O desenvolvimento da defesa contra um tsunami

As colinas dispostas estrategicamente ao longo da costa podem ajudar a combater a destruição por parte de um tsunami. Como? Saiba mais aqui!

Onda de tsunami
Para algumas comunidades, as colinas podem oferecer uma proteção melhor do que os paredões.

Estas são as conclusões de um artigo revisto por uma equipa de investigadores que tentaram quantificar a interação das diferentes ondas de tsunami com vários tipos de relevo dispostos junto à linha de costa. A pesquisa foi publicada no dia 4 de maio, na revista Proceedings da National Academy of Sciences.

Os paredões são a abordagem convencional mais utilizada para mitigar o risco de tsunami. Porém, estes tendem a ser de custo elevado, assim como, um obstáculo para o turismo local e para as indústrias pesqueiras, sendo também, prejudiciais às comunidades costeiras e ambientalmente destrutivos - disse a autora do estudo Jenny Suckale, professora assistente de geofísica na Escola da Terra, Ciências Energéticas e Ambientais, na Universidade de Stanford. Os paredões não só podem criar uma falsa sensação de segurança que pode desencorajar evacuações rápidas, explicou Suckale, como também, caso estes se desmonorem, as consequências podem ser desastrosas.

Os paredões podem acabar por se fragmentar em blocos que as ondas do tsunami poderão lançar pela cidade.

Ter mais opções em cima da mesa é especialmente importante em locais onde os recursos para a proteção costeira são escassos, disse o co-autor do estudo, Abdul Muhari, que lidera a Divisão de Mitigação de Desastres Costeiros, do Ministério Indonésio de Assuntos Marinhos e Pescas.

Uma alternativa verde

As florestas costeiras podem ajudar a travar a velocidade do fluxo de um tsunami nas cidades. Essas e outras soluções baseadas na natureza são cada vez mais importantes nos planos de gestão de riscos costeiros, afirmam os investigadores. No entanto, são necessárias décadas para que as árvores cresçam o suficiente para fornecer uma proteção significativa. Por outro lado, a vegetação tem pouco efeito na energia de uma onda recebida, contudo, as plantas podem desempenhar um papel importante no combate à erosão, ajudando assim, a manter a forma, altura e espaçamento das colinas, que as tornam eficazes.

O design importa

Ao modelar o que acontece com uma onda de tsunami quando esta colide numa única fileira de colinas, os cientistas mostram que estas podem refletir e amortecer o poder destrutivo deste tipo de onda. "Essas colinas refletem uma quantidade surpreendente de energia proveniente das ondas", disse Suckale. O design da forma das colinas, com base na forma da costa, tendo em conta também, a possível direção dos tsunamis, e outros fatores específicos do local, podem ajudar a maximizar a quantidade de energia refletida, o que pode minimizar os estragos.

O estudo também aponta para a necessidade de construção de casas e infraestruturas atrás de uma zona de amortecimento, já que as colinas podem acelerar os fluxos e aumentar os danos na área imediatamente em redor das mesmas. Para evitar esta consequência não intencional, os investigadores sugerem considerar projetos com várias filas de colinas que são maiores em direção à costa, a partir do interior.