A fragilidade dos recursos hídricos

Os padrões do clima impactam, determinantemente, na distribuição espacial e temporal do recurso água em todo o planeta.

O cepticismo ainda existente, representa um obstáculo à gestão da água, condicionando acções de mitigação com efeito imediato.

As alterações nos padrões do clima (particularmente o aumento da temperatura do ar) potenciam o risco imposto pela crescente população, industrialização, mudanças no uso da terra associadas à agricultura e à pecuária intensivas, problemas associados à perda de biodiversidade e impactes no ciclo hidrológico que, no longo prazo, aumentam o risco de extremos hidrológicos, como consequência de mudanças no padrão de transporte de humidade atmosférica.

Ou seja, os potenciais impactes das Alterações Climáticas são uma realidade cada vez mais constatável, sendo premente a estruturação de planos de adaptação assentes na redução das vulnerabilidades do ser humano face, (no caso) ao sector hídrico, planos esses balizados numa preocupação em proteger e recuperar os ecossistemas envolvidos na manutenção dos recursos e serviços hídricos. E este é um problema com influência crescente nos diversos países do planeta.

Cresce assim a importância no estabelecimento de um equilíbrio entre a procura e a oferta de água, no sentido de minimizar as necessidades pelo bem água, sendo fundamental, não só uma intervenção/responsabilização governamental, assim como, a envolvência activa das diversas áreas da sociedade civil e organizações, na implementação de estratégias realmente efectivas e eficazes - iniciativas que incluam:

Medidas importantes na gestão da água

  • defesa e gestão de resposta a situações de cheia (considerando a conjugação de eventos de precipitação extrema com a alteração do uso do solo - crescente expansão e impermeabilização, e que contribuem para a diminuição da capacidade de funcionamento dos sistemas/redes de drenagem, subdimensionadas e obsoletas),
  • protecção das zonas costeiras e gestão da escassez de água,
  • a criação de reservas adicionais de água para lidar com episódios de seca,
  • melhorias no tratamento da água, que tenderá a diminuir de qualidade, devido ao aumento dos graus e volumes de poluição,
  • planos de gestão das margens, para proteccão das bacias hidrográficas.
Muitas são as evidências de que o clima na Terra está a mudar, em relação ao vivenciado ao longo dos doze mil anos de existência humana.

É assim de crescente importância, a consciencialização para os cenários dos efeitos das Alterações Climáticas, particularmente nos recursos hídricos, com a premência de um eficaz planeamento e gestão, decorrentes da redução das disponibilidades de água, do aumento da variação sazonal do escoamento, do evidente aumento das necessidades de água no sector agrícola (destacar a crescente cultura dos cash crops, e os tipos de culturas descontextualizados das actuais condições meteorológicas das diferentes regiões), assim como do perigoso aumento dos problemas da qualidade de água.

Reiterar assim que, a diminuição potencial das disponibilidades de água, e o aumento das assimetrias sazonais, juntamente com a ocorrência de condições mais restritivas, em termos da qualidade de água e de risco de cheias, apenas asseveram a importância da premência na adopção depolíticas de gestão da água.

Baseadas num sólido e verídico conhecimento da realidade dos recursos hídricos, a nível planetário, deve ser aplicadas a fim de minimizar os efeitos das incontornáveis alterações nos ciclos dos padrões climáticos, em termos do condicionamento das práticas de gestão da água.