Agricultura nas Escolas. Projeto envolveu 370 crianças de escolas básicas de Lisboa, Porto e Oeiras durante um semestre
O objetivo é a sensibilização das crianças do ensino básico para temas como a produção agropecuária, a importância dos alimentos na saúde, a proteção da saúde das plantas e dos animais e a manutenção do equilíbrio ambiental.

A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), em colaboração com a Direção-Geral da Educação (DGE) e com o apoio da Secretaria de Estado da Agricultura, lançou, durante o primeiro semestre deste ano, o projeto Agricultura nas Escolas.
No âmbito dessa parceria, foram distribuídas pequenas ferramentas às crianças para semear e plantar, fichas com informação sobre as culturas agrícolas e etiquetas para identificação das espécies plantadas.
Os conteúdos didáticos, preparados pelo Ministério da Educação e a DGAV, abordaram aspetos relacionados com a caracterização, o desenvolvimento e as várias utilizações dos cereais e das hortícolas na alimentação e na indústria.
Durante a primeira sessão do projeto, que teve lugar a 9 de janeiro, foi realizada uma sementeira de trigo e cevada.
Aos alunos, foram distribuídos materiais didáticos e instalado um hotel para insetos polinizadores na horta pedagógica das escolas, reforçando, assim, a componente ambiental e de biodiversidade do projeto.

Os objetivos associados a esta iniciativa passam por sensibilizar as crianças do primeiro ciclo do ensino básico para temas como a produção agropecuária, a importância dos alimentos na saúde, a proteção da saúde das plantas e dos animais e a manutenção do equilíbrio ambiental.
Acompanhar o ciclo de crescimento
Num comunicado divulgado esta semana, a DGAV refere que os responsáveis das escolas falaram de uma experiência que “permitiu às crianças acompanhar, de forma direta, o ciclo de crescimento das plantas”.
Este projeto piloto movimentou cerca de 370 crianças de quatro escolas do ensino básico situadas nos concelhos de Lisboa, Porto e Oeiras. Envolveu toda a comunidade educativa - alunos, professores, auxiliares e associações de pais - e, segundo a DGAV, gerou “uma grande participação” nas ações e na promoção das diversas atividades.
“Os alunos puderam refletir sobre temas relacionados com a temática da agricultura, a alimentação saudável, a importância do trabalho dos agricultores para benefício de toda a sociedade e o seu papel na preservação do meio rural e da proteção do ambiente e de “Uma Só Saúde”.
Conceito "Uma Só Saúde"
O conceito de “Uma Só Saúde” reconhece que a saúde humana está intimamente ligada à saúde dos animais e ao meio ambiente e que, por exemplo, a alimentação animal, a alimentação humana, a saúde animal e humana e a contaminação ambiental estão intimamente ligadas.
Daí que a monitorização, vigilância e controlo de agentes infeciosos que podem cruzar espécies e barreiras ambientais sejam considerados pela DGAV como “imperativos”.

Em linha com o conceito “Prevenir-Detetar-Responder”, o foco principal de “Uma Só Saúde” é reforçar a colaboração entre instituições, melhorando a cooperação transdisciplinar e integração de atividades por meio de projetos de pesquisa conjunta, projetos integrativos conjuntos e através de educação e formação nas áreas das zoonoses transmitidas por alimentos, resistência antimicrobiana e ameaças emergentes.
Semear trigo e cevada nas escolas
O projeto Agricultura nas Escolas é uma dessas iniciativas. Através dele, e neste primeiro semestre de 2025, os alunos tiveram a oportunidade de plantar nas respetivas hortas escolares várias sementes de trigo e de cevada, assim como jovens plantas de alfaces e de curgetes.
Na Escola Básica São João de Brito, em Alvalade, por exemplo, o exercício de sementeiras, a 10 de janeiro, foi antecedido por uma introdução sobre a importância de nos tornarmos defensores da saúde das plantas. Foram apresentadas algumas atividades e distribuídos materiais didáticos sobre “Raças Autóctones Portuguesas” e “Plantas Saudáveis Planeta Saudável”.
“Um mês depois, o 3ºano foi para a horta da escola, e dividiram os espaços das terras, trabalharam na preparação do solo e semearam novas plantas. Além disso, colocaram um hotel para insetos, criando um abrigo para joaninhas, abelhas e outros pequenos ajudantes da natureza.
No Porto, na Escola Básica do Falcão, a apresentação do projeto no Porto foi acompanhada pelo então secretário de Estado da Agricultura, João Moura, e pelo representante da Direção-Geral da Educação, Rui Lima, que não teve dúvidas em afirmar que “as gerações vindouras deverão adotar práticas para uma agricultura equilibrada, próspera e sustentável”.
Experiência "muito enriquecedora"
Nesta Escola do Porto, desde 31 de janeiro, quando as atividades arrancaram no terreno, as culturas de trigo e cevada desenvolveram-se naturalmente e, passado um semestre letivo, encontram-se atualmente na fase da ceifa.
Representantes da Escola Básica do Falcão referem que “as crianças têm acompanhado regularmente o crescimento das plantas, revelando grande curiosidade e envolvimento em cada visita à horta”.
A DGAV explica, citando elementos da Escola, que “este acompanhamento tem sido uma experiência muito enriquecedora, tanto do ponto de vista pedagógico como do ponto de vista emocional e sensorial”, nomeadamente ao nível curricular, já que “o projeto permitiu integrar, na disciplina de Estudo do Meio, o estudo das plantas através da observação direta e prática”.
Foram trabalhados conteúdos como o tipo de raiz, caule, folha (forma, persistência), flor, fruto e semente, promovendo uma aprendizagem mais concreta e significativa”.