Tempo em Portugal até 6 de julho: seco, quente, mas também com nortada. Eis o que esperar da meteorologia na sua região!

A semana de 30 de junho a 6 de julho será dominada pela ausência de precipitação em Portugal Continental e nas ilhas. Apesar da instabilidade em altura, espera-se tempo seco, com exceção de aguaceiros muito localizados. Saiba mais aqui!
A primeira semana de julho apresenta um cenário meteorológico típico de verão: ausência de precipitação significativa, vento do quadrante norte (nortada) e persistência de calor no interior do país. A circulação atmosférica será dominada pela presença do anticiclone a oeste da Península Ibérica, favorecendo um fluxo seco de norte que, apesar de trazer alguma instabilidade em altitude, não deverá resultar em precipitação relevante.
Início da semana com depressão em altitude, mas sem precipitação
No início desta semana, encontra-se em formação uma depressão em altitude a sudoeste de Portugal Continental, que poderia sugerir alguma instabilidade. Contudo, os modelos convergem na ideia de que este sistema terá pouca expressão prática em termos de precipitação. Poderão ocorrer aguaceiros muito localizados nas áreas montanhosas do interior norte e centro, especialmente durante as tardes, mas sem impacte significativo. No restante território continental, o tempo será seco.
Na terça-feira, 1 de julho, a nortada começa a ganhar força, promovendo o afastamento de nebulosidade costeira e o arrefecimento do litoral ocidental. No interior, o calor ainda será intenso, mas mesmo aí se prevê uma ligeira descida térmica face ao fim de semana anterior. A presença de ar mais seco e a intensificação do vento contribuirão para a estabilização das condições meteorológicas.

Quarta e quinta-feira trarão uma consolidação deste padrão seco. O vento de norte será moderado a forte, especialmente nas regiões ocidentais e nas terras altas. Este fluxo contribui não apenas para manter o céu limpo, mas também para a dispersão de qualquer humidade residual, impedindo o desenvolvimento vertical das nuvens.
Na sexta-feira, 4 de julho, é o dia mais incerto da semana. Enquanto algumas simulações apontam para um ligeiro reforço da massa de ar quente e, consequentemente, uma subida das temperaturas (sobretudo no interior), outras mantêm o padrão de nortada e tempo estável. Em ambos os cenários, não se antecipa precipitação. A atmosfera permanecerá relativamente seca, sem mecanismos suficientes para desencadear instabilidade significativa.
Fim de semana e ilhas com tempo seco; calor pode intensificar-se na segunda semana de julho
O fim de semana de 5 e 6 de julho deverá prolongar este cenário de tempo seco. Embora haja divergência entre os modelos no que respeita à intensidade do calor, os modelos usados pela nossa equipa sugerem que as temperaturas máximas podem ascender aos 35 °C no sábado, com ausência de precipitação sobre o território continental.
Em contraste, outras regiões da Europa Ocidental, como França e Espanha, poderão ser afetadas por instabilidade associada à deslocação de uma depressão em altura. No entanto, Portugal ficará à margem dessa perturbação.

Nos Açores, o cenário é igualmente tranquilo. A presença do anticiclone dos Açores garantirá uma semana maioritariamente seca, com apenas a possibilidade de alguns aguaceiros fracos e dispersos, sobretudo nas ilhas do grupo central e ocidental. Estes episódios, se ocorrerem, serão passageiros e com acumulados insignificantes. O fluxo rodará gradualmente para nordeste e leste, favorecendo a estabilização do tempo e uma subida ligeira das temperaturas.
Na Madeira, o padrão atmosférico é semelhante. O vento de nordeste será mais forte esta semana, trazendo consigo alguma nebulosidade, especialmente nas vertentes voltadas a norte e nas áreas montanhosas, onde poderão ocorrer chuviscos ocasionais. Contudo, no Funchal e nas áreas mais abrigadas do sul da ilha, prevê-se uma semana soalheira e quente, com temperaturas máximas entre os 26 e 28 °C. A precipitação, tal como no resto do país, será ausente ou meramente residual.
Em termos de previsão alargada, os modelos indicam uma tendência para subida das temperaturas na segunda semana de julho, ainda que os sinais não sejam totalmente claros. Apesar da ausência de indicadores robustos, os ensembles do modelo ECMWF, usados pela nossa equipa da Meteored, sugerem uma possível intensificação do calor a partir de 8 ou 9 de julho. Num verão que tem sido marcado por anomalias térmicas positivas, esta possibilidade não pode ser descartada.
A ausência de precipitação, embora típica para esta altura do ano, continua a acentuar o défice hídrico acumulado desde a primavera no sul do país, agravado pela escassez de episódios de trovoada, que têm sido menos frequentes do que o habitual. As previsões para as próximas duas semanas não apontam para mudanças significativas neste domínio, o que poderá ter implicações no abastecimento hídrico e no risco de incêndio, especialmente em regiões do interior.