Saiba qual a temperatura ideal para a sua casa, sem prejudicar a sua saúde!

Uma casa muito quente ou muito fria pode ser prejudicial para a saúde, por isso veja aqui qual a temperatura ideal para se sentir confortável dentro de sua casa.

Conforto térmico
A exposição a temperaturas frias ou quentes está associada a mortes prematuras.

Quando falamos em saúde e bem-estar, pensamos frequentemente na dieta, no exercício e no sono, mas um fator que é por vezes ignorado é a temperatura das nossas casas. A temperatura do nosso espaço habitacional pode ter um impacto significativo na saúde e no conforto.

Na década de 1860, o médico alemão Carl Wunderlich, segundo um artigo da BBC, mediu a temperatura das casas de cerca de 25.000 pessoas e descobriu que a média era de 37 ºC.

Este valor tem sido amplamente aceite desde então. No entanto, novos dados sugerem que isto não é rigorosamente verdade. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a temperatura corporal pode variar entre indivíduos, o sexo, o metabolismo, as hormonas, a atividade, a idade e até a menstruação.

Temperatura ideal de acordo com o tipo de clima

Para os países com climas temperados ou mais frios, as orientações da OMS afirmam que uma temperatura ambiente de 18 ºC é suficientemente segura para nos proteger dos efeitos nocivos do frio.

Aquecimento
O aumento exponencial dos custos da energia encarece o aquecimento para algumas famílias, levando-as a ter que resistir ao frio em casa.

Pois estar num ambiente frio, húmido ou com correntes de ar tem consequências negativas para a saúde física e mental, como o agravamento da asma e o aumento do risco de doenças cardíacas.

“Reconhecemos que as casas saudáveis são um dos elementos fundamentais para uma boa saúde. Isso significa que as casas acessíveis, seguras, confortáveis e acolhedoras ajudam a proteger a nossa saúde e apoiam as nossas comunidades a serem saudáveis e resilientes”, afirma Rebecca Hill, especialista sénior em saúde pública da Public Health Wales no Reino Unido.

Uma casa fria pode trazer problemas para a saúde, porém, o sobreaquecimento é também um risco para a saúde das pessoas que vivem em climas mais quentes, com uma maior probabilidade de exaustão pelo calor e de insolação, uma vez que o corpo tenta desesperadamente arrefecer-se, o que, por sua vez, coloca o coração e os rins sob pressão.

O problema do sobreaquecimento

O sobreaquecimento também pode agravar as doenças existentes e ter um impacto negativo na saúde mental, tendo sido encontradas ligações com um maior risco de suicídio.

Segundo uma investigação do Public Health Wales no Reino Unido, demonstrou uma ligação global entre a exposição ao frio e ao calor e a mortalidade no século XXI, tendo os especialistas apelado a uma maior sensibilização do público para as temperaturas não ideais como um risco para a saúde.

Este problema está a tornar-se cada vez mais grave devido às alterações climáticas e ao aumento da duração e da intensidade dos fenómenos meteorológicos extremos.

Os bebés, as crianças pequenas e as pessoas idosas são também particularmente vulneráveis, uma vez que são menos capazes de manter uma temperatura corporal central, equilibrando a produção e a perda de calor.

Referência da notícia

Prof Qi Zhao, Prof Yuming, Tingting Ye, Prof Antonio Gasparrini, Prof Shilu Tong, Ala Overcenco, et al. "Global, regional, and national burden of mortality associated with non-optimal ambient temperatures from 2000 to 2019: a three-stage modelling study", 2021.