ONU deixa novo alerta sobre alterações climáticas

O secretário-geral da ONU, António Guterres voltou a deixar o apelo para que se faça um combate urgente às alterações climáticas. O ex primeiro-ministro português advertiu que o mundo, enfrenta uma ameaça existencial direta e o mundo tem apenas dois anos para impedir o ponto de não retorno.

Novos alertas foram deixados pela ONU

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, advertiu esta segunda-feira, que o mundo tem dois anos para agir contra as mudanças climáticas e evitar "consequências desastrosas". António Guterres voltou a exortar os líderes mundiais a alterarem orientações, condenando a atual paralisia política perante consequências desastrosas para os humanos e para os sistemas naturais do mundo.

Até 2020 é preciso atuar, sobre pena da total irreversibilidade das alterações climáticas no planeta, disse o secretário-geral da ONU. O discurso foi feito na sede das Nações Unidas em Nova Iorque, três dias antes da realização de uma cimeira mundial sobre o clima, que se realiza na cidade de São Francisco, na Califórnia.

De acordo com a ONU, o mundo está longe de alcançar os objetivos estabelecidos há três anos no Acordo de Paris, umas metas que já eram “de mínimos” e que, segundo os especialistas, representam apenas um terço dos esforços necessários. Segundo Guterres, existem incentivos morais e financeiros para atuar mas falta, liderança e um verdadeiro sentimento de urgência com respostas a nível global. Segundo a ONU, são as nações mais ricas, as maiores responsáveis pela crise climática e por isso mesmo, têm um dever moral de ajudar através da diminuição das emissões e cedendo dinheiro e tecnologia aos países mais pobres, para enfrentar os efeitos das mudanças do clima.

António Guterres anunciou que organizará nas Nações Unidas uma cimeira mundial sobre o clima em setembro de 2019, um ano antes do prazo imposto aos signatários do Acordo de Paris para cumprir os seus compromissos. O secretário-geral da ONU, nomeou entretanto o mexicano Luis Alfonso de Alba, como seu enviado especial para preparar este encontro.

Portugal têm posições ambiciosas sobre o combate às alterações climáticas

São Francisco recebe Cimeira Mundial do Clima

A Cimeira Global de Ação Climática decorre até sexta-feira em São Francisco, na Califórnia e tem entre os principais oradores o ex-vice Presidente dos Estados Unidos Al Gore, o ator Alec Baldwin, o CEO da Unilever, Paul Polman, o ‘mayor’ de New York, Bill De Blasio, e o ator e vice administrador da Conservation International, Harrison Ford. A Associação Zero é uma das centenas de organizações que participam na Cimeira Global de Ação Climática, com o objetivo de “divulgar o que está a ser feito” em Portugal.

Segundo o presidente da Zero – Francisco Ferreira, a organização não-governamental pretende dar a conhecer aquilo que se está a fazer em Portugal em termos de política climática, o que inclui as metas de neutralidade de carbono nos próximos trinta anos e o recorde alcançado em março, na produção de energias renováveis.

A presença da Zero, que faz parte da rede internacional de ação climática CAN - International, está relacionada com as posições ambiciosas de Portugal no combate às alterações climáticas, disse Francisco Ferreira, referindo que o país, apesar de pequeno, está a fazer a transição energética e a trabalhar ativamente em políticas climáticas.