Hoje fazem 75 anos desde o bombardeamento atómico a Hiroshima

Hiroshima assinala esta quinta-feira, dia 6 de agosto, o 75.º aniversário do bombardeamento atómico da cidade japonesa, que vitimizou cerca de 140 mil pessoas. Saiba mais aqui!

Explosão de bomba atómica.
O autarca da cidade japonesa e o primeiro-ministro aproveitaram esta data, no ano passado, para renovarem os pedidos para a eliminação das armas nucleares.

Os bombardeamentos atómicos das cidades de Hiroshima e Nagasaki foram realizados pelos Estados Unidos contra o Império do Japão, durante o final da Segunda Guerra Mundial, em agosto de 1945. Sendo este o primeiro e único momento da História em que armas nucleares foram utilizadas numa guerra e contra alvos civis.

Hiroshima durante a Segunda Guerra Mundial

Hiroshima era uma importante cidade industrial e militar, onde algumas unidades militares estavam localizadas nas proximidades. Esta era, ainda, defendida por cinco baterias antiaéreas, da 3ª Divisão antiaérea.

A cidade era um centro de comunicações, um porto-chave para o transporte marítimo e uma área de reunião para tropas. Era, também, a segunda maior cidade do Japão depois de Quioto, que ainda não tinha sido danificada por ataques aéreos, devido ao facto de que não dispunha de indústria de fabricação de aviões, que era o alvo prioritário do Comando de Bombardeio XXI.

O centro da cidade continha vários edifícios de betão e estruturas mais leves. Adjacente ao centro, a área estava congestionada por um denso aglomerado de oficinas de madeira, construídas entre as casas. Algumas plantas industriais maiores ficavam perto da periferia da cidade.

As casas eram de madeira com telhados de telha e muitos dos edifícios industriais também eram construídos em torno de estruturas de madeira. A cidade como um todo, era extremamente vulnerável ao fogo.

No momento do ataque, a população de Hiroshima era de, aproximadamente, 350 mil pessoas. Apesar da especulação de que a cidade iria ser salva para se tornar a sede da ocupação norte-americana, as autoridades da cidade (mais realistas) tinham ordenado a destruição de edifícios para criar longas retas de aceiros - faixa de terra arroteada, dentro ou em volta das herdades, para evitar a comunicação do fogo ou facilitar o trânsito de carros -, a partir de 1944. Os aceiros continuaram a ser ampliados até à manhã de 6 de agosto, de 1945.

O bombardeamento

Durante a noite, entre 5 e 6 de agosto, os radares japoneses detetaram a aproximação de inúmeros aviões norte-americanos que se dirigiam para o sul do Japão. O radar detetou 65 bombardeiros em direção à cidade de Saga, 102 com destino a Maebashi, 261 a caminho de Nishinomiya, 111 para Ube e 66 com destino a Imabari.

Um alerta foi dado e a radiodifusão foi suspensa em várias cidades, entre elas Hiroshima. O alerta de evacuação soou em Hiroshima, pela primeira vez, às 00:05h, e, novamente, às 07:09. Às 08:09 Tibbets (que pilotava o B-29 Enola Gay, do 393º Esquadrão de Bombardeio) começou a armar as bombas e entregou o controlo do bombardeiro ao Major Thomas Ferebee.

Às 08:15h (horário de Hiroshima), deu-se o lançamento da Little Boy, com cerca de 64kg de urânio-235, que correu como esperado, sendo que demorou 44,4 segundos para cair do avião e atingir a cidade.

Foram diversos os alertas dados pelos radares japoneses a informar da chegada dos aviões norte-americanos. Cerca de 8h depois do primeiro alerta de evacuação de Hiroshima, a bomba atómica Little Boy atingiu a cidade.

O Enola Gay ainda conseguiu viajar por 18.5km, antes de ser atingido pelas ondas de choque da explosão. Devido ao vento cruzado, a bomba errou o ponto-alvo, a Ponte Aioi, por cerca de 240m, e explodiu diretamente sobre o Hospital Shima.

O raio de destruição total foi de cerca de 1.6km, causando incêndios numa área de 11km2. As pessoas, que estavam perto do acontecimento, relataram ter visto um grande clarão seguido de um estrondo. Cerca de 30% da população de Hiroshima (70 mil pessoas) foi morta pela explosão e pelos consequentes incêndios e outras 70 mil ficaram feridas.