À descoberta do Objeto de Hoag, um dos grandes mistérios do Universo: eis as fantásticas imagens desta estranha galáxia

O Objeto de Hoag é uma estranha e rara galáxia anelar situada a 600 milhões de anos-luz de distância da Terra. Foi descoberta em 1950 pelo astrónomo Arthur A. Hoag. Afinal, o que torna este objeto celeste tão peculiar?

O Objeto de Hoag é uma galáxia estranha e extremamente rara, em forma de anel, que se localiza a 600 milhões de anos-luz de distância da Terra, tendo sido descoberto em 1950 pelo astrónomo Arthur A. Hoag (1921-1999). É ligeiramente maior que a nossa Via Láctea e possui aproximadamente 120.000 anos-luz de diâmetro. Após várias décadas, este evento cósmico captado pelo telescópio espacial Hubble (NASA) continua a intrigar os cientistas quanto à sua origem. Porquê?

Até hoje os astrónomos não sabem como o Objeto de Hoag se formou. Observando atentamente a Constelação da Serpente, é possível ver-se uma galáxia dentro de uma galáxia que, por sua vez, está dentro de outra galáxia.

Nas imagens captadas pelo Telescópio Hubble da NASA vê-se um anel brilhante constituído por milhares de milhões de jovens estrelas azuis que formam um círculo perfeito em redor de uma esfera mais pequena e mais densa de estrelas vermelhas, provavelmente mais velhas. No espaço escuro entre os dois círculos estelares, outra galáxia em forma de anel e muitíssimo mais distante de nós, também está à espreita.

Até hoje os astrónomos continuam sem saber o que terá causado este fenómeno cósmico e extremamente raro. Afinal de contas, as galáxias anelares - como o Objeto de Hoag - representam menos de 0,1% de todas as galáxias existentes. Mas o que são galáxias anelares?

Nesta fotografia observa-se uma das poucas galáxias em forma de anel conhecidas no Universo: a NGC 6028, descoberta a 14 de março de 1784 pelo astrónomo William Herschel. Fonte: Sloan Digital Sky Survey

Basicamente, as galáxias anelares (ou em anel) eram galáxias normais em forma de disco que se deformaram após uma colisão com uma pequena galáxia há milhares de milhões de anos.

As várias teorias sobre a formação do Objeto de Hoag

Na altura da sua descoberta sugeriu-se que o Objeto de Hoag se podia tratar de uma nebulosa planetária, contudo essa hipótese foi rapidamente descartada e, posteriormente, confirmou-se que na verdade era uma galáxia.

Arthur Hoag propôs que a formação dos anéis era somente uma ilusão de ótica provocada por lentes gravitacionais, um efeito que acontece quando corpos de grande massa dobram e ampliam a luz. Porém, estudos elaborados mais tarde refutaram esta hipótese.

Outra hipótese sugere que o Objeto de Hoag já foi uma galáxia em forma de disco devido à colisão com uma galáxia vizinha e mais pequena, ocorrida algures nos últimos 3 mil milhões de anos. A colisão teria produzido uma onda de densidade no disco que levou a uma forma característica de anel (imagine que é aberto um buraco na “barriga” do disco), distorcendo permanentemente a sua força gravitacional.

Porém, se a colisão realmente aconteceu nos últimos três mil milhões de anos, deveria ser possível aos astrónomos conseguir observar as consequência da mesma - e nenhuma evidência foi encontrada. Se realmente houve uma colisão cósmica no centro desta galáxia, provavelmente terá sido há muito mais tempo, o que fez com que qualquer prova desaparecesse.

O que é certo no meio disto tudo é que os astrónomos continuam sem desvendar a origem deste intrigante fenómeno cósmico. O Objeto de Hoag é, à data, um dos grandes mistérios do Universo, já que ninguém sabe ao certo como se formou.