Serão estas as praias mais perigosas do mundo?
Cuidado onde mergulha. Embora pareçam o paraíso, estas praias são um verdadeiro perigo. Saiba quais deve admirar à distância — e o que evitar.

Há praias que são verdadeiras tentações para os olhos: mar cristalino, areia dourada, paisagens dignas de cartão‑postal. É fácil imaginar-se a estender a toalha, a mergulhar sem pensar duas vezes e a brindar ao descanso com um coco na mão. Mas, e se lhe dissermos que algumas dessas praias escondem perigos que nem sempre vêm à tona?
Se gosta de viajar com os pés bem assentes na areia, mas também com a cabeça no lugar, vale a pena conhecer as praias mais perigosas do mundo. Não queremos arruinar os seus planos de férias, mas talvez o ajude a repensar o próximo mergulho.
E, atenção, porque, apesar de esta lista não ser “oficial” — no sentido de ter sido emitida por uma entidade internacional única, como a UNESCO ou a ONU —, há um consenso muito claro entre especialistas e entidades locais de segurança costeira de que estas praias representam riscos reais e significativos.
Hanakāpīʻai Beach, Kauaʻi (Havai, EUA)
Situada na ilha de Kauaʻi, esta praia é deslumbrante e relativamente isolada, acessível apenas através de uma caminhada pelo Kalalau Trail. Mas não se deixe enganar pelo cenário de filme: o mar aqui é traiçoeiro, com correntes fortíssimas e sem qualquer barreira natural de proteção.
Entre os anos 70 e 2010, ocorreram dezenas de afogamentos, sendo que o número de vítimas ultrapassava as três dezenas há mais de uma década. Por estar longe de qualquer ajuda imediata, até nadadores experientes podem não conseguir regressar à areia. O melhor é mesmo ficar pelo trilho e pela fotografia.
New Smyrna Beach, Flórida (EUA)
Esta praia tem o desconfortável título de “capital mundial das mordidas de tubarão”. E não é exagero: só no condado de Volusia, onde se situa, ocorrem tantos ataques que é difícil acompanhar. A culpa é de vários fatores — águas turvas, presença constante de cardumes e uma enorme quantidade de banhistas e surfistas. A combinação não podia ser pior.

Apesar de muitas das mordidas não serem fatais, o simples facto de mergulhar ao lado de um tubarão já não parece tão relaxante, pois não?
Praia de Boa Viagem, Recife (Brasil)
A beleza desta praia urbana contrasta com o perigo à espreita nas águas. Desde os anos 90, os ataques de tubarões tornaram-se um problema grave, sobretudo por parte de espécies como o tubarão‑touro e o tubarão‑tigre. As autoridades locais chegaram mesmo a proibir o surf e a natação em águas mais profundas.
Com dezenas de incidentes registados, alguns fatais, é um dos casos mais mediáticos do mundo. Se visitar, não dispense as placas de aviso — elas não estão lá só para enfeitar.
Fraser Island / K’gari, Queensland (Austrália)
Imagine uma ilha paradisíaca feita apenas de areia, com lagos cristalinos e florestas tropicais. Agora junte-lhe correntes marítimas perigosas, tubarões, águas-vivas potencialmente mortais e dingos selvagens que já atacaram humanos. Fraser Island, agora oficialmente chamada K’gari, é isto tudo ao mesmo tempo.
As autoridades locais têm reforçado os avisos, mas todos os anos surgem novos incidentes.
Gansbaai, Cabo Ocidental (África do Sul)
Gansbaai é famosa por um motivo que arrepia: é aqui que se localiza o chamado “Shark Alley”, onde milhares de focas atraem tubarões-brancos. Muitos turistas vão de propósito para mergulhar em jaulas, o que já diz muito sobre o ambiente marinho da zona.

Nadar livremente aqui é, sem qualquer dúvida, um risco real. Entre as águas agitadas do Atlântico, os fundos rochosos e os predadores à espreita, o melhor é manter os pés secos — ou, no máximo, dentro da gaiola.
Playa Zipolite, Oaxaca (México)
Apesar do nome encantador e do ambiente relaxado, esta praia já foi apelidada de “praia da morte”. A razão são as poderosas correntes de retorno que, silenciosas, mas eficazes, arrastam mesmo nadadores experientes.
Vale pela atmosfera boémia e pela beleza natural, mas exige respeito e prudência.
Ilha Reunião (território francês no Índico)
Reunião é um verdadeiro paraíso tropical com uma particularidade que ninguém deseja: ataques de tubarão. Desde o início dos anos 2000, ocorreram vários incidentes, alguns fatais, o que levou à proibição de nadar e surfar em muitas zonas costeiras.
A ilha continua a atrair visitantes, claro, mas as autoridades não facilitam — e os turistas também não devem fazê-lo.
E as outras praias?
Algumas praias entram frequentemente nestas listas por razões diversas, mesmo que não apresentem o mesmo grau de perigo.
A Costa Jurássica, em Inglaterra, é mais conhecida pelos seus deslizamentos de terra e erosão costeira do que por perigos no mar. Staithes, no Reino Unido, levanta preocupações devido à qualidade da água, com níveis de poluição que afastam os nadadores. Em Mumbai, a praia de Chowpatty é considerada uma das mais poluídas do mundo, sendo um risco para a saúde pública. E, nas Ilhas Marshall, o Atol de Bikini continua inabitado devido à radiação deixada pelos testes nucleares dos anos 40 e 50.
No Triângulo Vermelho, ao largo da Califórnia, há registos de tubarões e naufrágios, mas o número de ataques não é tão elevado quanto o nome possa sugerir. E sim, até a famosa Copacabana, no Rio de Janeiro, pode esconder perigos — assaltos, poluição e, ocasionalmente, águas agitadas.
Então… são mesmo as mais perigosas?
As que mencionámos com mais detalhe aparecem regularmente nas listas das praias mais perigosas do mundo — e não por acaso. Os dados, os registos de acidentes e os alertas oficiais sustentam essa classificação.

Claro que há praias perigosas em praticamente todos os cantos do planeta, mas estas reúnem um conjunto de riscos particularmente preocupantes — sejam naturais ou provocados pelo homem.
Como evitar problemas?
Viajar com informação é meio caminho andado para se manter em segurança. Nunca ignore sinais de aviso ou bandeiras vermelhas, evite nadar sozinho ou ao entardecer — quando os tubarões estão mais ativos — e aprenda a reconhecer correntes de retorno. Numa situação dessas, não tente lutar contra a corrente: nade paralelamente à costa até sair da zona de perigo.
Informe-se sempre com os guarda-vidas locais, siga os conselhos das autoridades e, se estiver numa zona remota, pense duas vezes antes de entrar na água. A maioria dos acidentes ocorre por excesso de confiança ou desconhecimento.