Alterações climáticas influenciam a duração das quatro estações

Quanto tempo durarão as quatro estações até 2100? Evidências sugerem que a duração das estações, à escala regional, se modificou devido às alterações climáticas. Contudo, à escala hemisférica, não há conhecimento, ainda, de como as quatro estações eram no passado e serão no futuro. Saiba mais aqui!

inverno, primavera; verão; outono
Estas mudanças nas durações das estações podem ser atribuídas, principalmente, às alterações climáticas.

Um novo estudo publicado na Geophysical Research Letters, afirma que o verão nas latitudes médias do hemisfério norte se alongou, enquanto o inverno encurtou, devido a alterações no seu início e fim, acompanhadas por uma primavera e outono mais curtos.

Mesmo que a taxa de aquecimento atual se mantenha estável, as mudanças nas estações ainda poderão ser exacerbadas no futuro. Ou seja, tendo em conta o presente cenário, o verão está projetado para durar quase meio ano, mas o inverno menos de dois meses, até 2100.

A mudança do relógio sazonal dá origem a estações agrícolas perturbadas e a ritmos diferentes das atividades das espécies, a ondas de calor mais frequentes e a tempestades e incêndios florestais, representando assim, riscos acrescidos para a humanidade.

Os indícios

Uma série de fenómenos, como o florescimento precoce das plantas e os primeiros pássaros migratórios, sugerem que as quatro estações tradicionais podem ter mudado. Esta equipa de investigadores concentrou-se em como as quatro estações foram variando entre 1952 e 2011 e ainda poderão variar até ao final deste século, nas latitudes médias do hemisfério norte.

Com isto, como já foi mencionado, o verão está projetado para durar quase meio ano, mas o inverno menos de dois meses até 2100. Estas mudanças podem desencadear uma cadeia de reações na agricultura, na formulação de políticas para a gestão agrícola e na prevenção de desastres que requererá ajustes adequados. Os tópicos relacionados à sazonalidade que envolvem a ecologia, o oceano e a atmosfera também necessitarão de uma revisão.

O cenário atual de temperatura (se se mantiver), poderá dar origem a um verão extremamente longo e a um inverno curto e mais quente.

Este estudo mostra, também, que a duração e as datas de início das quatro estações se alteraram e que essas mudanças serão ampliadas no futuro. Durante o período entre 1952 e 2011, a duração do verão aumentou de 78 para 95 dias e a da primavera, outono e inverno diminuiu de 124 para 115, de 87 para 82 e de 76 para 73 dias, respetivamente.

Consequentemente, a temperatura sazonal também mudou, com o verão e o inverno a tornarem-se mais quentes. Verões mais longos e mais quentes, invernos mais curtos e mais quentes, estações mais curtas de primavera e outono são o novo normal, e este tipo de tendência pode ser inevitavelmente amplificada no futuro, devido ao aumento da radiação.

Com o cenário atual, a primavera e o verão começarão cerca de um mês antes, em relação a 2011, e o outono e o inverno começarão cerca de meio mês depois, o que resultará em quase meio ano de verão e menos de dois meses de inverno, em 2100.