Feira da Dieta Mediterrânica reafirma compromisso com o património alimentar. “Projeto Gastromar” vence Prémio Inovação

A Feira da Dieta Mediterrânica, que decorreu em Tavira (Algarve), é um esforço coletivo que reforça a coesão territorial e valoriza o património alimentar comum. O “Projeto Gastromar” arrecadou o Prémio Inovação.

Carnes brancas e leguminosas
Entre as características da Dieta Mediterrânica está o azeite, enquanto principal fonte de gordura, mas, também, as hortaliças e os frutos, assim como os cereais integrais, as leguminosas e oleaginosas.

A Dieta Mediterrânica, pelas suas características e pelos processos e hábitos que lhe estão associados, é considerada uma das formas de nutrição que mais contribui para a sustentabilidade e saúde humana.

Entre as principais características da Dieta Mediterrânica está o azeite, enquanto principal fonte de gordura, mas, também, as hortaliças e os frutos, assim como os cereais integrais, as leguminosas e oleaginosas (frutos secos) como fonte de proteína e fibra.

Por outro lado, o consumo moderado de lácteos e de peixe, o consumo esporádico de carnes vermelhas e brancas e a ingestão de vinho de forma moderada e a acompanhar as refeições são ainda fatores distintivos da Dieta Mediterrânica.

Em paralelo, esta Dieta está associada à frugalidade e ao consumo organizado de refeições em grupo, à confeção de sopas, estufados e caldeiradas, o que reduz a perda de nutrientes, e, ainda, ao consumo sazonal dos alimentos, com recurso à produção local.

Por fim, a atividade física e as horas de pausa e sono integram as características da Dieta Mediterrânica, cujos benefícios para a saúde estão cientificamente demonstrados, gerando uma melhor qualidade de vida, um maior controlo do peso (prevenção de obesidade), assim como níveis estáveis de glicémia e de pressão arterial e uma melhor qualidade de sono. Associado a isso está também uma maior longevidade e uma menor incidência de doenças coronárias e cardiovasculares e de diversos tipos de cancro.

A tradição e o prestígio da Dieta Mediterrânica são de tal modo reconhecidos que a Feira da Dieta Mediterrânica é um evento incontornável no Algarve.

Decorre anualmente em Tavira e assenta numa estratégia concertada entre entidades regionais, parceiros institucionais e a comunidade, refletindo o consenso que esteve na origem do Plano de Atividades para a Salvaguarda da Dieta Mediterrânica (PASDM) no Algarve.

Execução dos fundos do Portugal 2030

A XI edição, que teve lugar de 4 a 7 de setembro, visou consolidar aquele que é “um projeto transversal e estruturante, capaz de mobilizar dimensões essenciais” para o desenvolvimento e fortalecimento da região, desde a identidade cultural à produção e ao consumo sustentável.

Carnes e lácteos
O consumo moderado de lácteos e de peixe, o consumo esporádico de carnes vermelhas e brancas e a ingestão moderada de vinho às refeições são ainda fatores distintivos da Dieta Mediterrânica.

No dia da abertura, o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDR Algarve) interveio e deixou um apelo político, no sentido de que haja “cooperação para garantir a execução dos fundos do Portugal 2030 e PRR em 2025”.

“Na Administração Pública estamos vinculados ao interesse público, ao bem comum. É do interesse público, do interesse público regional, a execução dos Fundos Europeus de Coesão alocados à região do Algarve neste ano de 2025”, sublinhou José Apolinário. O presidente da CCDR Algarve reforçou ainda a importância de criar redes de articulação, de forma a garantir a melhor e mais rápida execução dos programas, uma vez que, “atualmente, contamos com 24 milhões de euros executados”, mas que, “até 31 de outubro precisamos executar e submeter despesa validada de mais 50 milhões de euros”.

Entre as várias iniciativas que reafirmam o compromisso com a salvaguarda da Dieta Mediterrânica, o stand da CCDR Algarve abriu com a apresentação do Bolo de Tacho, Património Cultural Imaterial (PCI), pela Junta de Freguesia de Monchique.

Valor económico da agricultura no Algarve

Foi também convidado o projeto Saber Fazer, da Direção-Geral das Artes, uma iniciativa que visa a valorização e a preservação das artes tradicionais em Portugal, que existem em grande diversidade no território de Monchique.

Da agenda da feira constou ainda o seminário “Dieta Mediterrânica: Muito + que uma Refeição – Governança e Participação”, que teve lugar no Centro de Experimentação Agrária de Tavira.

A iniciativa contou com a apresentação do estudo “O Valor económico da Agricultura no Algarve”, por Rui Faustino, da Ernst & Young, seguida de um debate moderado pelo presidente da Delegação Regional da Ordem dos Economistas, Cláudio Lima, e de uma mesa-redonda com representantes nacionais e regionais do setor.

Empresa “Bees in Tube” premiada

E os prémios não faltaram. O “Prémio Inovação – Dieta Mediterrânica” foi entregue durante o encerramento e distinguiu três projetos/produtores do setor agroalimentar presentes nesta edição do evento. A votação contou com a participação do público, responsável por 30% da decisão final.

Legumes
A Dieta Mediterrânica, pelas características, processos e hábitos que lhe estão associados, é considerada uma das formas de nutrição que mais contribui para a saúde humana.

Em primeiro lugar, foi distinguido o “Projeto Gastromar”, uma iniciativa da Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve, que aposta em conservas criativas e sustentáveis, inspiradas nos sabores e tradições algarvias. O projeto constitui também um modelo pedagógico considerado inovador, em que os alunos assumem um papel ativo em todas as etapas do processo: da conceção gastronómica à prototipagem, branding, rotulagem, análise sensorial e estudo de mercado.

O segundo lugar foi atribuído à empresa “Bees in Tube”, de São Brás de Alportel, que apresentou uma embalagem considerada inovadora em formato de bolso, prática e diferenciadora, com mel, água-mel e pólen – três produtos emblemáticos da apicultura. Já o terceiro lugar coube à empresa Nova Vida/SERMAIN, que desenvolveu uma cerveja sem glúten produzida com ingredientes 100% algarvios, respondendo a novas tendências de consumo e a públicos com necessidades alimentares específicas.

A segunda edição do prémio foi organizada pela CCDR Algarve em parceria com a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Sotavento Algarvio, a Associação In Loco e a Câmara Municipal de Tavira. Teve como objetivo “valorizar a inovação no setor agroalimentar” em articulação com os princípios e valores da Dieta Mediterrânica.

A avaliação dos projetos teve em conta critérios como o grau de inovação, a viabilidade económica, a resposta às necessidades do mercado e a sustentabilidade ambiental e social.