Vento, frio, chuva e neve: em que regiões do país se prevê maior impacto?

Após alguns dias com ambiente invulgarmente ameno e primaveril, o tempo ficará agreste em breve em Portugal. O inverno voltará de rompante com descida acentuada da temperatura, vento forte de Norte e possibilidade de chuva e neve. Onde poderá o ar polar marítimo ter maior impacto?

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Além da descida acentuada da temperatura, o vento do quadrante Norte agravará a sensação térmica de frio.

Na noite de quarta (22) para quinta-feira (23) uma depressão cavada irá desprender-se em direção à Península Ibérica, acabando por se isolar sobre Portugal e Espanha. Ao fazê-lo provocará uma mudança abrupta no estado do tempo que se prolongará ao longo dos dias seguinte.

O ar polar marítimo contido na circulação da depressão cavada fará com que a partir de quarta, e de maneira mais percetível a partir de quinta, ocorra uma descida brusca e acentuada da temperatura.

Se houver suficiente precipitação em altitude – aliada ao tremendo ar frio que se aprecia no mapa a cerca de 5500 metros (500 hPa) – poderá nevar a cotas médias/baixas. Mas saliente-se, desde já, que a acumulação de neve, numa fase inicial do episódio meteorológico deverá ser residual, pois com o fluxo a vir de Norte, a maioria da neve ficará retida, por questões orográficas, nas serras e localidades espanholas (Galiza, Cantábria e Castela e Leão).

Amanhã, quarta-feira (22), a passagem de uma frente fria abrirá caminho à chegada do ar polar. Prevê-se períodos de chuva e/ou aguaceiros fracos e dispersos, irregularmente distribuídos pelo Norte e Centro do país.

Poderão ser de neve acima dos 1000 metros de altitude numa fase inicial, mas ao fim da tarde, a cota poderá baixar para os 800 m devido à intensificação do frio nas áreas envolventes às serras setentrionais e Sistema Central.

A Serra da Estrela servirá de barreira à passagem de mais precipitação, nuvens e nebulosidade para sul. A instabilidade pouco se fará sentir a sul da supracitada cadeia montanhosa.

O episódio invernal deverá intensificar-se na quinta-feira

Para quinta-feira (23) prevê-se que este episódio de frio polar se intensifique. Neste dia o aumento da força do vento do quadrante Norte associado à massa de ar polar, agravará a sensação térmica de frio. Poderá nevar durante a tarde na cota dos 600-800 metros em pontos a norte do sistema montanhoso Montejunto-Estrela, pois será sobre o Noroeste Peninsular que a massa de ar muito frio de origem polar irá repousar.

Na sexta (24), no período entre a tarde e a meia-noite, poderá voltar a nevar acima dos 800 metros de altitude em serras e locais do Norte e Centro de Portugal, com destaque para as regiões do Nordeste Transmontano (Bragança), Beira Alta (Guarda), Viseu Dão-Lafões (Viseu) e Alto Tâmega e Douro (Vila Real). Será residual, e por isso, demasiado escassa para uma boa acumulação. Nas últimas horas do dia, poderá chuviscar em qualquer ponto a norte do sistema montanhoso Montejunto-Estrela e tampouco se descarta a ocorrência de granizo.

Sábado de madrugada: boa acumulação à vista?

É para sábado (25) de madrugada que se prevê a maior quantidade de queda de neve deste episódio invernal em Portugal continental. Ainda que este cenário esteja longe de estar garantido, o modelo Europeu antecipa uma acumulação generalizada no Norte e Centro do país (tudo a leste da Barreira de Condensação), acima dos 800 metros de altitude, e inclusive a sul da Estrela, nas serras de Montejunto e São Mamede. O estado do tempo permanecerá frio e com gelo e geadas generalizadas no interior da nossa geografia.

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Encare com cautela esta previsão de neve acumulada, pois devido à incerteza na localização final da depressão, ainda poderá sofrer alterações significativas.

Para domingo (26) espera-se uma estabilização do tempo que resultaria num ambiente menos nublado e com mais períodos de sol. A precipitação poderia ocorrer apenas no Centro e Sul do país. Também se prevê ligeira subida da temperatura.