Fenómenos meteorológicos previstos para a Véspera e Dia de Ano Novo exigirão casacos grossos e uma condução responsável

Não se prevê chuva para a Véspera e Dia de Ano Novo, mas, mesmo assim, o tempo exigirá muita cautela em cidades como Vila Real, Bragança e Guarda, porque ainda haverá fenómenos de risco.
Com a iminente chegada no calendário da Véspera e do Dia de Ano Novo, os modelos meteorológicos revelam uma nova ‘invasão’ de ar ártico sobre a Europa, a poucos dias do fim do ano. Trata-se de um cenário que está praticamente confirmado.
Devido a fatores como a localização geográfica e o efeito termorregulador do Atlântico, Portugal continental sentirá a chegada deste ar frio apenas de ‘raspão’ em algumas zonas do Interior.

Não obstante, sem que o nosso país seja diretamente afetado pela invasão de ar muito frio, entre 31 de dezembro e 1 de janeiro haverá uma combinação atmosférica que será sem dúvida gelada.
Na madrugada do Ano Novo o frio intensificará e as geadas ganharão terreno
Pelas razões geográficas acima referidas, e apesar da aproximação desta massa de ar ao nosso país, Portugal continental mal será afetado pelo frio arrastado pelos ventos de Es-Nordeste que irá congelar a França, a Itália ou o Mediterrâneo oriental.
Assim, aquilo que realmente contribuirá para que o tempo arrefeça ainda mais na quarta (31) e na quinta-feira (1), serão as altas pressões que envolverão a Península Ibérica, deixando um ambiente tranquilo, de céu limpo ou pouco nublado, sem vento, o que favorecerá o arrefecimento radiativo.

Este processo atmosférico do arrefecimento radiativo ou por radiação acontece quando a superfície da Terra perde calor para o espaço exterior através da emissão de radiação infravermelha. Este fenómeno ocorre de baixo, a partir do solo, para cima, em direção à atmosfera. É o principal responsável pela descida das temperaturas durante as noites calmas e de céu limpo.
Nesta época do ano nem sempre é necessária a chegada de uma forte massa de ar polar para que o tempo fique mais frio ou gélido e ocorra a formação de gelo e geadas. Em noites longas e sem vento, o frio instala-se nos vales e nas zonas deprimidas por pura física: porque pesa mais.
A isto junta-se a perda de calor nas superfícies, que ocorre de forma muito eficiente nas condições anticiclónicas acima mencionadas. Com toda esta combinação, não surpreende a previsão de temperaturas mínimas de até -3 ºC em algumas capitais de distrito.
As capitais de distrito onde se preveem temperaturas mínimas negativas
As cidades portuguesas onde se prevê que o frio esteja mais intenso, com valores inferiores a 0 ºC, são as de Vila Real, Bragança e Guarda, que arrancarão o dia de Ano Novo com temperaturas de -2 a -3 ºC, de acordo com o modelo europeu.
Outras capitais de distrito, como Viseu, Braga, Coimbra, Castelo Branco ou Évora, poderão registar temperaturas mínimas na ordem dos 0 ou 1 ºC. Durante o dia de Ano Novo, as temperaturas máximas em todas estas cidades vão subir até valores entre os 6 e os 14 ºC.

Em todas estas cidades vai ser preciso agasalhar-se bem e, em muitas delas, será necessário ser extremamente cauteloso ao viajar na estrada. A combinação de temperaturas negativas e nevoeiro traduzir-se-á na formação de sincelo e de gelo em pavimentos ou rodovias, o que exigirá uma condução atenta e responsável.
No Porto e em Lisboa são expectáveis mínimas entre 3 e 5 ºC e uma máxima de 13 ºC. E para Faro, capital da região do Algarve, preveem-se os valores mais elevados de temperatura máxima (15 ºC) e mínima (8 ºC) no dia de Ano Novo em toda a unidade territorial do Continente, no que diz respeito às capitais de distrito.