Descobrimos um segredo de verão no coração do norte. "É a praia fluvial mais bonita"
No interior de Trás-os-Montes há uma praia fluvial com água fresca, relva à sombra e zero multidões. Ainda não apareceu nos roteiros — mas devia. "Vão apaixonar-se."
Se pensa que só o Algarve tem praias de cortar a respiração, é porque ainda não descobriu Fornelos. Não, não estamos a falar de uma vila piscatória à beira-mar, mas sim de uma pérola escondida no coração de Santa Marta de Penaguião, no distrito de Vila Real.
Aqui, entre curvas apertadas e paisagens dignas de postal, encontra uma das praias fluviais mais encantadoras do norte do país — e, quem sabe, o seu novo refúgio favorito.
Um mergulho entre vinhas, relvados e história
Imagine um vale tranquilo, água fresca a correr, relva onde pode esticar a toalha e um cenário que parece pintado à mão. É aqui, à beira do Rio Aguilhão, que a Praia Fluvial de Fornelos oferece uma piscina natural de águas límpidas e refrescantes, perfeita para os dias quentes.
O melhor é que, além da beleza natural, o local foi pensado para receber os visitantes com conforto. Existe um bar de apoio com esplanada — ideal para um café, uma bebida fresca ou um gelado a meio da tarde — e balneários equipados com chuveiros. Espalhados pelos dois lados do rio há parques de merendas com mesas à sombra e até churrasqueiras, perfeitas para um almoço em família ou com amigos. Há ainda um parque infantil para entreter os mais novos e áreas relvadas amplas, onde pode estender a toalha e simplesmente aproveitar o sossego.
"Nos dias de calor é um refúgio para as gentes do Marão, desde Vila Real a Santa Marta de Penaguião, que procuram a frescura da água", garante o 'Sapo Viagens'. É também o "local de eleição de muitos turistas", nota 'A Voz de Trás os Montes'.
O acesso à água faz-se através de três conjuntos de escadas e também por uma rampa, esta última especialmente útil para quem leva crianças pequenas ou tem mobilidade reduzida. Existem duas zonas com areia, que acrescentam um toque de praia tradicional ao ambiente rústico. A ligação entre margens é feita por duas pontes pedonais, uma delas em granito e xisto — marcas da arquitetura local e da identidade do Marão.
É importante lembrar que, para preservar este ambiente calmo e familiar, existem algumas regras: não são permitidos animais de estimação, objetos cortantes, bolas ou barcos insufláveis. A praia também não é vigiada, por isso o bom senso e o respeito pelo espaço e pelos outros são essenciais.
Como chegar e por que vale a pena
Chegar até Fornelos não é difícil, mas exige algum espírito aventureiro. A estrada é estreita e serpenteia por entre montes e vinhas, oferecendo vistas magníficas a cada curva. A praia fluvial fica a cerca de 13 quilómetros de Vila Real ou a 10 quilómetros de Santa Marta de Penaguião. Se vier do norte ou do sul, pode seguir pela A4 ou A24 até à Nacional 2, e daí continuar em direção a Louredo e Fornelos.
Quando lá chegar, verá que valeu a pena. Além da paisagem natural e do ambiente acolhedor, há ainda um tesouro arqueológico a descobrir mesmo ao lado da praia: um forno cerâmico de origem romana, protegido por uma estrutura de madeira. Diz-se que terá estado na origem do nome da aldeia de Fornelos.
Sugerimos que aproveite a visita para conhecer também as igrejas paroquiais de Louredo e Fornelos, ambas do século XVIII, com destaque para a de Louredo, situada no alto de uma encosta e com vista privilegiada sobre a região. É um excelente ponto de paragem para quem gosta de apreciar a arquitetura rural e sentir o peso tranquilo da tradição.
Um segredo que começa a sair da sombra
Fornelos já conquistou visitantes de todo o país — e também algumas figuras conhecidas. O apresentador João Paulo Sousa, por exemplo, não escondeu o encanto que sentiu ao visitar a praia fluvial. Chegou mesmo a chamá-la de “a mais bonita” que conhece, avisando que quem lá vai corre o risco de se apaixonar e querer voltar... todos os dias.
Este é um daqueles lugares que não precisa de muito para surpreender: basta o silêncio cortado pelo riso das crianças, o cheiro do churrasco no ar, e a luz dourada do fim de tarde a refletir-se na água. É um convite simples, mas irresistível, para abrandar o ritmo e redescobrir o prazer das coisas pequenas.