Kariba será a primeira elefanta a chegar ao santuário do Alentejo, mas precisa de doações para financiar a viagem
Conheça a incrível história de um animal com uma vida sofrida que, com o seu contributo, pode vir agora a ser feliz nas planícies alentejanas.

Kariba não teve uma vida fácil. Era ainda bebé quando, no início dos anos de 1980, caçadores furtivos a tiraram da família, nas savanas do Zimbabué, na África Austral.
Durante duas décadas, a elefanta viveu em cativeiro, saltando de circo em circo, por vários países europeus até ser transferida, em 2012, para o Jardim Zoológico de Olmen, na Bélgica — que mais tarde se tornou o Parque Pakawi.
Kariba viu-se subitamente sozinha e foi ficando a cada dia mais triste. É preciso perceber que os elefantes são animais muito sociais e vivem em grupo familiares matriarcais, unidos por laços fortes e capazes de demonstrar emoções como empatia e luto.

Cientes de que Kariba já não era feliz, os cuidadores do Parque Pakawi começaram a procurar uma solução definitiva para a elefanta.
Foi então que surgiu a hipótese de ser transferida para Portugal. Kariba vai ser a primeira inquilina do Parque Pangea – um santuário para elefantes único na Europa, que já aqui foi notícia num artigo publicado em inícios de novembro.
A preparação para a longa viagem
Entre os municípios de Vila Viçosa e Alandroal, no Alentejo, a organização internacional Pangea Trust, adquiriu três propriedades, com cerca de 400 hectares onde espera vir a acolher até 24 elefantes resgatados de cativeiros de todos os pontos da Europa.
Nestas planícies alentejanas povoadas de azinheiras, sobreiros e olivais, os animais vão ter cuidados veterinários especializados, podendo vaguear, procurar alimento e socializar, contribuindo também para restaurar a biodiversidade dos terrenos.
Transportar um elefante por dois mil quilómetros é uma tarefa altamente complexa. A preparação começou há quase três meses com exames médicos, construção de uma caixa de transporte especialmente concebida para esta viagem, coordenação logística entre as equipas em Portugal e na Bélgica e ainda cuidados veterinários contínuos.
Campanha de angariação de fundos
Mas estas operações envolvem custos significativos — e é por isso que as organizações envolvidas nesta operação lançaram uma campanha de angariação de fundos. O transporte de Kariba, desde a Bélgica até Portugal, irá custar mais de 120 mil euros.
Tommy Pasteels, Diretor do Parque Pakawi
Para os promotores, cada contribuição, grande ou pequena, irá aproximar Kariba da sua nova casa e ajudar a financiar a sua vida em Portugal com alimentação, cuidados veterinários e bem-estar diário.

Kariba, segundo a Pangea, é a última representante africana da espécie em zoos da Bélgica. A sua chegada ao Alentejo será para as organizações envolvidas o culminar de um longo caminho percorrido por esta elefanta, provando valer a pena lutar por um futuro melhor.
Referências da notícia
Consulte o website Project Kariba se quiser fazer uma doação