Coreia do Sul a pé: 7 caminhadas, de trilhos urbanos a rotas de vários dias

Num país onde a montanha domina a paisagem, caminhar é um hábito antigo e uma forma prática de viajar. Entre os trilhos urbanos com vistas sobre Seul, parques nacionais de granito e rotas costeiras, opções não faltam durante a visita a este país.

Coreia do Sul combina paisagens, entre metrópoles e a natureza.
Entre Seoul e os grandes parques nacionais, a Coreia do Sul convida a caminhar por trilhos cheios de história e paisagem.

A Coreia do Sul é um destino especialmente apelativo para quem gosta de caminhar. Aproximadamente 70% do território é montanhoso, o que ajuda a explicar porque é que a caminhada faz parte do quotidiano e da cultura recreativa do país há gerações.

Em muitos casos, a logística é simples. O transporte público liga a numerosos pontos de partida, existem áreas de descanso e locais para comer em percursos populares, e apps como Kakao Map e Naver Map costumam ter trilhos bem marcados.

Ainda assim, convém ir preparado. As montanhas coreanas tendem a ser “físicas”, com declives acentuados, escadarias longas e cristas expostas, o que pode tornar exigente até uma caminhada curta.

Há também regras a ter em conta. Em alguns parques, existem horas oficiais de entrada e encerramento, sobretudo em áreas de maior altitude. E podem ocorrer encerramentos sazonais por prevenção de incêndios, com datas que variam consoante o parque e a época do ano.

Um detalhe importante para quem pensa em vários dias. O campismo selvagem é proibido. Nesses casos, é necessário usar abrigos e parques de campismo designados, idealmente com reserva antecipada.

Trilhos urbanos e parques nacionais são razões para visitar a Coreia do Sul

Seul é uma cidade de colinas, e os trilhos oferecem panoramas amplos sem grandes deslocações. Inwangsan combina miradouros e marcas históricas ligadas às antigas defesas da capital, enquanto Gwanaksan conduz ao templo de Yeonjudae, num cenário de falésia, com variantes de crista para diferentes níveis.

Para sentir “montanha a sério” dentro da cidade, Bukhansan é a escolha clássica. É a montanha mais alta de Seul e é conhecida pelos seus três picos, com percursos que alternam entre cristas, floresta e património.

Fora da capital, Jirisan ocupa um lugar central no imaginário do país. Foi o primeiro Parque Nacional e brinda quem visita com uma rede extensa de trilhos, desde opções mais suaves nos vales e paisagens agrícolas até travessias exigentes ao longo das áreas de maior altitude.

No outono, Jirisan torna-se um íman para quem procura cor. A altitude pode criar um efeito de “camadas”, com tons quentes nas cotas mais baixas e, por vezes, neve nos pontos mais altos.

A nordeste, Seoraksan destaca-se pela imponência do granito. Há percursos acessíveis até cascatas e miradouros, mas também alguns mais complexos até Ulsanbawi, conhecida por combinar longas escadarias com secções rochosas.

Para uma paisagem distinta na cadeia Baekdudaegan (frequentemente descrita como a “espinha dorsal” da península), Sobaeksan oferece o cume com mais solo do que rocha. Tal situação favorece uma vegetação variada, com grande interesse na primavera (flores e azáleas) e no outono (folhagem).

Rotas e trilhos de longa distância são razões para visita

Se a preferência é caminhar por etapas com o mar como referência, a Haeparang Trail acompanha a costa leste. Começa na região de Busan e segue para norte, alternando entre as falésias, as praias e os pinhais, numa lógica fácil de adaptar a um ou vários dias.

Em 2026, o país deverá ganhar uma novidade de escala nacional. Será a Dongseo Trail, uma rota transversal de leste a oeste, dividida em segmentos pensados para caminhadas de um dia. A proposta é ligar o litoral oriental ao ocidental, cruzando paisagens muito diferentes, apresentando soluções para quem gosta de natureza, aldeias e cidades.

Para fechar, Jeju oferece o contraste perfeito entre mar e vulcões. A ilha é muitas vezes comparada ao “Hawai da Coreia”, e combina trilhos costeiros com relevo vulcânico e florestas densas.

Ilha de Jeju é um exemplo claro da valorização cultural e natural da Coreia do Sul.
A ilha de Jeju é considerada como o "Hawai" da Coreia, onde se combina o mar com o relevo vulcânico.

O grande objetivo é Hallasan, a montanha mais alta do país e classificada como património mundial, com regras que podem incluir reserva em alguns percursos. Para alternativas mais flexíveis, a rede Jeju Olle contorna esta ilha em rotas costeiras e rurais, e a Saryeoni Forest Trail propõe uma caminhada tranquila entre bosques.

Independentemente do trilho, deve sempre confirmar horários e eventuais encerramentos, começar cedo e planear dormidas em locais autorizados faz toda a diferença para fazer uma visita de sucesso e em segurança.