Beber oito copos de água por dia? Eis o que nos diz a ciência!
O calor exige atenção redobrada no que toca à hidratação, assim a ciência mostra como, quanto e o que beber para manter o corpo saudável e enfrentar o verão com energia.

O verão traz dias longos, ensolarados e muitas vezes extremamente quentes.
Nessas condições, a hidratação torna-se um fator essencial para o bem-estar e a saúde.
Mas afinal, quanto devemos beber? A famosa recomendação de “oito copos de água por dia” é realmente válida? E será que só a água conta? A ciência ajuda a responder essas perguntas, trazendo evidências mais claras sobre como devemos hidratar o corpo de forma adequada e segura.
A origem dos “dois litros por dia”
Durante décadas ouvimos que a meta diária ideal era consumir dois litros de água.
Essa recomendação surgiu em 1945, mas desde o início incluía não apenas a água pura, como também a presente nos alimentos.
Frutas, verduras, sopas e até mesmo alguns pratos cozidos fornecem uma quantidade considerável de líquido.
Portanto, beber dois litros em forma de copos de água nunca foi, de facto, a intenção inicial.
Estudos mais recentes confirmam que a maioria das pessoas necessita entre 1,5 e 1,8 litros de líquidos por dia, em condições normais.
Esse valor, entretanto, não é fixo: varia de acordo com idade, peso, nível de atividade física, clima e até estado de saúde. Atletas, pessoas que vivem em locais muito quentes ou indivíduos com febre ou diarreia, por exemplo, podem precisar de volumes bem maiores.
A água continua imbatível
Diversas bebidas podem hidratar, mas os especialistas são unânimes: a água simples é a melhor escolha.
Além de não conter calorias, açúcares ou aditivos, garante uma absorção rápida e eficiente. Água com gás também hidrata, porém o seu consumo frequente pode desgastar o esmalte dos dentes por conta da acidez.

Já os refrigerantes, ricos em açúcar e aditivos, não só não oferecem vantagens, como podem prejudicar a saúde metabólica.
Um detalhe interessante é que o corpo não diferencia a origem da água: tanto a que vem do copo quanto a presente em um pedaço de melancia contribuem para a hidratação.
Assim, uma dieta rica em frutas e verduras frescas já ajuda bastante a atingir a meta diária.
Temperatura: fria ou ambiente?
Não existe consenso científico sobre qual seria a temperatura ideal da água para hidratar melhor. A escolha depende do gosto de cada um.
Contudo, pesquisas mostram que, quando a água está em temperatura ambiente, temos a tendência de a beber em maior quantidade.
Por outro lado, em dias muito quentes, a sensação de frescor da água fria pode incentivar a ingestão. Em resumo: beba como preferir, o importante é beber.
Podemos confiar apenas na sede?
A sede é um mecanismo natural do corpo, mas nem sempre é um bom indicador.
Em algumas situações, como em idosos ou crianças pequenas, esse sinal pode ser tardio ou pouco perceptível. Além disso, a sensação de sede não reflete exatamente o nível de desidratação.
Por isso, vale a pena observar outros sinais: urina mais escura, lábios secos, boca pegajosa ou pele com menor elasticidade podem indicar que o corpo precisa urgentemente de líquidos.
Quem deve ter mais cuidado
Alguns grupos merecem atenção especial. Os bebês, por exemplo, renovam quase 30% da água corporal diariamente, o que os torna extremamente vulneráveis à desidratação.

Os idosos, por sua vez, perdem a capacidade de sentir sede com a mesma intensidade, correndo risco de não repor líquidos suficientes.
Também atletas, trabalhadores expostos ao sol ou pessoas em recuperação de doenças devem adotar estratégias extras, como consumo regular de água em pequenos intervalos, uso de bebidas isotónicas em caso de suor excessivo e monitorização frequente da cor da urina.
Alimentos que hidratam
No verão, a natureza é generosa e oferece alimentos ricos em água e nutrientes. Melancia, melão, pepino, tomate, laranja, morango e uva são exemplos de frutas e vegetais que podem fornecer líquidos e, ao mesmo tempo, vitaminas e minerais essenciais.
Preparações como saladas frescas, sumos naturais sem açúcar e sopas frias (como o gazpacho) são aliados poderosos contra a desidratação.
O que evitar
Apesar de muito consumidas em dias de calor, bebidas alcoólicas como cerveja ou vinho, e mesmo o café em excesso, podem ter efeito diurético e aumentar a perda de líquidos.
Isso não significa que devam ser eliminados completamente, mas sim consumidos com moderação, sempre acompanhados de um copo de água.