Furacões: uma das temporadas mais ativas registadas até agora

Após um número recorde de tempestades no oceano Atlântico, nos últimos dois meses, incluindo cinco que atingiram os Estados Unidos, os cientistas atualizaram a sua previsão para o que resta desta temporada de furacões, afirmando que é provável que seja extremamente ativa. Saiba tudo aqui!

Temporada de furacões; tempestades; Atlântico
Em Maio previam uma temporada ativa, com 12 a 19 tempestades nomeadas.

Gerry Bell, o principal autor das previsões da temporada de furacões, da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), disse que há a probabilidade de haver entre 19 a 25 tempestades nomeadas, a maioria com ventos sustentados acima de 61 km/h. Destas, entre 7 a 11 podem ser furacões, com ventos de 119 km/h ou superiores. A temporada termina no dia 30 de novembro.

“Nunca foi prevista uma temporada de até 25 tempestades nomeadas, antes”, disse Dr. Bell, que afirma também, que é improvável que a temporada seja tão ativa como foi em 2005, quando houve 28 tempestades nomeadas e o Serviço de Meteorologia teve que recorrer ao uso do alfabeto grego para as últimas.

A previsão para grandes furacões, com ventos superiores a 177 km/h (os mais destrutivos), não foi alterada, em relação às previsões da pré-temporada dos cientistas, publicadas em maio.

Temporada 2020

A temporada, que começou oficialmente no dia 1 de junho, já viu nove tempestades nomeadas, incluindo a última, o furacão Isaias, que atingiu as Bahamas e a costa leste dos Estados Unidos. Este é o maior número de tempestades alguma vez registado, nos primeiros dois meses.

Estes meses costumam ser relativamente calmos. Normalmente, cerca de 95 por cento das tempestades ocorrem entre meados de agosto e o final de outubro, quando as temperaturas do oceano atingem o seu pico e as condições atmosféricas na costa da África favorecem a formação de tempestades.

Até agora, cinco das tempestades atingiram os Estados Unidos - três tempestades tropicais e os furacões Hanna e Isaias.

Influência climática

Bell afirma que é muito cedo para dizer se as alterações climáticas estão a contribuir para esta atividade, já que esta é muito afetada por dois elementos do sistema climático do planeta - as variações naturais, ao longo de décadas, nas temperaturas da superfície do mar no Atlântico Norte e as variações de temperatura, de curto prazo, no Oceano Pacífico Equatorial.

Para já, estima-se que as variações naturais no Atlântico Norte e as variações de temperatura, de curto prazo, no Pacífico Equatorial são as principais causas desta temporada mais ativa.

A variabilidade do Atlântico Norte levou ao aumento da atividade geral de furacões desde 1995. Este ano, as condições no Pacífico Equatorial - arrefecimento das temperaturas, da superfície do mar, à medida que o padrão climático conhecido como La Niña começa a emergir - podem estar a ajudar no aumento da atividade.