Sonda japonesa consegue aterragem lunar depois de ultrapassar uma falha do motor

Tóquio confirmou a aterragem da sonda japonesa SLIM no satélite natural da Terra, após a mesma ter perdido um dos seus motores na sua descida. Fique a saber mais sobre este acontecimento aqui!

SLIM
Ilustração da nave japonesa SLIM a aterrar no satélite natural da Terra, a Lua. Fonte: JAXA

De acordo com o El Pais, a Agência Aeroespacial Japonesa (JAXA), confirmou esta segunda-feira, dia 29 de janeiro, que a sonda japonesa SLIM fez do Japão o quinto país do mundo a pousar com sucesso na Lua.

O SLIM (Smart Lander for Investigating Moon) aterrou no satélite natural da Terra às 00:20 locais do dia 20 de janeiro, em Tóquio, (15:20 do dia 19 em Portugal Continental), após uma descida que se revelou agitada, uma vez que a sonda perdeu um dos seus dois motores.

A nave espacial conseguiu estabelecer comunicação com a Terra após a aterragem, mas não conseguiu gerar energia a partir das suas células solares, uma vez que o seu comportamento durante a aterragem não foi o previsto e os seus painéis estavam virados para oeste, um problema que foi entretanto resolvido.

Segundo a Agência Aeroespacial Japonesa, as comunicações com a sonda começaram no domingo à noite e o módulo já se encontra a explorar a superfície lunar.

Sonda SLIM

A imagem fornecida na quinta-feira pela JAXA foi tirada pelo robô LEV-2, do tamanho de uma bola de ténis, que o SLIM lançou para a superfície lunar antes de aterrar.

Esta fotografia mostra o desfecho fatal da atividade que pretendia realizar na Lua. O módulo tombou na encosta de uma cratera e ficou inclinado para oeste devido ao capotamento, pelo que os painéis solares não puderam gerar eletricidade.

Só uma mudança na direção da luz solar poderá ativá-lo antes que a próxima noite lunar, que começa a 1 de fevereiro, congele a nave.

"O SLIM não foi concebido para sobreviver a uma noite lunar"
Shinichiro Sakai, responsável pelo módulo.

Sem energia, a sofisticada câmara do módulo só conseguiu gerar imagens de baixa resolução durante as duas horas e meia em que a nave esteve operacional.

Durante esse tempo, também enviou dados de telemetria que permitiram aos engenheiros compreender o que aconteceu e ficar relativamente satisfeitos com o resultado.

Um dos motores principais falhou, mas mesmo assim conseguiram aterrar com precisão a apenas 55 metros do seu alvo.

O principal objetivo da SLIM era fazer uma aterragem precisa num raio de 100 metros à volta da cratera Shioli, perto do equador lunar, assim como pretende também analisar as rochas da zona para tentar esclarecer o mistério da possível presença de água na Lua, um fator-chave para a eventual construção de bases humanas na região.

Aterragens lunares no século XXI

As aterragens lunares convencionais têm atualmente uma margem de vários quilómetros, enquanto este módulo conseguiu aterrar a 55 metros do alvo.

Até agora, no século XXI, apenas três países conseguiram uma aterragem suave na Lua: a China por três vezes, a Índia em agosto passado e o Japão na sexta-feira. Nos mesmos anos, missões privadas dos EUA, Japão e Israel, e uma nave espacial enviada pela Rússia, não conseguiram aterrar no satélite.