Próximos dias em Portugal com sol e calor a rondar os 30 ºC, mas Humberto e Imelda podem mudar o tempo no fim de semana

Portugal continental inicia a semana com dias de verão fora de época, temperaturas que podem atingir os 30 ºC e noites com temperaturas elevadas no Sul. O anticiclone regressa e garante estabilidade até sexta-feira, mas Humberto e Imelda podem alterar o cenário no fim de semana.

A semana de 29 de setembro a 5 de outubro de 2025 arranca com uma atmosfera tipicamente estival em pleno outono. Depois da passagem da depressão Gabrielle, que trouxe episódios de chuva, vento e agitação marítima, regressa o anticiclone acompanhado por uma dorsal africana que transporta ar quente em altitude. As temperaturas a 850 hPa, ou seja, aproximadamente 1500 metros de altitude, deverão situar-se entre os 16 ºC e os 18 ºC, valores vários graus acima do normal para esta época.

Temperaturas elevadas nesta semana, com valores próximos e acima dos 30 ºC

Em Portugal continental, o cenário até quinta-feira será dominado por céu pouco nublado ou limpo, vento geralmente fraco a moderado e calor persistente. Logo na segunda-feira o vento sopra de nordeste, rodando para norte ao longo da tarde, garantindo tempo seco e estável. O mar acalma gradualmente após a agitação do fim de semana anterior.

Na terça-feira as condições mantêm-se semelhantes, com subida ligeira das temperaturas que se aproximam dos 30 ºC em várias regiões do interior e do Sul. Quarta-feira deverá ser o dia mais quente da semana, com máximas acima dos 30 ºC em muitos locais, designadamente no Vale do Tejo.

Temperaturas sobem em várias regiões, cifrando-se em valores próximos dos 30 ºC em várias localidades.
As temperaturas máximas aproximam-se dos 30 ºC em várias regiões do interior e do Sul. O Vale do Tejo é uma das áreas mais afetadas pela subida das temperaturas.

As noites também serão excecionalmente quentes, sobretudo no Sul, onde se preveem mínimas próximas e acima dos 20 ºC, configurando-se particularmente elevadas para a época em Lisboa, Algarve e partes do Alentejo. No interior Norte e Centro, as mínimas ficam mais baixas, mas ainda acima do esperado para finais de setembro. A humidade relativa noturna será bastante reduzida no interior, aumentando o risco de incêndio, que deverá atingir níveis muito elevados a extremos no final da semana.

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Quinta e sexta-feira prolongam o padrão de calor, mas com uma nuance: na sexta poderá entrar um fluxo ligeiramente mais húmido de oeste, originando neblinas ou nevoeiros no litoral ocidental, sobretudo de madrugada, dissipando-se rapidamente durante a manhã.

A partir de sexta-feira, o tempo pode alterar-se em função de furacão Humberto e tempestade Imelda

A incerteza cresce a partir de sexta à noite e durante o fim de semana. O furacão Humberto, já de categoria 5, e a tempestade tropical Imelda, que deverá evoluir para furacão, encontram-se em plena atividade no Atlântico Norte. Embora não representem ameaça direta para Portugal nem para os Açores, ambos interagem entre si através do chamado efeito Fujiwhara, que os fará descrever trajetórias em espiral e deslocarem-se para nordeste, arrastando consigo o anticiclone.

Esta deslocação pode provocar alterações na circulação atmosférica sobre a Península Ibérica e a Europa Ocidental. Para Portugal, os cenários mais prováveis apontam para uma descida de temperatura no litoral, manutenção do calor no interior, reforço da nortada e um pouco mais de humidade.

Temperaturas mantêm-se elevadas no interior no fim de semana, mas atividade intensa no Oceano deve causar uma diminuição da temperatura no litoral.
Com a atividade intensa no Atlântico Norte, do furacão Humberto e da tempestade Imelda, prevê-se uma alteração do padrão atmosférico para o fim de semana, com a descida das temperaturas no litoral e a persistência de temperaturas elevadas no interior.

Não se prevê chuva significativa, mas o quadro poderá sofrer ajustes rápidos. Olhando já para a segunda semana de outubro, o papel de Humberto e Imelda poderá ser decisivo. Humberto poderá atingir o Reino Unido como tempestade extratropical, enquanto Imelda seguirá uma trajetória semelhante. Esta evolução poderá arrastar o anticiclone para oeste e abrir espaço à entrada do fluxo atlântico em direção à Península Ibérica.

Para Portugal, isso significaria mais nortada, aumento da nebulosidade no litoral e uma descida das temperaturas entre os dias 7 e 11 de outubro. Ainda assim, mantém-se a tendência para tempo seco na primeira quinzena do mês, com precipitação abaixo da média em Portugal continental e Madeira, e maior probabilidade de instabilidade nos Açores.