Aumento das emissões provoca aumento da precipitação e das temperaturas

À partida, as previsões podem não parecer tão más como a seca, mas estes eventos extremos também podem causar catástrofes devastadoras. Saiba mais aqui!

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A combinação de eventos climáticos extremos resulta em catástrofes devastadoras que ameaçam a segurança hídrica, alimentar e energética.

Um estudo publicado na revista Earth's Future utilizou modelos para prever que grande parte do mundo irá registar ondas de calor e precipitação mais frequentes.

"Estes extremos climáticos têm atraído uma atenção considerável nas últimas décadas devido às suas pressões desproporcionadas sobre os setores agrícola, industrial e dos ecossistemas, muito mais do que os fenómenos extremos individuais", afirma o autor principal Haijiang Wu, investigador da Universidade Northwest A&F, na China.

Os investigadores alertam para o facto de as ondas de calor poderem secar o solo e piorar a sua capacidade de absorção de água, o que significa que as chuvas fortes têm, assim, maior probabilidade de provocar inundações e quebras de colheitas.

À medida que a atmosfera aquece, pode reter mais água, tornando mais provável a ocorrência de precipitação.

O que acontece se as emissões não forem reduzidas?

Os investigadores utilizaram modelos climáticos no cenário "Representative Concentration Pathway 8.5" (RCP8.5). Este cenário, desenvolvido pelo Painel Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas, modela o aquecimento global se as emissões não forem de todo reduzidas.

Este é consistente com um aumento da temperatura média global de mais de 4 °C até 2100: porém, o Climate Action Tracker estima que o mundo se dirige para menos de 3 °C com base nas atuais políticas e ações.

Caso as emissões não sofram uma redução, estes eventos extremos poderão intensificar-se ainda mais e trazer uma série de problemas socio-económicos.

Nesta modelização, os investigadores concluíram que algumas regiões (África do Sul, Amazónia e partes da Europa) ficarão mais secas, mas a maioria dos locais (incluindo a Austrália, a África Oriental e Austral e a África Central) terá mais precipitação.

Os investigadores sublinham que muitos destes eventos extremos irão provavelmente afetar áreas altamente povoadas e locais que já produzem grande parte dos alimentos do mundo.

"Dado o facto de o risco de eventos extremos húmidos e quentes num clima quente ser maior do que o de eventos extremos secos e quentes, estes extremos húmidos e quentes devem ser incluídos nas estratégias de gestão do risco", afirma Wu.

"Se não tivermos em conta o risco de extremos húmidos e quentes e não lançarmos um aviso prévio suficiente, os impactos na segurança hídrica, alimentar e energética serão inimagináveis."