Astronauta russo bate recorde mundial de maior tempo no espaço!

Ao longo de cinco missões espaciais, entre os anos de 2008 e 2024, o astronauta russo Oleg Kononenko bateu o recorde de 878 dias no espaço. Descubra mais sobre a sua jornada aqui.

Oleg Kononenko
Astronauta russo Oleg Kononenko, o atual recordista de mais tempo no espaço. Crédito: Roscosmos.

No último domingo (4), o astronauta russo Oleg Kononenko bateu o recorde mundial ao tornar-se a pessoa que mais tempo permaneceu no espaço, ao completar, no total, quase dois anos e meio na Estação Espacial Internacional (ISS, em inglês).

A Estação Espacial Internacional é um moderno laboratório que orbita a Terra a uma velocidade de aproximadamente 28.000 km/h, a cerca de 423 km de altura da Terra. É usada para observação da Terra e realização de experiências em ambiente de baixa gravidade, sendo monitorizada pela agência americana NASA.

Kononenko é comandante do esquadrão de cosmonautas da agência espacial russa Roscosmos e correspondente especial da agência de notícias russa TASS na ISS. Ele superou o até então detentor do recorde, o seu compatriota Gennady Padalka, ao acumular especificamente 878 dias a bordo da ISS. Só uma observação: não são dias consecutivos, mas sim acumulados durante todas as suas viagens na ISS.

A jornada de Kononenko no espaço

Esta é a quinta vez que o astronauta está na ISS. Ele está em órbita desde setembro de 2023 e sairá de lá no final de setembro de 2024. Quando voltar, ele terá acumulado um total de 1.110 dias – pouco mais de três anos – no espaço.

Em entrevista à TASS, Kononenko destacou que o seu objetivo não é bater recordes. “Eu voo para o espaço para fazer o que mais gosto, não para bater recordes”, disse ele. Mas, apesar disso, também complementou: “Estou orgulhoso de todas as minhas conquistas, mas estou mais orgulhoso de que o recorde da duração total da permanência humana no espaço ainda seja detido por um cosmonauta russo”.

astronauta russo Oleg Kononenko
O astronauta Oleg Kononenko durante a sua primeira missão na ISS em 2008. Crédito: NASA.

Kononenko formou-se num instituto de engenharia antes de passar pelo treino de astronauta. O seu primeiro voo espacial foi em 2008 e a sua atual viagem à ISS foi lançada em 2023 numa Soyuz MS-24.

Os pontos negativos…

Passar muito tempo assim no espaço pode trazer impactos negativos para o corpo humano. Por exemplo, a redistribuição de fluidos em redor do corpo só regressa ao normal no regresso para a Terra. Há também a possibilidade de perda de densidade óssea – cerca de 1% a 1,5% por mês da sua densidade mineral óssea em áreas críticas (membros inferiores e coluna vertebral) – e atrofia muscular. Nalguns casos, o corpo pode apresentar maior risco de fratura óssea e de cancro.

E além disso tudo, há o fator emocional; o isolamento pode ser desgastante, assim como o tempo longe da família e amigos. Porém, Kononenko diz que não se sente privado ou isolado. “Só ao voltar para casa é que percebo que durante centenas de dias na minha ausência as crianças cresceram sem pai”, comentou.

Cooperação entre Rússia e Estados Unidos

Apesar das tensas relações entre os dois países devido à invasão da Ucrânia pela Rússia há quase dois anos, uma guerra que se estende até hoje (Washington enviou armas para Kiev e impôs sucessivas rondas de sanções a Moscovo), ainda há cooperação na área espacial.

A ISS é um dos poucos projetos internacionais onde ambos os países ainda cooperam. Em dezembro do ano passado, a Roscosmos anunciou que um programa de voos conjuntos com a agência americana NASA para a ISS foi prolongado até 2025. A Rússia pretende criar a sua própria estação espacial, que pode entrar em operação em 2027.

Contudo, a NASA anunciou uma data planeada em janeiro de 2031 para reformar a ISS e direcionar quaisquer partes remanescentes para uma área remota no oceano Pacífico Sul. Esperamos que até lá, mais experiências e investigações possam ser feitas para contribuir com uma melhor compreensão do nosso planeta e do próprio Universo.