Previsão da Meteored para janeiro 2026 em Portugal: consulte as tendências atualizadas de frio, chuva e neve

Após um final de dezembro com temperaturas baixas, chuva e queda de neve em algumas zonas de Portugal, o modelo europeu acaba de atualizar a sua tendência para janeiro: analisamos as possibilidades de vagas de frio, chuva e neve.

Será que janeiro de 2026 vai ser um mês chuvoso e instável? Descubra na previsão abaixo.

Dezembro vai despedir-se com um tempo frio para a época em quase toda a geografia de Portugal graças a um persistente bloqueio anticiclónico nas latitudes, que está a favorecer a chegada de massas de ar frio e de algumas baixas pressões à nossa geografia. Não obstante, o panorama anticiclónico no nosso país vai sendo dominante, apenas interrompido em algumas ocasiões por baixas pressões de trajetória errática, como a que está este sábado (27) a afetar o Centro e Sul da unidade territorial do Continente.

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Tudo indica que janeiro arrancará com um jato polar que continuará a apresentar ondulações pronunciadas, favorecendo a formação de novos bloqueios anticiclónicos no Atlântico Norte ou na Europa Central, o que poderia resultar na ocorrência de novos episódios de instabilidade em Portugal. Antes da análise às tendências, será feita uma revisão a alguns dados climatológicos de destaque do primeiro mês do ano.

Janeiro, o mês mais frio do ano em Portugal continental. E nos Arquipélagos?

Climatologicamente, janeiro é o mês mais frio do ano em Portugal, com uma temperatura média no conjunto do país de cerca de 8,8 ºC, embora com grandes diferenças: das temperaturas gélidas das terras altas e montanhosas do interior Norte e Centro passamos aos valores amenos, por vezes primaveris, de algumas zonas da faixa costeira ocidental, do Algarve, dos Açores e da Madeira.

A combinação de muito frio com precipitação pode gerar queda de neve. O que podemos esperar das próximas semanas?

Ao contrário do Continente, nos Arquipélagos o mês de fevereiro é ligeiramente mais frio do que o de janeiro. Em média, a temperatura do ar nos Açores em janeiro é de 15,1 ºC e na Madeira de 17,1 ºC. Embora na unidade territorial do Continente seja raro nevar com grande intensidade, por vezes ocorrem grandes nevões como o de 2006, ou o de 2021 (este último ficou restringido a algumas regiões).

Em janeiro, os valores médios são geralmente um pouco inferiores aos de dezembro, diferença que é mais percetível no extremo meridional do país (Algarve). As geadas noturnas são comuns em várias zonas do interior e nas áreas de montanha. As temperaturas máximas mais amenas concentram-se no Algarve, nos Açores e na Madeira, com uma média de cerca de 16,3 ºC, 17,5 ºC e 20 ºC, respetivamente.

Um dos meses mais chuvosos do ano, mas com uma distribuição regional bastante desigual

O primeiro mês do ano é normalmente dominado por calmarias anticiclónicas ou pela circulação zonal, sendo que nos últimos anos têm surgido grandes temporais. É normalmente um dos períodos mais húmidos e instáveis do ano na maioria das regiões que constituem as três unidades territoriais portuguesas: Continente, Açores e Madeira.

A precipitação média mensal ultrapassa os 220 mm no Alto Minho, oscila entre os 130 e 180 mm no Baixo Minho e Região de Viseu e enquadra-se entre os 100 e 150 mm no Alto Tâmega e Barroso, Tâmega e Sousa, Área Metropolitana do Porto e Região de Aveiro. Por outro lado, em grande parte do Alentejo e no Algarve, a média de janeiro é inferior a 70 mm.

Estará à vista alguma vaga de frio? Eis o que mostram as tendências das temperaturas

Segundo as últimas atualizações do modelo Europeu, ao longo da primeira quinzena de janeiro, as temperaturas poderão estar entre 1 e 3 ºC abaixo da média para a época do ano em quase toda a geografia de Portugal, especialmente nos primeiros dias do mês. A anomalia térmica negativa será ligeiramente mais moderada (até 1 ºC abaixo do normal) no arquipélago da Madeira devido ao efeito termorregulador do mar.

Já para o arquipélago dos Açores vislumbram-se temperaturas iguais ou ligeiramente superiores ao normal ao longo da primeira parte do mês de janeiro.

Tudo indica que o Ano Novo entrará com temperaturas inferiores à média climatológica de referência, especialmente em Portugal continental.

No entanto, perspetiva-se a possibilidade de uma mudança na situação para a segunda quinzena do mês: os mapas revelam uma gradual normalização das temperaturas em quase todo o território português (exceto nos Açores, onde se observam anomalias térmicas positivas consistentes ao longo de janeiro 2026).

Não obstante, as tendências térmicas para a segunda metade de janeiro não são particularmente significativas neste momento, algo que é normal à medida que o horizonte temporal da previsão aumenta. Assim, para já, não existem sinais claros quanto a uma possível vaga de frio em janeiro.

Eis o que revela o modelo europeu acerca da possibilidade de chuva e queda de neve em janeiro

O que podemos esperar da chuva? Irá o tempo manter-se instável? A precipitação é a variável mais difícil de analisar a longo prazo, especialmente quando a atmosfera se revela muito dinâmica, como está a acontecer atualmente. De momento, o cenário mais provável desenhado pelos modelos aponta para a formação de um novo bloqueio a oeste das Ilhas Britânicas na primeira quinzena de janeiro. Para a segunda metade do mês não há perspetivas, por enquanto, de um padrão particularmente dominante.

As primeiras tendências sugerem uma primeira quinzena de janeiro marcada por anomalias de precipitação negativas de norte a sul de Portugal continental e Açores. Deste modo, para a primeira metade de janeiro é expectável uma atmosfera predominantemente estável, bastante seca, com bons períodos de sol e formação de geadas e nevoeiros. Isto obviamente não exclui a hipótese de precipitação, apenas se espera que seja consideravelmente inferior ao normal e em quantidades residuais.

As primeiras tendências apostam num cenário de tempo estável e maioritariamente seco, pelo que a precipitação deverá ser pouco frequente e em quantidades residuais.

Quanto ao arquipélago da Madeira, o cenário previsto para a primeira metade de janeiro é completamente o oposto, com os mapas do modelo Europeu a estimarem que seja caracterizado por anomalias de precipitação positivas, isto é, um estado do tempo tendencialmente instável e bastante húmido, especialmente nos primeiros dias do mês.

Como já foi mencionado anteriormente, para a segunda quinzena de janeiro não se perspetivam sinais claros quanto a qual dos padrões irá dominar, algo que se reflete nas tendências da precipitação, dado que não há nada definido neste momento.