Mais espaços verdes ajudam na redução de mortes por doenças cardíacas

O aumento do número de árvores, arbustos e gramíneas em áreas comummente conhecidas como espaços verdes, pode melhorar a qualidade do ar, combater a poluição do ar e ajudar na redução de mortes por doenças cardíacas. Saiba mais aqui!

Espaços verdes
Os espaços verdes ajudam na melhoria da qualidade do ar e na redução das mortes por doença cardíaca.

De acordo com uma investigação preliminar liderada pela Faculdade de Medicina da Universidade de Miami e pelo UM/Jackson Memorial Hospital em Miami, na Flórida, os espaços verdes, tais como árvores, arbustos e relva, podem melhorar a qualidade do ar e reduzir as mortes causadas por doenças cardíacas. Segundo William Aitken, médico e cardiologista, "Verificámos que tanto o aumento das áreas verdes como o aumento da qualidade do ar estavam associados a menos mortes por doenças cardíacas”. Os resultados vão ser expostos num encontro científico virtual organizado pela American Heart Association até 17 de novembro 2020.

Os espaços verdes são uma medida da presença de vegetação (árvores, arbustos, relva), frequentemente avaliada pela imagem de satélite da Terra da NASA e outros métodos. Neste estudo, os investigadores utilizaram o Índice Vegetativo de Diferença Normalizada (NDVI), que mede comprimentos de onda da luz solar visível e quase infravermelha refletida da superfície da Terra através de imagens de satélite da NASA. Um índice mais elevado corresponde a vegetação mais saudável, uma vez que a clorofila absorve tipicamente a luz visível e reflecte a luz quase infravermelha.

Médico; cardiologista; doença cardíaca
Mais espaços verdes relaciona-se com uma menor incidência de mortes por doença cardíaca.

Como foi elaborado este estudo?

Neste estudo transversal foram utilizados dados sobre a qualidade do ar, espaços verdes, doenças cardiovasculares e o censo de 2014-2015, os investigadores mediram os espaços verdes por condado em todos os Estados Unidos e compararam-no com as taxas nacionais de mortalidade por doença do Atlas Interativo de Doenças Cardíacas do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças. Também sobrepuseram dados das medições da qualidade do ar de material particulado feitas pela Agência de Proteção Ambiental para cada condado e as informações do Gabinete do Censo sobre idade, raça, educação e rendimento por condado.

A análise demonstrou que por cada 0,10 unidades de aumento de espaços verdes, as mortes por doenças cardíacas diminuíram em 13 mortes por cada 100.000 adultos. Os valores do índice de espaço verde (NDVI) variavam entre 0,00 -- 0,80. Além disso, por cada aumento de 1 micrograma em material particulado por metro cúbico de ar, a morte por doença cardíaca aumentou em cerca de 39 mortes por 100.000 adultos.

Aitken e os restantes membros da equipa de investigação verificaram que as áreas com melhor qualidade do ar são as que possuem mais espaços verdes, e que ter mais espaços verdes, por sua vez, relaciona-se com uma menor taxa de mortes por doenças cardíacas.

"Dados os potenciais benefícios cardiovasculares de medidas mais ecológicas, é importante que o diálogo sobre a melhoria da saúde e da qualidade de vida inclua políticas ambientais que apoiem o aumento dos espaços verdes”, acrescentou. Aitken salientou também que os decisores políticos devem concentrar esforços que promovam a justiça ambiental através do acesso equitativo a espaços verdes, ar e água limpos, bem como a minimização da exposição a riscos ambientais.