Cinco praias portuguesas que (ainda) escapam aos mapas turísticos
Nem tudo está no GPS. Estes cinco locais mantêm-se discretos, com espaço, silêncio e mar limpo. E, melhor, sem esplanadas, sem filas, sem vizinhos de toalha.

Não é preciso passaporte para descobrir paraísos escondidos. Às vezes, tudo o que é preciso é tempo, curiosidade e vontade de sair do caminho mais conhecido.
Em Portugal, entre falésias dramáticas, trilhos silenciosos e recantos onde o mar parece sussurrar segredos antigos, ainda existem praias onde o verão corre livre, longe da multidão e do barulho. Lugares onde o silêncio vale ouro, o sal sabe melhor e o horizonte não tem pressa.
Estes cinco refúgios não aparecem nas revistas nem nos folhetos turísticos. Mas é precisamente por isso que merecem ser descobertos. O melhor é que pode fazê-lo já esta semana. Sim, porque, apesar de a instabilidade atmosférica ter resultado em alguns períodos de chuva fraca nos últimos dias, não se espera que o mesmo aconteça esta semana.
“Com esta tendência de aumento a manter-se nos próximos dias, à medida que os dias passam, os termómetros vão aumentar, com especial ênfase para as regiões tendencialmente mais quentes (como o Vale do Douro, Beira Baixa e Baixo Alentejo), onde os termómetros poderão ultrapassar os 40 ºC, e para a faixa litoral, onde os mesmos podem passar dos 30 ºC”, escreveu Joana Campos.
Ribeira do Cavalo: um segredo guardado pela serra
A poucos quilómetros de Sesimbra, a Praia da Ribeira do Cavalo esconde-se entre escarpas de calcário, como se fosse um segredo guardado pela serra. O acesso é feito a pé, por um trilho íngreme de 30 a 40 minutos, ou de barco, para os que preferem chegar por mar.

Ali não há bares, nem sombras artificiais. Apenas um areal dourado, um mar de tons quase caribenhos e a sensação de ter descoberto algo raro.
Praia da Ursa: sem rede, sem desculpas
Mais a norte, nos arredores selvagens de Sintra, a Praia da Ursa recompensa os corajosos. É a mais ocidental da Europa continental, mas o que realmente a distingue é o cenário: rochedos monumentais que lembram criaturas adormecidas, uma areia fina onde o tempo parece ficar preso e um trilho que exige esforço e atenção.
Feitas as contas, são cerca de 2,5 quilómetros até ao topo da falésia, com os últimos 400 metros a descer por entre pedras soltas. Contudo, quem se atreve a descer, encontra uma das paisagens mais arrebatadoras do país. Lá em baixo há um mundo à parte: areia branca, rochedos gigantes, zero sinal de rede.
Cacela Velha: um recanto quase intocado no Algarve (mas só com a maré certa)
No sotavento algarvio, a Praia da Cacela Velha permanece quase intacta, protegida pela ria da Formosa e pela ausência de estradas diretas. Para lá chegar é preciso atravessar de barco a ria da Barrinha e pisar areia que parece nunca ter sido tocada.
A vista para a vila branca de Cacela Velha, pousada sobre a falésia, completa um dos cenários mais calmos e cinematográficos da costa sul.
Vale dos Homens: silêncio entre falésias
No coração da costa vicentina, perto de Rogil, no concelho de Aljezur, a Praia do Vale dos Homens oferece um areal recortado entre arribas de xisto e uma sensação de isolamento difícil de encontrar noutras zonas do Algarve.

O acesso é simples (por uma escadaria com cerca de 285 degraus), mas o ambiente permanece selvagem, quase secreto. As ondas são suaves, ideais para mergulhos lentos ou para os surfistas locais que por aqui treinam em silêncio. É o lugar certo para quem procura um retiro discreto, sem distrações.
Fajã dos Padres: onde o tempo abranda
Por fim, saltamos até à Madeira, onde a Fajã dos Padres surge como um oásis encaixado entre a montanha e o Atlântico. Só se chega ali por teleférico ou de barco, o que basta para afastar o turismo de massa.
Entre um mar quente, um pomar exótico e um restaurante familiar, este pequeno paraíso reúne tudo o que a ilha tem de melhor. O tempo abranda, o corpo agradece e a cabeça desliga — sem que seja preciso fazer esforço.