As florestas podem voltar a crescer, se nós deixarmos

Quase 59 milhões de hectares de florestas cresceram desde 2000, de acordo com uma nova análise da Trillion Trees. Esta área florestal tem potencial para armazenar o equivalente a 5,9 Gigatoneladas de CO2, ou seja, mais do que as emissões anuais dos Estados Unidos. Saiba mais aqui!

floresta; recuperação; regeneração; crescimento
A Trillion Trees está agora à procura de mais informações para validar ou ajustar o mapa realizado e aprofundar a nossa compreensão das condições que levaram à regeneração da floresta.

Um novo estudo foi elaborado de forma a que fosse possível ajudar a complementar os planos de recuperação florestal em todo o mundo, sendo que ao mostrar uma imagem das áreas onde concentrar os esforços desta recuperação, poderá ser mais benéfico.

Este foi o resultado de um projeto de investigação de dois anos que envolveu a análise de mais de 30 anos de dados de imagens de satélite e levantamento de especialistas de mais de 100 locais, em 29 países diferentes.

Anos e centenas de dados depois, há um novo estudo que mostra que algumas florestas estão a crescer em todo o mundo.

Esta pesquisa marca a Mata Atlântica, no Brasil, como uma das histórias de sucesso para a regeneração, onde cerca de 4.2 milhões de hectares - uma área aproximadamente do tamanho da Holanda - cresceram desde 2000, devido a uma combinação de projetos planeados para recuperar a floresta, práticas industriais mais responsáveis e outros fatores, incluindo a tendência de migração para as cidades.

O trabalho da Trillion Trees

O estudo sugere que nas florestas boreais da região norte da Mongólia, 1.2 milhões de hectares de floresta se tenham regenerado nos últimos 20 anos, em parte, graças ao trabalho da Trillion Trees, parceiro da World Wide Fund for Nature (WWF), e ao aumento do ênfase governamental da Mongólia nas áreas protegidas. Outros pontos críticos de regeneração incluem África central e as florestas boreais do Canadá.

William Baldwin-Cantello, diretor de Nature-Based Solutions (NBS) da WWF, afirma que a ciência é clara: se quisermos evitar as alterações climáticas extremas e reverter a perda da natureza, devemos parar com a desflorestação e restaurar as florestas naturais.

Cantello frisa ainda que, a desflorestação destrói milhões de hectares de floresta todos os anos, pelo que esta recuperação florestal não consegue acompanhar a desflorestação. E também dá ênfase ao facto de a regeneração natural das florestas ser mais barata, mais rica em carbono e melhor para a biodiversidade do que as florestas plantadas.

Globalmente, ainda estamos a perder florestas a um ritmo assustador, muito mais rápido do que somos capazes de recuperá-las. Estudos têm mostrado que entre 2001 e 2019 - um período de tempo semelhante ao deste estudo - 386 milhões de hectares de cobertura de árvores foram perdidos em todo o mundo. Isto equivale a sete vezes mais das áreas de floresta que se regeneraram naturalmente, identificadas na investigação.