parte da semana, injetando frentes ativas sobre Portugal continental e os arquipélagos.
O padrão sinóptico favorece precipitação persistente, episódios de aguaceiros intensos com trovoada e vento por vezes forte, sobretudo junto à faixa costeira e em áreas mais expostas.
As próximas horas motivam algum cuidado, particularmente no Norte e Centro
De quarta para quinta-feira (de 12 para 13 de novembro), o agravamento será mais notório no Norte e Centro, estendendo-se progressivamente ao restante território.
As frentes associadas deverão cruzar o litoral Norte e Centro com chuva moderada a forte, por vezes persistente, e condições para trovoadas. Na quinta-feira, existirão algumas melhorias e a precipitação torna-se mais contínua no Centro e Sul, mantendo-se a instabilidade no resto do país.
No Alto Minho, os cenários de precipitação são especialmente relevantes. Até sexta-feira à noite, os valores acumulados poderão exceder 190 mm, aumentando a probabilidade de inundações rápidas em áreas urbanas e cheias em linhas de água mais sensíveis. Trata-se de um somatório em vários episódios, com períodos de maior intensidade intercalados por abertas.

O vento tenderá a soprar de quadrante sul/sudoeste, moderado a forte, com rajadas mais significativas nas áreas costeiras e montanhosas. Para o distrito de Lisboa, por exemplo, assinalam-se rajadas que podem atingir os 80 km/h (e até 110 km/h nas terras altas), um padrão que se replicará noutros pontos expostos à circulação do Sudoeste. A agitação marítima também será um fator a considerar ao longo da costa ocidental.
No arquipélago da Madeira, a instabilidade quebra a recente monotonia. Apontam-se períodos de chuva por vezes forte e persistente, com condições favoráveis a trovoadas. O risco de enxurradas, deslizamentos e derrocadas aumenta em vertentes íngremes e vales encaixados, sendo prudente evitar deslocações desnecessárias durante os picos de precipitação.
Nos Açores, espera-se um regime de aguaceiros, localmente fortes e acompanhados de trovoada, alternando com abertas, com vento por vezes forte e mar agitado, em linha com a circulação periférica da depressão a oeste/noroeste do arquipélago. Embora com menor impacto acumulado do que no território continental, a variabilidade do tempo poderá ser acentuada, com células convectivas a cruzarem as ilhas.
Em Espanha, a AEMET sublinha o impacte inicial na Galiza e o temporal nas Canárias, onde as autoridades ativaram alertas por chuva e vento para os próximos dias, incluindo suspensão de atividades em alguns períodos. A componente marítima será relevante no Atlântico, com temporal costeiro em vários litorais. Estes sinais confirmam o carácter abrangente de Claudia no contexto ibérico.
Fim de semana com algumas melhorias, mas permanece vento e precipitação em território nacional
Apesar da chuva, as temperaturas permanecerão acima da média sazonal em muitos locais, com noites relativamente amenas no litoral. Em Lisboa, o cenário oficial aponta para períodos de chuva forte (com potencial de acumulação rápida), vento por vezes forte e aviso laranja para precipitação durante parte do evento, degradando a circulação urbana em horas de maior tráfego.
A tendência para o fim de semana aponta para uma atenuação gradual da instabilidade em parte do território, embora persistam aguaceiros e vento moderado em diversos períodos. Aliás, poderão verificar-se rajadas acima dos 70 km/h em alguns territórios do litoral alentejano.

A evolução dependerá do posicionamento de Claudia e de eventuais cristas anticiclónicas no Atlântico. Manter o seguimento diário das previsões é crucial, dado que poderão ocorrer alterações na trajetória, com impactes regionais significativos.
Acompanhe as atualizações de previsão meteorológica da Meteored Portugal, os avisos do IPMA e da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil. Revela-se útil também evitar áreas ribeirinhas e baixas durante os períodos de aguaceiros intensos, não atravessando passagens inundadas.
Ao mesmo tempo, considere a necessidade de se assegurar a limpeza de caleiras e sarjetas e afaste-se de arribas e esporões nas horas de mar mais agitado. Para atividades no mar, em portos ou frentes costeiras, redobre a prudência e adie operações não urgentes até à melhoria do estado do tempo.