Maldivas portuguesas? Não, este destino nacional é ainda melhor

Há quem lhe chame as Maldivas portuguesas. Nós chamamos-lhe paraíso. Conheça o segredo bem guardado do Algarve (mas não por muito mais tempo).

Ilha da Armona
Uma ilha sem carros. Foto: Junta de Freguesia de Quelfes

Há lugares que não gritam para serem descobertos — sussurram. A Ilha da Armona é um desses segredos que se passam entre amigos ao ouvido, como se cada pessoa quisesse partilhar uma joia rara, mas, ao mesmo tempo, tivesse medo de que toda a gente aparecesse no verão seguinte.

Curioso sobre este destino? Fica ali, mesmo em frente a Olhão, no Algarve, mas parece noutra galáxia. Não há carros, nem pressas, nem sapatos — e convenhamos, isso já é meio caminho andado para ser feliz.

Uns chamam-lhe “as Maldivas portuguesas”, outros preferem não compará-la a nada, porque a Armona tem luz própria (e areia branca a condizer).

Pode parecer exagero, sabemos, mas quem já lá foi sabe que não é. “As praias desta ilha oferecem paisagens espetaculares caracterizadas pelos extensos areais de cor branca e águas de um azul invejável”, garante um artigo publicado pelo ‘El HuffPost’.

Chegar lá é metade do encanto

Tudo começa no cais de Olhão, onde pode apanhar um ferry (não se preocupe, não balança muito) e fazer uma travessia de cerca de 15 minutos. O bilhete? Custa apenas 4,20€ ida e volta.

Durante a viagem, vai ter a primeira amostra da beleza natural da Ria Formosa, com os seus canais, bancos de areia e bandos de aves a sobrevoar como quem já sabe que ali vive-se bem.

Chegado à ilha, é impossível não reparar: não há trânsito. Literalmente. A Armona é uma ilha sem carros — o que, sejamos sinceros, já vale o bilhete.

Ali, caminha-se por ruas estreitas de areia, entre casas coloridas que mais parecem saídas de um postal vintage. Muitas destas casas, aliás, pertencem a antigos pescadores, embora hoje estejam ocupadas maioritariamente por veraneantes felizes da vida.

Praia à direita, sonho à esquerda

A Armona é feita para isto mesmo: andar a pé e a passo lento. Há quem se instale logo na praia junto ao cais, onde o mar é mais calmo, quase como uma piscina gigante. Mas, se quiser ir até ao outro lado da ilha (e, acredite, vale mesmo a pena), prepare-se para uma caminhada de cerca de 1,5 quilómetros por um passadiço de madeira sobre as dunas. A cada passo, o silêncio e a natureza tomam conta dos sentidos.

Do outro lado, o prémio é generoso: um areal interminável, com areia fina, branca e água cristalina. A praia tem Bandeira Azul e é vigiada durante o verão.

Se andar mais uns metros para leste, encontrará zonas quase desertas — até em pleno agosto. Há, mesmo, quem aproveite a privacidade para se libertar do fato de banho, já que a Federação Portuguesa de Naturismo recomenda a zona como “ideal para o naturismo”.

Dormir aqui? Sim, e num dos “parques de campismo mais originais do mundo"

Se um dia não chega (e não vai chegar), há a possibilidade de pernoitar. Aqui não há hotéis, é verdade, mas existe o parque de campismo Orbitur, com bungalows confortáveis a apenas 200 metros da praia.

Segundo o ‘Booking’, o parque tem Wi-Fi, zona de churrascos e até um parque infantil. Perfeito para famílias ou para quem gosta de um estilo de férias mais descontraído.

Aliás, não foi por acaso que a edição espanhola do ‘Huffington Post’ elogiou este camping e o considerou “único”. É, segundo o mesmo, um dos “parques de campismo mais originais do mundo, situado numa ilha paradisíaca”.

Orbitur
Em destaque na imprensa espanhola. Foto: Orbitur

E, claro que comer bem é obrigatório. Depois de um dia de banhos e caminhadas, nada como um jantar com peixe fresco ou marisco da ria. Por ali encontrará alguns restaurantes (não muitos, felizmente), mas todos com um ambiente informal e pratos que cheiram mesmo a Algarve.

Nada de menus complicados — aqui é tudo simples, bem feito e com sabor a mar.

É verdade que a Ilha da Armona não tem resorts de cinco estrelas nem discotecas de luxo. Mas tem o que muitas vezes falta nos destinos turísticos da moda: autenticidade, sossego e uma beleza natural que nos faz sentir privilegiados só por estar ali.

Da próxima vez que pensar em Maldivas, pense melhor. Pode ser que o paraíso esteja logo ali, à distância de um ferry e de um par de chinelos.