A Agência Internacional de Energia (AIE) projeta que a Índia se tornará o segundo maior mercado de energias renováveis
As fontes renováveis de produção de eletricidade continuam a crescer fortemente em todo o mundo, com a capacidade global prevista de duplicar até 2030, apesar das perturbações geopolíticas globais.

A Agência Internacional de Energia (AIE) atribui o crescimento das energias renováveis principalmente à Índia, Europa e à maioria das economias emergentes e em desenvolvimento.
Relatório da AIE – perspetivas negativas e positivas
Na COP28, 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, realizada no Dubai em 2023, chegou-se a um acordo de triplicar a capacidade de energia renovável até 2030.
No seu último relatório sobre energias renováveis, a AIE mencionou que reduziu a sua previsão para o crescimento da capacidade global de energia renovável entre 2025 e 2030, principalmente devido às mudanças políticas nos EUA e na China.
Em relatório anterior esperava-se um crescimento das energias renováveis de 2,7 vezes até 2030 e atualmente esse valor é inferior, crescimento de 2 vezes, desde 2025 até 2030. A agência reviu em baixa a sua previsão para os EUA em quase 50%.
De acordo com a AIE, as perspetivas para as energias renováveis são mais otimistas na Índia, na Europa e na maioria das economias emergentes.
Na União Europeia, a previsão de crescimento foi ligeiramente revista para cima, como resultado de instalações de capacidade solar fotovoltaica em escala utilitária superiores ao esperado, devido a uma forte atividade de acordos de compra de energia corporativos na Alemanha, Espanha, Itália e Polónia.

A previsão para o Médio Oriente e Norte de África foi revista para cima em 25%, a maior atualização regional, devido ao rápido crescimento da energia solar fotovoltaica na Arábia Saudita.
Ainda segundo o relatório, no Sudeste Asiático, a implantação de energia solar fotovoltaica e eólica está a acelerar, com metas mais ambiciosas.
Índia deve tornar-se o segundo maior mercado de energias renováveis
De acordo com o último relatório sobre energias renováveis da AIE, a Índia está prestes a tornar-se o segundo maior mercado em crescimento para as energias renováveis a seguir à China. As perspetivas da Índia em matéria de energias renováveis destacam-se entre as principais economias.
Em contrapartida, a produção baseada em combustíveis fósseis aumentou nos EUA e na EU. Nos EUA, o crescimento da procura superou a energia limpa, impulsionando a produção de energia fóssil e na UE, a menor produção eólica e hidrelétrica levou a uma maior produção de gás e carvão.

A expansão das energias renováveis na Índia é impulsionada por volumes de leilões mais elevados, novo apoio a projetos de energia solar em telhados, licenciamento mais rápido de energia hidrelétrica, além de um foco em objetivos climáticos ambiciosos como o programa Panchamrit, que visa atingir 500 GW de energia não fóssil até 2030.
De acordo com uma análise do Centro de Pesquisa em Energia e Ar Limpo (CREA), no primeiro semestre de 2025, as emissões de dióxido de carbono (CO2) do setor energético da Índia caíram 1% em relação ao ano anterior e 0,2% nos últimos 12 meses, apenas a segunda queda em quase meio século.
Na Índia, no primeiro semestre, o crescimento das fontes limpas foi mais de três vezes superior ao crescimento da procura. No entanto, a procura foi excecionalmente baixa, em comparação com o mesmo período do ano passado, o que pode estar relacionado com condições climáticas mais amenas este ano.
Estima-se que a economia da Índia cresça a uma taxa de 5% ao ano durante o período de 2023 a 2050, o que será o dobro da taxa de crescimento da economia global.
A eletricidade desempenha um papel cada vez mais importante na satisfação das necessidades energéticas da Índia. Até 2050, a energia consumida sob a forma de eletricidade crescerá para mais de 30% na trajetória atual.
Apesar do crescimento, a Índia enfrenta desafios de infraestrutura, como a necessidade de acelerar a implantação anual de capacidade para atingir as suas metas e garantir a integração eficiente das renováveis à rede elétrica.