Tempo em Portugal na última semana de 2023: vai despedir-se com nevoeiro, geada, chuva e possível queda de neve

A última semana do ano terá duas metades em Portugal: uma com anticiclone até quarta-feira, e outra mais instável a partir de quinta-feira. Os fenómenos meteorológicos adversos a ter em conta serão a geada, o nevoeiro, a chuva e talvez a neve.

O tempo este Natal será calmo e estável em Portugal continental, com exceção do Arquipélago dos Açores, atualmente condicionado por uma superfície frontal fria com ondulações, e do Arquipélago da Madeira, atualmente condicionado por uma gota fria.

No Continente o anticiclone dos Açores vai garantindo condições meteorológicas bastante estáveis, com geadas noturnas e nevoeiros em vales e zonas deprimidas. Contudo, dentro de poucos dias, o panorama meteorológico poderá alterar-se em Portugal continental devido à aproximação de uma depressão.

Prevê-se chuva em toda a geografia continental, e não se exclui neve nas serras e montanhas

A semana que começa amanhã - segunda-feira (25) e dia de Natal - poderá registar alguns chuviscos fracos e dispersos, com maior probabilidade de ocorrerem nalguns pontos do litoral Centro. No entanto, o panorama meteorológico será de continuidade em relação a estes últimos dias, esperando-se assim períodos nublados, com boas abertas e condições de grande estabilidade proporcionadas pelas altas pressões.

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Previsão de precipitação acumulada até ao meio-dia de sábado, 30 de dezembro em Portugal continental, de acordo com os mapas do modelo ECMWF.

Apesar de estas previsões estarem sempre sujeitas a um elevado grau de incerteza, entre 50 e 100 mm de pluviosidade poderão acumular-se ao longo da próxima semana no Noroeste de Portugal continental, em particular nas zonas a oeste da Barreira de Condensação e especialmente nas áreas montanhosas do Alto Minho. A precipitação começaria a chegar entre quarta (27) e quinta-feira (28) ao Minho e Douro Litoral, generalizando-se durante a reta final de 2023 e coincidindo com a Passagem de Ano.

A chuva deverá ser muito mais suave e escassa nas regiões a sul do sistema montanhoso Montejunto-Estrela, prevendo-se acumulações bastante reduzidas, a variar entre 0,2 e 5 mm. Grosso modo, isto corresponderá geograficamente a uma grande parte da Beira Baixa, aos vales do Tejo e do Sado, ao Alentejo e ao Algarve.

Para a Passagem de Ano, os principais modelos meteorológicos estão a levantar vários cenários, no entanto, uma breve mas potente entrada de ar polar poderá trazer uma descida das temperaturas, chuva em grande parte do país e neve em altitudes mais elevadas. Ainda assim, esta situação terá de ser confirmada nos próximos dias.

Primeira parte da semana com geadas e nevoeiro persistente

O início da semana será frio em todo o país, sobretudo nas regiões do interior (segunda, dia 25 e terça, dia 26), com temperaturas um pouco abaixo da média climatológica de referência. Nesta primeira metade de semana destaque-se a provável formação de gelo (tenha cuidado se for conduzir) e geadas em amplas zonas do interior Norte e Centro, bem como nevoeiros localmente densos e persistentes, especialmente no Nordeste Transmontano, na Beira Alta e em zonas do Douro.

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Primeira metade da última semana de 2023 será marcada por frio, gelo e geadas em amplas zonas do interior Norte e Centro, bem como temperaturas mínimas negativas.

Haverá também vários pontos do interior Norte e Centro com temperaturas mínimas negativas, esperando-se que os termómetros possam registar valores de até -3 ºC. Em locais onde houver congelação da humidade depositada sobre as superfícies, poderá formar-se o deslumbrante fenómeno do sincelo.

As temperaturas diurnas serão relativamente agradáveis nas zonas do litoral e no Algarve, com valores a variarem entre 14 e 17 ºC. Prevê-se uma atmosfera bem mais fria no interior (entre 8 e 13 ºC) especialmente nos distritos de Bragança e da Guarda, algo que se deverá, principalmente, à presença persistente do nevoeiro. Nas capitais distritais dos distritos supracitados, as temperaturas máximas rondarão os 8/10 ºC .

Em suma, o guarda-chuva terá de estar sempre à mão a partir de quarta-feira (27) no Minho e a partir de quinta-feira (28) no resto do país, ainda que nalgumas regiões a precipitação não seja muito significativa (mas mais intermitente, irregular e dispersa). É possível que ocorra uma outra mudança significativa do estado do tempo mesmo em cima da Passagem de Ano, isto é, dias 30 e 31.

Até lá, será necessário vestir um casaco quente, cachecol, gorro e luvas, sobretudo nas regiões zonas do interior, onde as temperaturas, em vários locais serão negativas durante boa parte da semana. No Nordeste Transmontano e na Beira Alta a atmosfera gelada agravada pelo nevoeiro produzirá temperaturas máximas muito baixas na primeira metade da semana, mas que terão tendência a subir com os ventos de Sudoeste, com a nebulosidade e com a chuva que se generalizará a partir de quinta-feira (28).