Prepare-se para as madrugadas de quinta, sexta e sábado: Portugal entre os países mais afetados pelo frio intenso

Depois de um outono anormalmente ameno, o frio de Inverno vai finalmente instalar-se em Portugal continental. Quinta e sexta-feira trazem geadas, mínimas próximas ou abaixo de 0 ºC e sensação térmica mais desconfortável.
Depois de várias semanas com temperaturas acima da média para a época, o padrão atmosférico muda e abre finalmente a porta ao verdadeiro frio de Inverno em Portugal.
Entre quinta e sexta-feira, 20 e 21 de novembro, o país será atravessado por uma massa de ar frio de origem polar, já bastante modificada, que fará descer as temperaturas para valores próximos ou mesmo abaixo de 0 ºC em muitos locais do interior.
Haverá geadas, vento por vezes incómodo e uma sensação de maior desconforto térmico. Ainda assim, os principais modelos numéricos são claros: não estamos perante uma vaga de frio polar, mas sim perante um episódio curto e climatologicamente invulgar para o final de novembro.
Vem aí o frio intenso, mas será de curta duração e não cumpre os critérios de uma vaga de frio
A transição começa já na quarta-feira, com um aumento da nebulosidade, em especial no litoral Norte e Centro. A hipótese de chuva chegou a ser colocada, mas foi, entretanto, afastada.
O que se mantém é o reforço do vento na faixa costeira e uma descida das temperaturas máximas para valores em torno de 10 a 15 ºC na generalidade do território, o que se traduzirá num dia com verdadeiro desconforto térmico. Os locais com temperaturas do ar mais elevadas são Faro (18 ºC) e Lisboa (19 ºC).

Na quinta-feira, 20 de novembro, o céu deverá apresentar-se geralmente pouco nublado em Portugal continental, com neblinas ou nevoeiros matinais nos vales dos principais rios, dissipando até meio da manhã.
A massa de ar frio, que irá arrefecer de forma muito significativa grande parte da Europa, chega ao nosso país já enfraquecida. Ainda assim, prevemos mínimas entre 0 e 7 ºC e máximas entre 10 e 15 ºC, com formação de geadas no interior e em locais abrigados do litoral Norte e Centro.
O vento soprará de norte, em geral fraco a moderado, mais intenso na faixa costeira ocidental, onde as rajadas podem atingir os 60 km/h durante a tarde. O mar manter-se-á relativamente calmo, com ondas até 2 metros na costa ocidental e inferiores a 1 metro na costa sul do Algarve.
As máximas repetem a fasquia dos 10 a 15 ºC na maior parte do território, subindo ligeiramente no Algarve.
Noites frias, mas até quando? Fim de semana pode marcar o regresso da chuva
O domínio do anticiclone no Atlântico favorecerá noites frias e secas, com forte arrefecimento radiativo. Em áreas de vale, a ausência de mistura vertical do ar permitirá a instalação de inversões térmicas. Em Trás-os-Montes e noutros vales abrigados, pode formar-se neblina ou nevoeiro gelado, com possibilidade de sincelo.
Apesar da descida acentuada das temperaturas, os critérios para declarar uma vaga de frio estão longe de ser cumpridos. Em termos climatológicos, exige-se pelo menos um período de seis dias consecutivos com temperaturas de 5 ºC abaixo da média.
Neste caso, a anomalia prevista a cerca de 1500 metros de altitude (nível de 850 hPa) rondará os -3 a -5 ºC e apenas durante dois dias.

O fim de semana poderá trazer uma nova mudança: com a crista anticiclónica a descer em latitude e o jato polar a mergulhar mais a sul, há a possibilidade de formação de uma depressão a norte da Península Ibérica, com possibilidade de alguma chuva a partir de sábado à tarde ou domingo e queda de neve nas terras altas, em altitudes ainda a definir.
Até lá, o cenário é claro: chegou o frio intenso, com geadas e mínimas negativas em vários locais, e embora com valores bastante inferiores à média de referência, será um episódio de muito curta duração em Portugal.