Estudo confirma a importância do Oceano Austral na absorção de CO2

Um novo estudo, financiado pela NASA e pelo NOAA, mostra que o Oceano Austral é capaz de absorver cerca de 40% do CO2 presente na atmosfera! Saiba mais aqui!

Oceano Austral
São diversos os fatores que afetam o fluxo de carbono que entra e sai dos oceanos da Terra, como os ventos à superfície do oceano.

Dados de uma nova investigação mostram que o Oceano Austral (ou Oceano Antártico) absorve muito mais carbono da atmosfera do que liberta, confirmando que é um sumidouro de carbono extremamente potente e um amortecedor importante para os efeitos das emissões de gases com efeito de estufa causadas pelo Homem, de acordo com um novo estudo científico apoiado pela NASA.

A última investigação tinha gerado incerteza sobre a quantidade de dióxido de carbono (CO2) atmosférico absorvido por estas águas geladas. Estes estudos baseavam-se em medições da acidez do oceano - que aumenta quando a água do oceano absorve CO2 - recolhida por instrumentos que flutuam no oceano.

Para este novo estudo, publicado na revista Science, foram recolhidos dados aéreos ao longo de quase uma década, entre 2009 e 2018, durante três experiências de campo, incluindo a Missão de Tomografia Atmosférica (ATom) da NASA, em 2016.

Verificou-se que o Oceano Austral absorve significativamente mais CO2 no verão do hemisfério sul do que liberta no Inverno. Os dados dos levantamentos aéreos mostraram, também, mais carbono captado por este Oceano e menos libertado do que as estimativas feitas anteriormente utilizando dados de acidez oceânica. Os resultados salientam a importância das observações aéreas para a compreensão do ciclo do carbono.

O oceano como uma esponja de CO2

Quando as emissões de CO2 entram na atmosfera, parte desse gás é absorvido pelo oceano, abrandando o aumento da temperatura global e as alterações climáticas.

A água fria do oceano profundo sobe à superfície através de um processo chamado "upwelling". Uma vez à superfície, a água mais fria absorve CO2 da atmosfera - frequentemente com a ajuda de organismos fotossintetizadores chamados fitoplâncton - antes de se afundar novamente.

Modelos informáticos baseados em medições de CO2 e outras propriedades dos oceanos sugerem que 40% do CO2 encontrado no oceano, a nível mundial, foi originalmente absorvido da atmosfera pelo Oceano Austral, tornando-o um dos mais importantes sumidouros de carbono do nosso planeta.

Este novo estudo tira conclusões baseadas em registos aéreos com cerca de uma década de observações.

A realização de medições de CO2, ao longo de várias experiências de campo no Oceano Austral, deu aos cientistas uma série de perfis da mudança vertical de CO2 ao longo do tempo e ao longo do ciclo sazonal do carbono. Estes perfis, juntamente com um conjunto de vários modelos atmosféricos computorizados, ajudaram a equipa a estimar o fluxo da quantidade de CO2 absorvida e libertada por este Oceano, ao longo do ano.