Centro de Vinificação do Vale do Douro: um investimento privado de cinco milhões de euros ao serviço dos viticultores

O CEV Douro é um investimento de cinco milhões de euros na mais antiga região de vinhos do mundo. Está de portas abertas desde 18 de agosto e assume-se como uma solução para os pequenos e médios viticultores da região duriense.

centro de vinificação
O Centro de Vinificação do Vale do Douro - CEV Douro - abriu as suas portas a 18 de agosto e representa um investimento de cinco milhões de euros na mais antiga região de vinhos do mundo.

O Centro de Vinificação do Vale do Douro - CEV Douro - abriu as suas portas a 18 de agosto e representa um investimento de cinco milhões de euros na mais antiga região de vinhos do mundo: a Região Demarcada do Douro. Fica localizado na Rua da Meia Légua, 600, em Loureiro, Peso da Régua.

Liderado por Francisco Magalhães, engenheiro químico e conhecido em Trás-os-Montes e no Douro por ser um dos fundadores da Dourogás, o CEV Douro também tem na equipa de gestão a sua filha, Andreia, auditora e que é licenciada em Engenharia Alimentar. Aos dois junta-se uma equipa multidisciplinar e especializada, pronta a fazer ou a apoiar na criação dos vinhos.

O CEV Douro assume-se como “uma solução para pequenos e médios produtores de vinho” na região duriense, os que já estão a operar e os potenciais que pretendem entrar no negócio e cuja principal dificuldade seja, justamente, a falta de condições financeiras para investir na construção de uma adega em nome próprio.

O CEV Douro é, assim, “um projeto de investimento privado, ao serviço de produtores e que lhes permite eliminar uma grande fatia dos riscos inerentes ao sector do vinho”, dizem os seus responsáveis.

Este Centro de Vinificação foi “pensado ao pormenor e criado de raiz”. Tem capacidade de produção de 800 mil litros de vinho de mesa do Douro (não está apto à produção de vinho do Porto), também estando apto à expedição para o mercado. “Tudo pode ser feito ali”, garantem os seus responsáveis.

Tecnologia de última geração

O CEV Douro está dotado de “tecnologia de última geração” no que toca à vinificação, desde cubas de inox com capacidades entre os 2.500 e os 30.000 litros, passíveis de serem adaptadas a menores dimensões com inertização a azoto, e equipamentos para microxigenação dos vinhos quando pretendido.

Vindima
O CEV Douro foi “pensado ao pormenor e criado de raiz”. Tem capacidade de produção de 800 mil litros de vinho de mesa do Douro (não está apto à produção de vinho do Porto).

Também há a possibilidade de estágio dos vinhos e armazenamento em cubas de inox ou em barricas de madeira, em cave climatizada e com humidade controlada, estando ainda disponível um laboratório próprio.

O armazenamento de produto semiacabado e acabado é garantido “em condições adequadas”, assim como o engarrafamento e a sala de provas.

Neste ano de arranque, o CEV Douro tem ao dispor os serviços de receção e pesagem das uvas; desengace e esmagamento; fermentação alcoólica; prensagem; fermentação malolática; clarificação e estabilização do vinho; armazenamento em condições adequadas (vinho em inox ou barricas de madeira, mas também como produto acabado, em espaço devidamente climatizado); e análises enológicas, feitas internamente, em laboratório próprio.

A prestação de serviços do CEV Douro é “bastante diversificada” e prevê-se já o seu alargamento em 2026, com apoio técnico ao nível da viticultura, uma vez que exige “um protocolo exigente da qualidade das uvas que entram para serem vinificadas”.

Nos anos seguintes, os donos deste investimento não “descartam a possibilidade de apoio nas áreas de marketing e comercial, caso os clientes e o mercado indiquem nesse sentido”.

Engarrafamento
O CEV Douro tem ao dispor os serviços de receção e pesagem das uvas; desengace e esmagamento; fermentação alcoólica; prensagem; fermentação malolática; e clarificação e estabilização do vinho.

“O CEV Douro tem como princípio adaptar-se ao desejo de um produtor ou de um enólogo que procure melhores condições para fazer os seus vinhos ou os vinhos àqueles a quem presta assistência. Existem espaços onde se pode vinificar, mas o CEV Douro é pioneiro com todas as valências [referidas] congregadas no mesmo espaço", afirma Francisco Magalhães.

Preços à medida do cliente

O engenheiro químico e líder deste projeto sabe que, por exemplo, um dos fatores críticos para a estabilidade do vinho é o transporte entre a produção e o engarrafamento, sendo que no CEV Douro esse não é um problema que se coloca”, garante.

Os preços variam em função das necessidades de cada cliente. Quem contratar os serviços do CEV Douro pode ter o seu próprio enólogo ou solicitar essa prestação a Afonso Pinto, enólogo residente do projeto.

Para este primeiro ano, Francisco e a filha, Andreia, optam por ser cautelosos, tendo prevista uma vinificação máxima de 100 mil litros.

Deste total fazem parte os vinhos de um projeto familiar, que vai ser apresentado no próximo ano e que tem origem em quatro quintas que a família possui, na margem direita do rio Douro, entre Régua, Sabrosa e Murça.