FAO declara 2026 o Ano Internacional das Pastagens e dos Pastores e o Ano Internacional da Mulher Agricultora
As celebrações da FAO vão mobilizar ações e parcerias ao nível global ao longo de 2026 para destacar dois dos pilares vitais dos sistemas agroalimentares: a gestão sustentável das pastagens e, também, os contributos, muitas vezes invisíveis, das mulheres agricultoras de todo o mundo.

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) marcará o início de duas comemorações das Nações Unidas para 2026 com eventos de lançamento de alto nível na sede da FAO, nos dias 2 e 4 de dezembro de 2025, à margem do Conselho da FAO (1 a 5 de dezembro).
O ano 2026 foi designado, por resoluções da Assembleia Geral da ONU, o Ano Internacional das Pastagens e dos Pastores (AIP 2026) e o Ano Internacional da Mulher Agricultora (AMIA 2026).
A FAO quer mobilizar várias ações e parcerias durante todo o ano em múltiplos países com vista a sublinhar aqueles que são considerados dois pilares vitais dos sistemas agroalimentares: a gestão sustentável das pastagens e os contributos, muitas vezes invisíveis, das mulheres agricultoras de todo o mundo.
Pastagens são essenciais para milhões de famílias
Quanto às pastagens, estas cobrem aproximadamente metade da superfície terrestre e albergam uma biodiversidade única, assim como serviços de ecossistema que são essenciais para milhões de famílias de pastores por todo o mundo.
Os pastores gerem os recursos naturais através da mobilidade, do conhecimento tradicional e de práticas adaptativas que, não só promovem a coesão territorial, como contribuem para a mitigação das alterações climáticas, a fertilidade do solo e para a obtenção de meios de subsistência resilientes.
Segundo o INE (2020), a área de pastagens permanentes em Portugal cresceu 14% face ao último recenseamento agrícola realizado em 2009.
Discurso do diretor-Geral da FAO, QU Dongyu
O evento de lançamento, pela FAO, do Ano Internacional das Pastagens e dos Pastores conta com um discurso de abertura, nesta terça-feira, 2 de dezembro, do diretor-Geral da FAO, QU Dongyu, seguido de declarações de alto nível por parte de Khurelsukh Ukhnaa, Presidente da Mongólia, e Matías Carambula, Vice-Ministro da Pecuária, Agricultura e Pescas do Uruguai.

O programa inclui ainda dois painéis de debate com representantes de instituições de investigação, organizações de pastores e redes internacionais. Há ainda uma exposição conjunta, que estará patente durante quatro dias no átrio da sede da FAO, em Roma (Itália).
Na próxima quinta-feira, 4 de dezembro, a FAO promove a cerimónia de lançamento do Ano Internacional da Mulher Agricultora, que também vai ser assinalado em 2026.
O evento, que é co-organizado pela Jordânia, Irlanda e a FAO, incluirá um discurso de abertura do Economista-Chefe da FAO, Máximo Torero, declarações de alto nível de representantes do Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e do Programa Alimentar Mundial (PAM), um discurso da Princesa Basma bint Ali, Embaixadora Regional da Boa Vontade da FAO, e uma palestra de Sinéad McPhillips, Secretária-Geral do Departamento de Agricultura, Alimentação e Marinha da Irlanda.
Destacar as mulheres rurais
Trata-se de um conjunto de palestras que pretende destacar as mulheres líderes de empresas rurais, de redes de agricultores e de órgãos parlamentares regionais.

O evento inaugura também uma exposição conjunta com o Ano Internacional dos Pastores Rurais (AIPR) no átrio da FAO, em Roma, apresentando produtos, fotografias e performances de mulheres agricultoras e comunidades pastoris.
O Ano Internacional da Mulher Agricultora convoca, assim, os vários países do mundo para ações transformadoras para reduzir as desigualdades de género e promover a liderança e o empoderamento das mulheres em todos os sistemas agroalimentares.
Em Portugal, as mulheres estão a assumir um papel cada vez mais relevante na agricultura e na vitalidade das zonas rurais.
Os dados divulgados pela Corteva Agriscience e pela Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) neste mês de novembro dão conta que “33,3% das explorações agrícolas do país são atualmente geridas por mulheres”, uma proporção “um pouco acima da média europeia, que se situa nos 30,1%”.