Dorsais oceânicas: a origem das cadeias montanhosas dos oceanos

Dorsal oceânica ou dorsal submarina, dorsal meso-oceânica ou crista média oceânica, é a designação dada, em oceanografia física, às grandes cadeias montanhosas submersas nos oceanos, que resultam do lento afastamento das placas tectónicas. Saiba mais aqui!

Fundo oceânico; dorsal; rift; fossa
Todos os movimentos da crosta terrestre, com origem em processos tectónicos, são comummente referidos como tectonismo, diastrofismo ou tectónica. Nesses incluem-se a formação de bacias oceânicas, continentes, planaltos e cordilheiras.

A teoria da tectónica de placas surgiu a partir da observação de dois fenómenos geológicos distintos: a deriva continental, identificada no início do século XX por Alfred Wegener, e a expansão dos fundos oceânicos, detetada pela primeira vez na década de 1960.

Esta foi desenvolvida no final dos anos 60 por Robert Palmer e Donald Mackenzie, e desde então, tem sido universalmente aceite pelos cientistas, tendo revolucionado as Ciências da Terra. Os investigadores descobriram que as placas tectónicas, como as conhecemos hoje, cresceram continuamente ao longo dos últimos 2.5 biliões de anos.

Dorsais Oceânicas

As dorsais oceânicas são grandes elevações submarinas, situadas na parte central dos oceanos da Terra, com uma altura média de 2000 a 3000 metros, acima dos fundos oceânicos circundantes. Na sua região central apresentam um rift, ao longo do qual são emitidas lavas provenientes da ascensão de magma, do manto sublitosférico.

As dorsais oceânicas podem ter alturas superiores a 3000m, sendo que a conexão de todas as dorsais atuais formam uma cadeia montanhosa de 65 mil km de extensão.

O surgimento das placas e o seu consequente afastamento são devidos às correntes convectivas de magma, divergentes no manto, que dão origem aos rifts. As dorsais submarinas dos oceanos estão conectadas, formando a maior cadeia de montanhas do mundo, com cerca de 65 mil km de extensão. Esta cadeia montanhosa poderia ser vista do espaço, se não fossem os oceanos. Difere das cadeias continentais na sua composição, já que é formada por basaltos isentos de deformação.

Dorsal Mesoatlântica

A dorsal mesoatlântica, cordilheira mesoatlântica ou crista oceânica do Atlântico, também referida pela sigla DMA (ou MAR: Mid-Atlantic Ridge), é uma cordilheira submarina que se estende sob o oceano Atlântico e o oceano Ártico, desde a latitude 87ºN até à ilha subantártica de Bouvet, à latitude 54ºS. Os pontos mais elevados desta cordilheira emergem em vários locais, formando ilhas.

Foi Marie Tharp, geóloga, quem revelou a presença da dorsal mesoatlântica e revolucionou o entendimento da deriva continental, quando em parceria com Bruce Heezen, criou o primeiro mapa científico do fundo oceânico. Sendo que assim, levou à aceitação da teoria da deriva continental de Alfred Wegener.

A dorsal mesoatlântica faz parte do sistema global de dorsais oceânicas e, como é o caso de todas as dorsais oceânicas, crê-se que a sua formação se deva a um limite divergente entre placas tectónicas: a placa Norte-Americana e a placa Euroasiática, no Atlântico Norte, e a placa Sul-Americana e a placa Africana, no Atlântico Sul. Estas placas encontram-se em movimento e por isso, o Atlântico encontra-se em expansão ao longo desta dorsal, ao ritmo de 2 a 10 cm por ano.

É cortada, perto da linha do equador, pela fossa Romanche, dando origem à Dorsal do Atlântico Norte e Dorsal do Atlântico Sul. Alguns segmentos da dorsal podem adquirir nomes específicos, como é o caso da dorsal de Reykjanes, a sul da península islandesa com o mesmo nome.