Cinco praias portuguesas que (ainda) escapam aos mapas turísticos

Nem tudo está no GPS. Estes cinco locais mantêm-se discretos, com espaço, silêncio e mar limpo. E, melhor, sem esplanadas, sem filas, sem vizinhos de toalha.

Praias secretas
Conheça as nossas sugestões. Foto: Unsplash

Não é preciso passaporte para descobrir paraísos escondidos. Às vezes, tudo o que é preciso é tempo, curiosidade e vontade de sair do caminho mais conhecido.

Em Portugal, entre falésias dramáticas, trilhos silenciosos e recantos onde o mar parece sussurrar segredos antigos, ainda existem praias onde o verão corre livre, longe da multidão e do barulho. Lugares onde o silêncio vale ouro, o sal sabe melhor e o horizonte não tem pressa.

Conheça algumas das nossas sugestões, locais que não aparecem nos roteiros turísticos nem têm nomes conhecidos, mas que são pedaços de costa que valem mais do que muitos destinos da moda.

Estes cinco refúgios não aparecem nas revistas nem nos folhetos turísticos. Mas é precisamente por isso que merecem ser descobertos. O melhor é que pode fazê-lo já esta semana. Sim, porque, apesar de a instabilidade atmosférica ter resultado em alguns períodos de chuva fraca nos últimos dias, não se espera que o mesmo aconteça esta semana.

“Com esta tendência de aumento a manter-se nos próximos dias, à medida que os dias passam, os termómetros vão aumentar, com especial ênfase para as regiões tendencialmente mais quentes (como o Vale do Douro, Beira Baixa e Baixo Alentejo), onde os termómetros poderão ultrapassar os 40 ºC, e para a faixa litoral, onde os mesmos podem passar dos 30 ºC”, escreveu Joana Campos.

Ribeira do Cavalo: um segredo guardado pela serra

A poucos quilómetros de Sesimbra, a Praia da Ribeira do Cavalo esconde-se entre escarpas de calcário, como se fosse um segredo guardado pela serra. O acesso é feito a pé, por um trilho íngreme de 30 a 40 minutos, ou de barco, para os que preferem chegar por mar.

Praia da Ribeira do Cavalo
Onde o alcatrão acaba. Foto: Wikimedia

Ali não há bares, nem sombras artificiais. Apenas um areal dourado, um mar de tons quase caribenhos e a sensação de ter descoberto algo raro.

Praia da Ursa: sem rede, sem desculpas

Mais a norte, nos arredores selvagens de Sintra, a Praia da Ursa recompensa os corajosos. É a mais ocidental da Europa continental, mas o que realmente a distingue é o cenário: rochedos monumentais que lembram criaturas adormecidas, uma areia fina onde o tempo parece ficar preso e um trilho que exige esforço e atenção.

Colada ao Cabo da Roca, chegar a esta praia não é para qualquer um. O trilho é duro, a descida ingrata e a subida pior ainda.

Feitas as contas, são cerca de 2,5 quilómetros até ao topo da falésia, com os últimos 400 metros a descer por entre pedras soltas. Contudo, quem se atreve a descer, encontra uma das paisagens mais arrebatadoras do país. Lá em baixo há um mundo à parte: areia branca, rochedos gigantes, zero sinal de rede.

Cacela Velha: um recanto quase intocado no Algarve (mas só com a maré certa)

No sotavento algarvio, a Praia da Cacela Velha permanece quase intacta, protegida pela ria da Formosa e pela ausência de estradas diretas. Para lá chegar é preciso atravessar de barco a ria da Barrinha e pisar areia que parece nunca ter sido tocada.

É preciso saber o momento. A maré tem de deixar e o barco tem de passar.

A vista para a vila branca de Cacela Velha, pousada sobre a falésia, completa um dos cenários mais calmos e cinematográficos da costa sul.

Vale dos Homens: silêncio entre falésias

No coração da costa vicentina, perto de Rogil, no concelho de Aljezur, a Praia do Vale dos Homens oferece um areal recortado entre arribas de xisto e uma sensação de isolamento difícil de encontrar noutras zonas do Algarve.

Praia de Vale dos Homens
"Uma verdadeira pérola de beleza natural e de completa tranquilidade", garante a autarquia. Foto; CM Aljezur

O acesso é simples (por uma escadaria com cerca de 285 degraus), mas o ambiente permanece selvagem, quase secreto. As ondas são suaves, ideais para mergulhos lentos ou para os surfistas locais que por aqui treinam em silêncio. É o lugar certo para quem procura um retiro discreto, sem distrações.

Fajã dos Padres: onde o tempo abranda

Por fim, saltamos até à Madeira, onde a Fajã dos Padres surge como um oásis encaixado entre a montanha e o Atlântico. Só se chega ali por teleférico ou de barco, o que basta para afastar o turismo de massa.

E, sim, a descida de teleférico é quase tão impressionante quanto a fajã em si. Lá em baixo vai encontrar mar quente, pedras, bananeiras e uma calma que não se explica.

Entre um mar quente, um pomar exótico e um restaurante familiar, este pequeno paraíso reúne tudo o que a ilha tem de melhor. O tempo abranda, o corpo agradece e a cabeça desliga — sem que seja preciso fazer esforço.