Próximos dias em Portugal: calor tórrido, poeiras e risco de trovoadas

O calor tórrido vai manter-se durante mais alguns dias em Portugal continental, sem esquecer as trovoadas e o granizo. Contudo, a depressão isolada em altitude que está a empurrar o ar quente até cá, poderá dissipá-lo no próximo fim de semana. Confira a previsão!

tempo quente; trovoada; portugal
O tempo para os próximos dias em Portugal continental será quente, com presença de poeiras e risco de trovoada e granizo.

De acordo com os registos oficiais, pelo menos desde 10 de junho que o limiar dos 40 ºC de temperatura máxima tem sido consecutivamente ultrapassado em várias localidades de Portugal continental, a maioria no interior, pertencentes a distritos como Vila Real, Viseu, Santarém, Portalegre, Évora, Setúbal e Beja.

As noites tropicais - quando a temperatura noturna é igual ou superior a 20 ºC - tampouco têm sido “fáceis” para enfrentar o calor, sobretudo nos territórios do interior, onde os termómetros registaram valores de mínima impressionantes. Esta semana o tempo quente continuará a ser notícia, pelo menos até quarta-feira (15), com a continuidade de valores excecionais para um mês de junho, especialmente tendo em conta que estamos na primeira quinzena do mês.

Apesar disso, é possível que na reta final da semana, a depressão isolada em altitude que tem deixado instabilidade no Arquipélago dos Açores, e que continuará a lançar ar quente para o nosso país esta semana, poderá aproximar-se do território continental, originando um episódio com trovoadas severas, nas quais - além de aguaceiros e atividade elétrica - se inclui a possível ocorrência de granizo.

muito calor; portugal
Quarta-feira muito quente de norte a sul de Portugal continental. Todas as capitais distritais irão registar temperatura máxima superior a 30 ºC, com algumas delas a bater nos 40 ºC.

Como se não bastasse, associado à chegada deste sistema depressionário, prevê-se uma queda acentuada da temperatura de norte a sul de Portugal continental.

Até meio da semana: temperatura de 40 ºC ou mais, e risco de trovoadas secas

Esta segunda-feira foi, de novo, um dia muito quente no país inteiro, com valores máximos iguais ou ligeiramente inferiores a 40 ºC na região do Alentejo e nalguns pontos do interior transmontano. O Ribatejo, a Beira Baixa e o interior duriense também registaram temperaturas máximas superiores a 35 ºC em muitas localidades.

As poeiras do Saara e as nuvens médias e altas poderão fazer com nalguns pontos do país não sejam atingidas temperaturas tão elevadas como as que estão previstas. Hoje, as únicas capitais distritais que não atingiram ou ultrapassaram os 30 ºC foram Viana do Castelo, Porto, Aveiro, Lisboa, Setúbal e Faro.

Para terça-feira (14) o calor continuará por causa da depressão que, ao estar estacionada sobre a Madeira, continuará a bombear ar quente até à Península Ibérica. Estão previstas temperaturas semelhantes, embora com uma diminuição das máximas nalguns pontos do território, e um ligeiro aumento das mesmas, noutros.

Além disso, também se espera mais nuvens a média e alta altitude a cobrir praticamente todo o país, para além das poeiras do Norte de África. O céu só deverá limpar ao fim da tarde/início da noite, mas não de forma uniforme. A temperatura máxima não irá passar dos 22 ºC em Viana do Castelo, mas, ao invés, baterá nos 40 ºC em Beja. O vento soprará de Oeste/Sudoeste, aumentando de intensidade diariamente até sábado.

Na quarta-feira voltará a fazer muito calor

Na quarta-feira (15) o tempo quente voltará a intensificar-se, prevendo-se temperaturas excecionalmente elevadas durante o dia e a noite em todo o país. De tal forma assim será que se esperam temperaturas acima dos 30 ºC em todas as capitais distritais. Prevê-se máxima de 39 ºC/40 ºC para as cidades de Coimbra, Leiria, Santarém, Castelo Branco, Portalegre, Évora e Beja. E claro, por causa do calor tórrido, o sono ficará dificultado à noite.

Quarta-feira, 15 de junho será não só o dia mais quente da semana, como também aquele no qual as poeiras do Saara registarão as concentrações mais elevadas. Além disso, haverá risco de aguaceiros, trovoada e granizo em vários pontos do país.

Em várias cidades do interior, e até mesmo no litoral (Lisboa), o termómetro não irá baixar dos 20 ºC durante a noite, prevendo-se, para a cidade de Portalegre, uma impressionante temperatura mínima noturna de 24 ºC! Por último, estarão reunidas as condições favoráveis à ocorrência de trovoadas, potencialmente severas (risco de granizo) em pontos do interior e em áreas montanhosas. As poeiras do Saara registarão valores muito elevados neste dia, mantendo-se em suspensão, embora com uma gradual diminuição da sua concentração, até sexta-feira.

A partir de quinta-feira, mudança do tempo?

A partir de quinta-feira (16), justamente a coincidir com o início da segunda quinzena de junho, o estado do tempo em Portugal continental irá sofrer uma mudança. Com a aproximação da referida depressão a Portugal continental, a partir deste dia abrem-se vários cenários e a incerteza na previsão aumenta. Apesar de continuar muito calor, as temperaturas deverão baixar significativamente no litoral, sobretudo a norte do Cabo Carvoeiro. Até para o interior se prevê descida suave nos termómetros.

As máximas não deverão passar dos 35 ºC na maioria das capitais distritais do interior – exceto em Bragança. Contudo, prevê-se uma repetição dos aguaceiros e das trovoadas (também com risco de granizo) desta vez a abranger ainda mais territórios do interior Norte e Centro – sintomas de mudanças na atmosfera. Além disso, as temperaturas noturnas continuarão relativamente altas.

Irá o calor tórrido desaparecer com a chegada da depressão?

Com base no nosso modelo, a depressão poderá colocar um fim ao calor anómalo à medida que, na reta final da semana, se for aproximando de Portugal continental. Aliás, ao longo do fim de semana poderá atravessar a Região Norte bem como uma parte da Região Centro, deixando à sua passagem alguma chuva, e possível ocorrência de trovoada. Apesar disso, ainda é muito cedo para confirmar a trajetória desta depressão isolada em altitude.